O plenário da Assembleia Legislativa aprovou por 15 votos a dois em segunda votação, na sessão de ontem, o voto em separado do deputado estadual José Riva (PSD) sobre os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou um suposto esquema de sonegação fiscal por meio da Cooperativa Agroindustrial de Mato Grosso (Cooamat).
Apenas os deputados estaduais Emanuel Pinheiro, que foi relator da CPI, e Ondanir Bortolini, o Nininho (ambos do PR), foram contrários à aprovação. O relatório de Emanuel pedia o arquivamento das acusações sem a aplicação de qualquer tipo de sanção aos investigados. O argumento utilizado pelo republicano foi o de que, diante do curto prazo destinado à apuração das denúncias e da não realização das oitivas com os quatro diretores da Cooamat convocados a prestarem esclarecimentos aos deputados, a CPI não conseguiu reunir provas ou mesmo indícios de que o esquema de sonegação de fato existisse.
O texto do republicano, no entanto, só recebeu apoio do relator-adjunto, o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM), dentro da Comissão. Por três votos a dois, os parlamentares que compuseram a CPI aprovaram o voto de Riva, que se apresentou completamente oposto ao relatório de Emanuel.
O pessedista afirma indícios de que o grupo Bom Futuro, propriedade do empresário Eraí Maggi (PP), vem se beneficiando dos incentivos fiscais concedidos exclusivamente ao sistema de cooperativismo porque a Cooamat, da qual o progressista é um dos cooperados, estaria funcionando como empresa de fachada para os negócios do grupo.
Com a aprovação em plenário, o voto de Riva será encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE), onde já existe um inquérito apurando as mesmas denúncias feitas pelo próprio deputado.