Ex-procurador da República e professor de Direito Constitucional, José Pedro Taques (PDT) chega ao Palácio Paiaguás nesta quinta-feira, 1º de janeiro, com a promessa de fazer um governo eficaz, transparente e transformador. Sempre criticando em seu discurso anomalias da atual gestão e de anteriores, Taques tem a incumbência de administrar o Estado diante de um déficit orçamentário de R$ 1,7 bilhão, que é apontado pela sua equipe de transição e rebatido pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
O esboço da gestão pública mostra que o governador enfrentará dificuldades históricas, como a falta de infraestrutura, de recursos próprios e a própria burocracia para alocar recursos aos seus projetos no governo federal. Por isso, convocou uma equipe de secretários com perfil extremamente técnico, porém, com pouca experiência efetiva na administração pública. O grupo pretende enxugar a máquina para obter os resultados almejados.
O presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD) e o primeiro-secretário, Mauro Savi (PR), darão posse a Taques hoje, às 9h, no Plenário das Deliberações. Na ocasião, farão discursos o presidente do Poder Legislativo, o eleito para o cargo de vice-governador, Carlos Fávaro (PP) e o eleito para o comando de Mato Grosso.
Em seguida, às 10h, o governador seguirá para o Centro de Eventos Pantanal, para a cerimônia de transmissão de cargo. Taques concederá entrevista coletiva à imprensa no local, no auditório das Flores. A posse dos novos secretários ocorre no Pavilhão de Eventos do Centro de Eventos do Pantanal.
O evento contará com ampla programação cultural, com apresentação da Orquestra de Mato Grosso com o músico Hélio Flanders. O encerramento da solenidade está previsto para às 12h40.
Perfil – A adesão de Taques à vida política, em 2010, foi marcada pelo surpreendente resultado das urnas de Mato Grosso, que o elegeram Senador da República ao totalizarem 708.440 mil votos válidos. Mandato do qual abdicou em 2014 para chefiar o governo do Estado, sendo substituído no Congresso Federal pelo policial rodoviário federal José Medeiros.
Durante quatro anos em Brasília teve sua atuação avaliada positivamente, entretanto, ranking recente da revista Veja o colocou na 57ª posição entre os parlamentares do Senado, com marca de 3,26 pontos, atrás dos senadores Blairo Maggi (PR) e Jayme Campos (DEM). Taques foi titular da Comissão de Constituição e Justiça e membro de diversas comissões, como a da Reforma Política. O pedetista fez oposição intensa ao governo Dilma Rousseff (PT) no ano passado, principalmente no período pré-eleitoral, quando o Parlamento discutia a criação da CPI da Petrobras.
Entre seus principais projetos no Senado, merece destaque a reforma do Código Penal Brasileiro.