“Glória do Desporto nacional, ó Internacional…”. O trecho inicial do hino Colorado ecoa forte no Planeta Bola, pois o Inter é campeão mundial de futebol. Com raça, o time suportou a melhor técnica do Barcelona no duelo deste domingo em Yokohama, no Japão, jogou com inteligência e, graças à estrela de Abel braga, venceu por 1 a 0 e subiu ao lugar mais alto do pódio no Mundial de Clubes da Fifa.
O treinador colorado levou as mãos à cabeça quando seu capitão, Fernandão, foi obrigado a deixar o campo aos 30 minutos, contundido. Mal sabia ele que Adriano Gabiru, o eleito para substituir o artilheiro, daria ao Colorado a maior glória de seus 97 anos de história.
Com apenas seis minutos em campo, o jogador aproveitou um passe perfeito de Iarley em um contra-ataque e, a nove minutos do fim, venceu Valdés para dar ao Inter a glória de se tornar o melhor time do mundo.
O resultado coloca o Inter no seleto grupo de times brasileiros campeões do mundo, que já contava com São Paulo, Santos, Corinthians, Flamengo e Grêmio, além de ratificar a superioridade sul-americana nas competições disputadas desde 1960 (25 a 21).
O jogo começou equilibrado, com o Barcelona respeitando o Inter e criando poucas oportunidades reais de gol. Prova disso é que foi o Colorado quem primeiro chegou perto de balançar as redes, primeiro com Wellington Monteiro, em chute de longa distância, e depois com Alexandre Pato, completando de cabeça um cruzamento de Iarley.
Com o passar do tempo, no entanto, a equipe espanhola começou a tocar a bola e achar espaços na zaga gaúcha. Dos 15 aos 22 minutos, o Barça criou três chances reais para abrir o placar. Na primeira delas, Gudjohnsen, bem colocado, bateu de primeira depois de cruzamento de Zambrotta, mas levou azar.
Na seqüência, Iniesta iniciou a jogada e tocou para Deco. O luso-brasileiro abriu as pernas e deixou a bola chegar para Van Bronckhorst, que chegou batendo. Clemer fez linda defesa e, no rebote, evitou novamente o gol em chute forte de Ronaldinho Gaúcho.
A partir desse momento, o Inter passou a apostar somente nos contra-ataques e chegou perto do gol de Valdés somente quando o zagueiro Índio resolveu se aventurar na frente e, ao receber passe de Edinho, arriscou o chute, com perigo.
Melhor em campo, o Barça criou pelo menos mais duas oportunidades para marcar, mas pecou na falta de pontaria de Gudjohnsen e parou nas mãos de Clemer, que fez bela defesa em cobrança de falta de Ronaldinho Gaúcho.
O empate sem abertura de contagem acabou ficando de bom tamanho para o Inter, que criou menos e não conseguiu impedir o bom toque de bola do time catalão. Abel deixou o campo com cara de poucos amigos e com a possibilidade de mandar o colombiano Vargas a campo no segundo tempo.
Na etapa final, Abel fez o que era esperado e mandou o ex-jogador do Boca à campo. O Barça também mudou e colocou Belletti, herói do título da Copa dos Campeões na partida contra o Arsenal, no lugar de Zambrotta.
Assim como nos 45 minutos iniciais, o duelo começou equilibrado e com poucas emoções. O primeiro chute a gol foi do Inter, com Pato tentando surpreender Valdés da intermediária, mas errando no cálculo.
Insatisfeito com seu time, Rijkaard não esperou os tradicionais 15 minutos para mexer de novo no time. Aos 13, aproveitou que Thiago Motta estava pendurado com cartão amarelo e sacou o brasileiro para a entrada de Xavi, mesma troca que fez na goleada sobre o América.
A resposta de Abel Braga não demorou. Momentos depois, o treinador repetiu a alteração que deu certo na vitória sobre o Al-Ahly e trocou Alexandre Pato, já sumido em campo, para a entrada de Luiz Adriano, herói da classificação gaúcha para a final do Mundial.
As mudanças não alteraram em quase nada o panorama da partida. Luiz Adriano deu mais velocidade ao ataque gaúcho, mas continuou sofrendo com a marcação da zaga espanhola, bem posicionada. O Barça também não encontrou os mesmos espaços do primeiro tempo e, precavido, evitou se arriscar demais para não se expor aos contra-ataques.
Estudado, o jogo seguiu equilibrado até os 27 minutos, quando Xavi começou a fazer o que Rijkaard queria. Caindo pela direita, o espanhol criou três excelentes chances para dar a vitória ao Barça. Na melhor delas, invadiu a área e chutou forte, cruzado e rasteiro, mas Clemer fez um verdadeiro milagre para evitar o gol.
Sem Fernandão, que foi obrigado a deixar o campo contundido, passou a brilhar a estrela de Abel Braga. O treinador colocou em campo o criticado Adriano Gabiru, e entrou para a história como o mais novo campeão mundial. Com apenas seis minutos em campo, o meio-campista aproveitou belo lançamento de Iarley e fuzilou Valdés, garantindo ao Colorado o lugar mais alto do pódio no Mundial de Clubes da Fifa.
Em desvantagem, o Barcelona partiu para o desespero e poderia ter chegado ao empate logo na seqüência, com uma bomba de Deco da intermediária. Para azar do luso-brasileiro, no gol estava o experiente Clemer, que, aos 37 anos, saltou como um gato para evitar o gol e confirmar: o Inter é o melhor time do mundo depois de 97 anos de existência.