A relação entre o Poder Legislativo e Executivo será de harmonia e independência. A garantia é do presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB). Ele lembrou que ajudou a eleger o governador Pedro Taques (PDT) e que pretende estimular o debate dos principais temas na Casa de Leis para levar propostas à administração estadual.
“A Assembleia Legislativa vai manter a soberania, mas queremos um poder muito mais propositivo, temos várias ações que estamos pensando dentro da nova Mesa Diretora. Temos sim proximidade com o Governo do Estado, até porque ajudei a eleger esse governo, temos o mesmo entendimento das mudanças que são necessárias e foram clamadas pela sociedade no processo eleitoral. Assim como está sendo feito no Executivo, no sentido da austeridade, renovação, mudanças, o Legislativo vai ao mesmo caminho, com soberania, legislando e fiscalizando, que são papeis importantes dos deputados”, disse em entrevista a uma rádio da capital.
Como exemplo, Maluf citou as comissões temporárias que serão criadas na Casa de Leis para discutir o Fundo de Transporte e Habitação (Fethab) e os Incentivos Fiscais. “O governo do Estado está estudando os dois assuntos, mas a Assembleia Legislativa fará a sua proposta após as discussões nas comissões, não vamos a reboque do que o Poder Executivo quer propor, vamos mostrar personalidade e estimular debates no Legislativo”.
O presidente da Assembleia Legislativa fez uma avaliação positiva dos 30 dias de governo administrado por Pedro Taques (PDT). “O Pedro conseguiu um aval da classe política no sentido de montar o seu governo, soube passar essa mensagem que precisaria dessa autonomia, tem que fazer uma avaliação do passado sim, até porque é o que vai determinar as suas ações, precisa prestar contas do que aconteceu, como na questão do VLT, a sociedade quer saber por que a obra parou, se vai terminar, se não vai, se está superfaturada ou não. Fui um dos maiores defensores do modal, entendia que seria ótimo Cuiabá ter um transporte moderno, de qualidade, que não polui, confortável, e vou vivenciar esse elefante branco parado por algum tempo na minha cidade. O governador está tomando as decisões certas, já teve reunião com mais de 130 prefeitos, liberou recurso para recuperação da malha viária, são ações que começam a aparecer, como o projeto do Hospital Central que está pronto”.
Um dos assuntos mais debatidos durante a primeira semana de sessões plenárias, os fundos estaduais continuarão a ser tema de amplas discussões, segundo Guilherme Maluf. “Hoje temos 55 fundos, que travam os recursos financeiros do Estado, pois se carimba os fundos, impedindo o investimento. Vários são desnecessários e desvirtuados, não estão atingindo objetivo. A maioria acaba sendo para pagar folha de pagamento, o que é errado. Vamos tentar fazer uma proposta, acabar com metade deles, a Assembleia Legislativa vai fazer o seu papel de ouvir a sociedade e propor mudanças”.
A política de comunicação será ampliada para levar informações da Assembleia Legislativa à população. “Temos a TV Assembleia, em breve teremos o satélite para levar aos 141 municípios, a Rádio AL vai entrar em funcionamento. Vamos fazer várias audiências públicas no interior, temos a sugestão de criar um programa de ter o Legislativo mais próximo das cidades, onde iríamos com um carro, e o deputado de cada região aproximar da regiões, estava conversando ontem com o deputado Wancley (PV), que queremos trazer atividades culturais de Vila Bela da Santíssima Trindade e Pontes e Lacerda para cá, também vamos explorar as mídias sociais”, pontuou o presidente.
Maluf sugeriu mudanças no modelo de audiências públicas, por exemplo. “Já fiz varias audiências públicas e não vai ninguém, não sei se é por falta de divulgação, falta de interesse, me lembro de uma discussão importantíssima sobre a hanseníase, onde Mato Grosso é líder no ranking nacional, que contou com 15 pessoas, não vieram às pessoas do interior, das secretarias municipais de saúde. Esse é o instrumento de cidadania, o momento de fazer as cobranças necessárias. Nos afastamos da sociedade, queremos essa reaproximação”.