Timão foi ao Rio de Janeiro para enfrentar o Botafogo neste domingo, no estádio Luso-Brasileiro, disposto a provar que o incidente envolvendo o atacante Carlitos Tevez e o zagueiro reserva Marquinhos estava totalmente superado, e que os socos e pontapés trocados no coletivo da última sexta-feira faziam realmente parte do passado.
Apesar da força de vontade do argentino, que “fez as pazes” com Marquinhos no treino de sábado, a impressão que ficou foi a de que o elenco realmente está com os nervos à flor da pele. Sem a Fiel para apoiar, já que a partida teve de ser disputada com portões fechados, o Timão demorou para se encontrar em campo, mas foi melhor do que o Botafogo. A partida, principalmente no primeiro tempo, foi de curar insônia, salvo o lance do gol de Gil, aos 32 minutos.
O jogo melhorou na etapa final e o Botafogo chegou à virada. Alex Alves, com dois gols de pênalti, e Ramon, com um belo chute de fora da área, definiram a virada e a vitória por 3 a 1. Com o resultado, o time carioca chega a seis pontos na tabela, e mantém 100% de aproveitamento. O Timão, em situação complicada, ainda não venceu na competição.
Pelo Campeonato Brasileiro, o Timão volta a campo somente no próximo domingo, para disputar o clássico contra o São Paulo, no Pacaembu. Antes, porém, vai a Santa Catarina para decidir sua passagem às quartas-de-final da Copa do Brasil contra o Figueirense. No primeiro jogo, deu Timão: 2 a 0. Já o Botafogo, fora da Copa do Brasil, entra em campo domingo, pelo Brasileirão, contra o Vasco, no Maracanã.
O “combate”: No córner direito do ringue estava o Botafogo, com uma vitória no cartel, conquistada domingo passado, fora de casa, contra o Internacional, e tendo como arma o oportunismo de Alex Alves. No córner esquerdo, o Timão, ainda sem vitórias. Abalado com a briga interna entre Tevez e Marquinhos, tinha no “boxer” argentino a grande esperança de nocautear o time da estrela solitária e se recuperar do empate contra o Juventude, em pleno Pacaembu.
Ao soar o gongo e começar o primeiro round, ou melhor, o primeiro tempo, quem tomou a iniciativa do combate foi o time visitante. Tevez tentou duas jogadas em velocidade, mas pecou no toque final, e não conseguiu boa evolução. O primeiro bom lance da etapa inicial somente aos 14 minutos, após boa trama de Roger e Gustavo Nery, mas o cruzamento do lateral foi muito alto, e Tevez, mesmo esticando a perna, não conseguiu alcançar a bola.
Sentindo falta do apoio dos torcedores, os 22 atletas praticamente dormiam em campo. Quem assistiu ao jogo pela televisão só não foi à lona porque Gil, aos 32 minutos, aproveitou cobrança de escanteio de Roger, e, após receber toque de cabeça de Marcelo Mattos, completou, também de cabeça, para o fundo das redes de Jefferson: 1 a 0, e vitória parcial por pontos, já que o lutador carioca não conseguiu levar o Timão para perto das cordas nenhuma vez.
Nocaute: No round final e decisivo, o time carioca veio mais ofensivo, com Almir no lugar de Juca. A luta melhorou e teve lances de emoção de ambos os lados. O Timão teve a chance de ampliar depois que Edson chutou e Jefferson rebateu nos pés de Gustavo Nery, mas o lateral estava em posição de impedimento.
Na seqüência do lance, Túlio deu um chapéu em Betão dentro da área, e o zagueiro corintiano, ao tentar fazer o corte, atingiu a cabeça do volante carioca. O árbitro marcou pênalti, que Alex Alves cobrou com categoria: 1 a 1 e luta empatada. O Timão assimilou o golpe, e com Dinelson no lugar de Roger, contundido, teve chances para chegar ao nocaute.
A melhor seqüência de golpes aconteceu entre os minutos 22 e 23. Primeiro, Tevez tabelou com Dinelson e conseguiu escanteio. Na cobrança, Gil tentou passar pelo zagueiro, deu um drible a mais e perdeu a bola, mas Dinelson pegou a sobra, chutando para defesa de Jefferson. Em nova cobrança de escanteio, Gustavo Nery, embaixo da trave, simplesmente desabou ao perceber a chegada do defensor carioca, e perdeu a chance de definir o combate.
Ao abrir a guarda, no entanto, o time paulista foi à lona. Nos contra-golpes, o Fogão matou o Corinthians. Marcelinho, que estreara na equipe, foi o grande responsável pelos golpes fatais. Primeiro ele serviu para Ramon, que encheu o pé e matou Fábio Costa, aos 29 minutos. Aos 44, ele avançou pela esquerda e foi derrubado por Sebá. Mais um pênalti, que Alex Alves cobrou com força, definindo o placar e a queda da invencibilidade de 11 jogos do Timão: 3 a 1.