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São Paulo massacra Atlético e é tri-campeão da Taça Libertadores

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O tricampeonato que ficou 11 anos congelado na retina dos são-paulinos finalmente virou realidade. No mesmo Morumbi da final de 94, o São Paulo conseguiu espantar definitivamente o fantasma do pênalti perdido por Palhinha. O dia 14 de julho de 2005 entrou para a história e escreveu um novo capítulo em vermelho, preto e branco. Na primeira final brasileira da Copa Libertadores, o Tricolor fez valer o seu favoritismo e venceu o Atlético-PR, por 4 a 0, mantendo a invencibilidade de 18 anos em jogos de Libertadores do Morumbi. Neste período, foram disputadas 29 partidas.

Acostumado a estar na vanguarda do futebol brasileiro, o São Paulo conseguiu enterrar a década de jejum que lhe valeu os apelidos pejorativos de “pipoqueiro”, “bambi” e “amarelão” dados pelas torcidas rivais. A partir de agora, as piadas nada significam porque o Tricolor é o primeiro e único tricampeão da Copa Libertadores da América, competição que sempre foi o xodó dos são-paulinos.

Unindo a qualidade técnica de Cicinho, Amoroso, Danilo, Júnior e Luizão ao coração e força física de Lugano, Josué, Mineiro e Fabão, o Tricolor formou um time sólido e que possibilitou a Rogério Ceni atingir o maior momento de sua carreira e coroá-la com o título que lhe faltava para consolidar seu status de um dos maiores nomes da história do clube.

Após o empate por 1 a 1 no primeiro jogo, a partida final foi emocionante. Amoroso abriu o placar aos 16 minutos do primeiro tempo. Mesmo pior no jogo, o Atlético-PR teve um pênalti duvidoso marcado em seu favor no final do primeiro tempo. Fabrício foi para a bola e viu o gol diminuir quando Rogério Ceni se adiantou muito. A bola bateu na trave e o árbitro mandou o jogo seguir.

No segundo tempo, o destino resolveu premiar do defensor ao reserva, passando pelo centroavante. Fabão marcou de cabeça e Luizão se despediu do Tricolor com o gol. Nos minutos finais, Tardelli fez o dele e transformou o Morumbi em Moruntri.

O jogo
A partida começou bastante equilibrada como já havia ocorrido no Beira-Rio. O São Paulo teve as melhores chances com Lugano e Cicinho, mas os contra-ataques do Atlético-PR continuavam sendo perigosos. Em um deles, Lugano levou cartão amarelo.

Aos 16 minutos, Luizão dividiu com André Rocha e tocou de calcanhar para Danilo bater. Diego soltou a bola e Danilo conseguiu desviá-la para o segundo pau. Amoroso estava atento para conferir de cabeça e fazer o Morumbi explodir de alegria pela primeira vez na noite.

A partida ficou ainda mais brigada e os são-paulinos aproveitavam as reclamações da torcida para exigir punição para as faltas atleticanas. Apesar de ser um time mais técnico do que o adversário, o São Paulo mostrou que sem coração, marcação e força física não se ganha uma Libertadores.

Sem muita organização, o Furacão da Baixada tentou buscar o empate e permitiu que o São Paulo também ganhasse a opção dos contra-ataques. Em um deles, Cicinho por muito pouco não marcou o segundo gol tricolor em chute de longa distância.

Cocito deu um carrinho duríssimo em Josué e levou cartão amarelo. O técnico Paulo Autuori queria o vermelho e ficou revoltado, jogando um copo de água no gramado. A pressão era grande.

Aos 41 minutos, Danilo recebeu bola muito bem enfiada por Amoroso. O chute tinha endereço certo, mas saiu pela linha de fundo, passando muito perto da trave direita de Diego.

Quando ninguém mais acreditava em emoções no primeiro tempo, o zagueiro Alex deixou Aloísio girar e derrubou o jogador do time paranaense. O árbitro marcou pênalti duvidoso já que o centroavante estava na risca da área. Fabrício foi para a cobrança e o técnico Antônio Lopes segurou um santinho nas mãos. A mandinga de nada adiantou. Rogério Ceni acertou o canto da cobrança, mas não alcançou a bola, que bateu na trave e provocou o suspiro mais barulhento que o Morumbi já presenciou.

Após o intervalo, o Atlético-PR nem teve tempo para tentar assustar o São Paulo. Cicinho cobrou escanteio pela direita e Fabão subiu mais do que todo mundo para fazer o gol que a torcida esperava. Aos 7 minutos do segundo tempo, o Morumbi inteiro soltou o grito que estava 11 anos entalado na garganta dos são-paulinos: “Tricampeão”.

A partir de então, tudo foi motivo para festa. Desde uma bola rebatida pelos zagueiros ou uma leve demora de um gandula na reposição de bola. Algo estava reservado para Luizão. O atacante mostrou porque é o maior artilheiro brasileiro da história da Copa Libertadores. Em condição de impedimento, ele marcou seu 28º gol, somadas as cinco edições que disputou, após a jogada de Amoroso.

A torcida fez uma festa para Luizão, que fez seu último jogo com a camisa do São Paulo. Paulo Autuori também foi elogiado e a torcida ironizou o antigo técnico Leão, que abandonou o time durante o torneio, seduzido pelos iens do futebol japonês.

Aos 44 minutos, depois de ter perdido uma oportunidade, Tardelli fintou bem na área e marcou o seu gol.

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