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Rubens Barrichello encerra trajetória pela Ferrari

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Termina hoje, com uma frustração e um lugar na história, a trajetória do primeiro brasileiro a correr o Mundial de F-1 pela Ferrari.

Foram 2.241 dias entre o primeiro e o último compromissos de Rubens Barrichello pela mais tradicional escuderia do automobilismo. Uma conta que começou em 4 de setembro de 1999, com o anúncio da contratação, e que termina com sua participação, em Mugello, no Ferrari Day, evento de fim de temporada da equipe.

Na segunda-feira, já extra-oficialmente, ele vestirá o macacão vermelho pela última vez. Ao volante de um F-1 de três lugares, usado pelo time em eventos mundo afora, Barrichello levará pai, mãe, avô, irmã e outros membros da família para dar algumas voltas em Fiorano.

Depois disso, entrará em férias forçadas, até o primeiro treino pela Honda, provavelmente em 11 de janeiro de 2006 –os italianos não o liberaram para experimentar o novo carro em dezembro. A temporada de 2006 começa em 12 de março, no Bahrein.

“Acho que consegui me dar muito bem nesses seis anos dentro das minhas possibilidades, dentro dos limites que me foram impostos. Mas não saio com o sentimento completo de missão cumprida porque não ganhei o título”, disse Barrichello.

Objetivo que ele traçou naquele setembro. E que reedita agora.
“Foi a Ferrari que me deu a chance de ser o que eu sou atualmente. Minha velocidade nunca mudou, mas consegui aprimorar aquilo que sempre fiz. Então saio com uma chance boa de tentar ser campeão por uma outra equipe.”

Tarefa muito mais complicada que a anterior. Em sete temporadas de existência, a BAR nunca venceu uma prova na categoria. Os melhores resultados da equipe são quatro segundos lugares, todos com Jenson Button.

Qualquer que seja o desfecho de sua empreitada, porém, o brasileiro já garantiu vaga nos livros de recordes da Ferrari. Faltou o título, é fato. Mas as estatísticas o alçam ao posto de segundo piloto mais importante da história da escuderia –ironicamente, atrás apenas de Michael Schumacher, o algoz de sua vida em Maranello.

Barrichello aparece em segundo lugar nos rankings de GPs disputados, melhores voltas, pontos e pódios dos 56 anos de participação da Ferrari na F-1 –sempre atrás do alemão. Com 11 poles e nove vitórias, é o quarto colocado, abaixo ainda de Niki Lauda (bicampeão pelo time em 75 e 77) e Alberto Ascari (bi em 52 e 53).

Somou, no entanto, mais vitórias e poles positions do que os outro quatro pilotos que foram campeões pela escuderia: Jody Scheckter (três e uma, respectivamente), John Surtees (quatro e quatro), Phil Hill (três e seis) e Mike Hawthorn (três e quatro).

Os números são resultado de seu trabalho, mas também de outros dois fatores. Primeiro, sua longa permanência no time, mais uma vez inferior apenas à de Schumacher –o alemão completou neste ano sua 11ª temporada pela Ferrari. Segundo, ter percorrido o período áureo da equipe.

Nos últimos sete campeonatos, a escuderia conquistou seis de seus 14 títulos de construtores.

“Vou lembrar mais das coisas boas do que das ruins, certamente”, disse Barrichello, que surpreende no balanço dos seis anos.

Na opinião dele, o melhor momento não foi a primeira vitória na F-1, na Alemanha-2000, largando em 18º. E o pior não foi a marmelada da Áustria-2002.

“O momento mais belo foi minha vitória na Inglaterra”, afirmou, referindo-se a seu sexto triunfo, em 2003, após ter largado na pole position. E o pior?

“Foi quando acabou minha gasolina em 2003 em Interlagos. Aquilo foi difícil de engolir”.

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