O governador Pedro Taques (PDT) visitou, hoje, a sede da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Em conversa com o secretário estadual Permínio Pinto, recebeu a informação de que o orçamento para a área, aprovado para este ano, está subestimado em pelo menos 25%. “Contamos com aproximadamente R$ 1,9 bilhão, recurso que dá para pagar a folha salarial”.
Taques prometeu rever o montante com lideranças da Assembleia Legislativa para que a Seduc tenha capacidade de investimento. Há escolas que precisam ser reformadas até o dia 9 do próximo mês, quando começa o ano letivo. O governador destaca que técnicos do Gabinete de Projetos Estratégicos estão à disposição para elaborar as propostas de reformas. “Mato Grosso tem índices elevadíssimos de analfabetismo e evasão escolar. É vergonhoso. Precisamos transformar a riqueza econômica dos grãos em melhoria da educação e qualidade de vida”.
Permínio ainda afirmou que recebeu a pasta com R$ 190 milhões de restos a pagar das gestões anteriores, o equivalente a 10% do orçamento. Outros R$ 148 milhões estão empenhados para custear 124 obras em 52 municípios. Porém, deste montante, R$ 34 milhões estavam previstos para construções que, segundo o secretário, a Seduc sequer têm condições de prosseguir com as obras. “Precisamos mostrar à sociedade como recebemos o Estado”, aponta Taques. Em um mês, Permínio aposta na redução de 15% dos restos a pagar. Ele também pretende cortar custos em áreas não finalísticas, como a Tecnologia da Informação, setor que recebeu R$ 60 milhões da pasta no ano passado.
Mato Grosso conta com 746 unidades escolares nas quais estudam 437 mil alunos. Lembrando da época em que estudava em colégios públicos da capital, Taques destaca a importância de não “dar as costas aos alunos”. “O meu sonho da época de estudante era ter uma recepção humanizada dos gestores e uma mochila, nem isso eu tinha”, conta o governador, destacando ser filho e neto de professoras. “Vou cobrar muito, preciso de uma escola onde os professores saibam o nome dos alunos”. A técnica administrativa Ângela Perottoni avalia que, com o tempo, estudantes transformaram-se em apenas número para os administradores. “Com mais alunos matriculados, mais recursos para as unidades educacionais, pelo menos esta era a lógica das gestões anteriores”, relata Ângela. O foco da Seduc nesta gestão, segundo o secretário, é a aprendizagem.
Com cerca de 50% dos profissionais comissionados, a Educação deverá ter mais dois concursos no próximo ano. A proposta é chegar ao percentual de 80% de concursados na secretaria. “Também temos que combater a ‘máquina de atestados’ na Educação”.
Taques pretende se reunir semanalmente com o secretário e a equipe no Palácio Paiaguás. Também promete retornar à Seduc para ouvir novamente os profissionais. Outra iniciativa do governador é visitar as duas escolas, uma em Jangada e outra em Acorizal, que figuram entre as últimas no quesito qualidade de ensino. “Permínio, vamos fazer o possível para que estas escolas estejam entre as melhores no próximo levantamento”, diz Taques.