Em apenas 15 minutos, o Santos tratou de acabar com a súbita reação do Vasco e venceu por 3 a 1, na noite desta quarta-feira, em São Januário, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, a equipe obtém a segunda vitória consecutiva e diminui a vantagem para os rivais na briga pela vaga na Copa Libertadores da América de 2006.
O triunfo leva o Peixe a 55 pontos, igualando a pontuação do Palmeiras, com o time da capital paulista tendo vantagem no saldo de gols. Assim, o alvinegro da Baixada permanece na sexta posição, mas a diferença para o Fluminense, quarto colocado e dono da última vaga na Libertadores, cai para apenas um ponto.
Além do bom resultado fora de casa, o Peixe se vinga da derrota sofrida no primeiro turno (3 a 2) e comemora o gol 11.000 da história, segundo o departamento de história e estatística do clube. O autor foi o atacante Geílson, quando abriu o placar logo no primeiro minuto. O Vasco empatou com Romário, aos seis, mas abriu espaços e viu o Peixe marcar com Ricardinho e Basílio, aos 14 e 15 minutos.
Na etapa final, o Santos poderia ter marcado o quarto logo no começo, mas Paulo César perdeu pênalti. Aos 21, foi a vez do adversário perder a sua penalidade, com Romário, e a partir daí, o Vasco não mais ameaçou. Desta forma, o time permanece na 16ª colocação, com 39 pontos, e ameaçado de perto pelo fantasma do rebaixamento à Série B.
As duas equipes voltam a jogar neste domingo pelo Nacional. O Vasco terá pela frente um difícil compromisso contra o líder Corinthians, no Pacaembu, às 16 horas. No mesmo horário, o Santos enfrenta o Cruzeiro, com portões fechados no estádio Parque Antártica. Será a primeira das três partidas da punição aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O jogo
Atuando fora de casa, o Santos teve um início arrasador em São Januário. E com apenas 66 segundos o time abriu o placar. Em cobrança de escanteio de Ricardinho, o atacante Geílson subiu livre, desferiu boa cabeçada e colocou o Peixe em vantagem. O lance desnorteou o Vasco, mas a equipe conseguiu a rápida recuperação em sua primeira oportunidade de gol.
Aos seis, Romário bateu falta, a bola desviou na barreira e entrou no canto esquerdo de Saulo. Os santistas reclamaram bastante da jogada, já que, antes da cobrança, os vascaínos tiveram o lance repetido em duas oportunidades. O time tentava uma jogada ensaiada, Luciano Henrique e Paulo César desviaram, mas acabaram advertidos com cartão amarelo por não respeitar a distância de 9,15m, segundo o árbitro.
Com o empate, a equipe da casa se animou, foi ao ataque e acabou se expondo. Assim, o Santos ameaçou com rápidas tabelas do trio Luciano Henrique, Basílio e Geílson. Aos 14, os visitantes voltaram a frente do placar, após pênalti dado pelo árbitro em jogada de Basílio, que foi derrubado por Wagner Diniz. Na cobrança, Ricardinho bateu forte no canto esquerdo.
Um minuto depois, o trio do Peixe aproveitou a lentidão adversária e marcou de novo. Luciano Henrique lançou Geílson, que invadiu a área e exigiu boa defesa de Roberto. No rebote, porém, ninguém do Vasco marcou e Basílio, livre, deu um belo voleio para festejar. Se não bastasse os três gols, o time carioca ficou ainda mais perdido em campo aos 24, quando Alex Dias sentiu lesão e foi substituído por William.
Com total liberdade, o Santos tinha extrema facilidade na frente e a trave salvou por duas vezes o Vasco de tomar o quarto, aos 26. Basílio foi lançado, tocou por cobertura, Roberto se esticou todo, a bola bateu no travessão, o rebote sobrou para Geílson, que voltou a acertar a trave.
Sem o artilheiro Alex Dias, os anfitriões só chegavam em lances esporádicos de Romário, que cansou de orientar, em vão, os seus companheiros. Com muito espaço, o Santos ainda deu trabalho para Roberto no final do primeiro tempo com chute de Kléber. Inconformado, o Baixinho desabafou a caminho do vestiário. “Foi o pior primeiro tempo que disputei pelo Vasco, ninguém fez nada, ninguém correu, ninguém falou. O Santos perdeu a chance de fazer mais”, lamentou.
Pênaltis errados e reclamações: Apesar dos protestos do seu capitão, a defesa carioca tratou de comprometer logo aos quatro minutos. Em cruzamento da esquerda, Osmar desviou com a mão e o árbitro anotou a penalidade máxima. Paulo César foi para a cobrança, deslocou o goleiro, mas também tirou do gol, mandando para fora.
A falha santista animou o adversário, que passou a dominar as ações e também a reclamar demais de Wilson Souza de Mendonça. Aos oito, Romário foi lançado em profundidade, marcou na saída de Saulo, mas o árbitro impugnou a jogada dando impedimento. Depois do gol, o time protestou de dois possíveis pênaltis em Romário e Wagner Diniz, que o árbitro não marcou.
Nervoso, o Vasco viu o Santos ameaçar em rápidos contra-ataques puxados por Basílio. Aos 15, ele exigiu boa defesa de Roberto. Três minutos depois, o camisa sete finalizou, a bola estourou na zaga, sobrou para Geílson, que finalizou, viu Wagner Diniz desviar e o goleiro vascaíno fazer um milagre para evitar o gol.
Quando o time carioca mais preocupava em contestar a arbitragem, o pernambucano acabou errando a favor do Vasco. Aos 21, Halisson tocou com a mão fora da área e o árbitro deu pênalti. Romário, porém, desperdiçou, acertando a trave direita de Saulo, que vibrou muito. Mesmo assim, o Vasco continuou melhor e pressionando o adversário em seu campo.
O Santos se limitou a fechar a marcação na área, o que forçou o Vasco a cansar de tentar em chutes de fora da área. Foi assim com Abedi, Morais, Rodrigo e até Romário por mais de dez minutos, mas que paravam nas mãos de Saulo ou na linha de fundo. Sem muita criatividade, a equipe cruzmaltina não conseguiu mais mexer no placar e viu os santistas se vingarem da derrota do turno.