O distanciamento que o governador Pedro Taques (PDT) afirmou que manteria da disputa sobre o comando da mesa diretora da Assembleia Legislativa está a cada dia mais ameaçado. Representado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o pedetista teria decidido começar pelo próprio partido a articulação para garantir a eleição da chapa de sua preferência.
O primeiro que teria sido convocado para uma reunião, prevista para ocorrer hoje, é o deputado eleito Leonardo Albuquerque (PDT), que já hipotecou seu apoio ao bloco adversário, que tem como candidatos a presidente e primeiro-secretário, respectivamente, os reeleitos Guilherme Maluf (PSDB) e Mauro Savi (PR).
Para a próxima Legislatura, o PDT conta com dois parlamentares na Assembleia, o que é mais que suficiente para garantir a vitória da chapa encabeçada por Emanuel Pinheiro (PR) e Eduardo Botelho (PSB), tendo em vista que, segundo o republicano, a disputa continua empatada em 12 a 12. Para isso, no entanto, Paulo Taques também terá que convencer Zeca Viana, presidente do partido em Mato Grosso, a mudar de lado.
Zeca vem defendendo a chapa de Maluf e Savi desde o início das discussões quanto à eleição. O principal argumento do pedetista – que é cotado para assumir o posto de líder do governo no Parlamento – é o de que o bloco teria mais chances de garantir governabilidade à gestão do correligionário.
Isso porque o grupo conta com um número quase igual de deputados eleitos por partidos da oposição e da situação. Conforme o próprio Zeca, no entanto, Pedro Taques já declarou preferência pela chapa de Emanuel e Botelho. Nos bastidores, os comentários são de que o governador não simpatiza com a figura de Savi, devido à ligação do republicano com o atual presidente da AL, o deputado estadual José Riva (PSD).
Taques teria, inclusive, vetado o nome de Savi como um possível aliado. Os comentários levaram o deputado a uma reunião com o governador na semana passada. No encontro, no entanto, Taques teria se limitado a dizer considerar legítima a candidatura do parlamentar.
A iniciativa do governador teria se dado com o argumento de se manter afastado do processo e fez com que Maluf, membro da base governista, decidisse manter no âmbito do Legislativo as discussões sobre a composição de sua chapa. Com apoio da maioria do grupo reunido até agora pelo tucano, Savi foi, então, mantido como candidato a primeiro-secretário. Sua substituição vinha sendo considerada como um possível meio de unir os dois lados.
Formação das chapas – apesar de ser considerado um fato consolidado o registro e duas chapas na disputa pela Mesa Diretora, os grupos ainda não definiram quem deve ocupar os outros cargos disponíveis no comando do Legislativo. A expectativa é que as indicações ocorram somente na última semana. A eleição ocorre no próximo dia 1º.