O deputado Guilherme Maluf (PSDB) acaba de ser eleito com 23 votos e 1 em branco, presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso para o biênio 2015/16. Ele é do PSDB e aliado do governador eleito, Pedro Taques, que apoiou sua eleição e pediu votos de parlamentares da base aliada. Maluf formou sua chapa alguns deputados que não foram eleitos pela coligação do governador, como Nininho, do PR, eleito primeiro secretário. A nova mesa diretora tem Eduardo Botelho (PSB) 1ª vice-presidente Pedro Satélite (PSD) 2º vice, Wagner Ramos (PR) 2º secretário, Max Russi (PSB) 3º secretário, e Baiano Filho (PMDB) como 4º.
Médico, 51 anos, Maluf começa hoje o terceiro mandato de deputado e representa a volta do PSDB ao poder após mais de 12 anos sem fazer parte do governo ou presidir a Assembleia. "Vou trabalhar para que o Legislativo se torne totalmente independente. Mas é preciso ter harmonia com os demais Poderes, valorizando sempre o diálogo nas tomadas de decisões”, garantiu o deputado. "Tenho consciência que a Assembleia tem um papel muito importante na recondução do processo de desenvolvimento do Estado. Na minha gestão quero colocar a Assembleia como esse eixo propulsor e contribuir com o crescimento de Mato Grosso”, disse.
Zeca Viana, presidente do PDT e um dos primeiros a apoiar a candidatura de Taques ao governo, pretendia ser candidato a presidente e não conseguiu viabilizar apoio. Hoje ele recuou e, na eleição, elogiou o governo Taques pedindo apoio político no parlamneto e anunciou voto em Guilherme Maluf. Ele pediu votos dos demais deputados para o tucano.
Há poucos dias, Zeca havia criticado o governador Pedro Taques por manifestar apoio a Maluf e chegou a dizer que Taques estaria 'trocando cargos no governo em troca de votos' para Guilherme Maluf.
Durante a eleição, vários deputados -incluindo os que não são da base do governo- elogiaram a postura de Zeca.
Mauro Savi (PR) discursou e alegou que foi traído porque havia acordo com 15 deputados (sem mencionar nomes) para que ele fosse primeiro-secretário na chapa com Maluf. Ele mencionou que houve assinaturas em carta de intenção de votos, "mas não valeu esse acordo e essas assinaturas".
Savi disse que, desde o começo, era articulada a candidatura a presidente de Zeca. "Não perdemos a eleição porque não vamos disputar. Vou votar sim no deputado Maluf em respeito a vossa pessoa, ao vosso empenho, trabalho na convicção que as mudanças propostas aconteçam", disse, referindo-se a Zeca Viana. Mauro rebateu ataques. "Mais uma vez é colocado carimbo nas minhas costas. Não tenho vergonha de ser amigo do deputado Riva. Não tenho vergonha de ter defendido nos 4 anos os governos de Silval e Blairo. Não cuspo no prato que comi. Fizeram carnaval, há poucos dias, ceifando todos os cargos de Ciretran em Mato Grosso. Queriam atingir deputado Mauro Savi na veia. Atingiram mesmo. São 4 cargos no Estado inteiro", discursou, ironizando supostos boicotes do governo estadual. Nos bastidores circula que Taques não concordou que Savi fosse secretário (segundo cargo mais importante da mesa) por conta de sua proximidade com o ex-presidente José Riva.
O deputado Emanuel Pinheiro (PR) também alegou que alguns acordos não foram cumpridos. Ele chegou a articular candidatura a presidente, os acordos não evoluíram, Pinheiro tentou ser primeiro secretário mas também não conseguiu.
Ele disse que sua candidatura seria a dos que "nunca tiveram voz nesta casa". Defendeu mudanças mas apontou que a maioria preferiu não apoiar seu projeto.
(Atualizada às 13:44hs)