O novo ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, tomou posse há pouco prometendo nomear técnicos para comandar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a estatal do setor de ferrovias, a Valec. Os dois órgãos estiveram envolvidos em escândalos de corrupção no início do primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff.
O novo ministro, suplente de Marta Suplicy no Senado, assume a pasta no lugar de Paulo Sérgio Passos. Ele disse que priorizará a concessão de ferrovias e continuidade ao processo de concessões de rodovias durante sua gestão.
"Pretendo manter e ampliar os investimentos em ferrovias para melhorar a distribuição de alimentos. Pretendo indicar técnicos para o Dnit e a Valec", disse Rodrigues em seu primeiro discurso a frente dos Transportes. "É uma honra e um novo desafio", acrescentou.
Em cerimônia concorrida, com a presença de vários deputados, entre eles os candidatos à presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) – atual vice-presidente da Casa – e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além do presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM) e do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general José Elito de Carvalho, o ministro mencionou números do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a parceria do governo com a iniciativa privada na construção de estradas, nos governos Lula e Dilma.
Ao deixar o cargo, o ex-ministro Paulo Sérgio Passos disse que a concessão de ferrovias e o PAC 3 devem ser as prioridades do ministério no próximo ciclo de governo. Ele fez um balanço da quarta passagem pela pasta e ressaltou a retomada das obras rodoviárias e a concessão de obras à iniciativa privada.
"Acho que sou um recordista, porque esta é a quarta vez que me despeço do comando dos Transportes. Ao longo do tempo, caminhamos, tivemos a felicidade de ver concluídos 2.781 quilômetros de rodovias, 500 quilômetros de adequação de capacidade. Saltamos de patamar. Batemos o recorde em investimentos em todos os aspectos, seja no Dnit, na Valec ou na construção naval", discursou Passos.
Ele acrescentou que, a partir de agora, o governo tem que pensar no futuro, nas ações que devem ser levadas a cabo nos próximos quatro anos.
Nascido na capital paulista, Rodrigues é advogado e procurador. Está no quarto mandato de vereador, cargo que assumiu pela primeira vez em 2001. Em 2010, teve o mandato cassado, mas o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo decidiu rever a decisão.
Rodrigues começou a vida pública na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Nos anos seguintes, trabalhou na Assembleia Legislativa de São Paulo e nos governos municipal e estadual.