No centésimo jogo da história entre Vasco e Santos, quem mandou foi a cordialidade. Mesmo com o confronto valendo diretamente uma vaga na Copa Libertadores, ambas as equipes jogaram para o gasto. Resultado final neste sábado, em São Januário: um fraco 1 a 1, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, suficiente para classificar o Peixe em mais uma edição da competição continental.
A situação do Gigante da Colina fica complicada. A equipe alcança os 58 pontos, mas cai uma posição na tabela e fica em sexto. O Paraná, que venceu o São Caetano no ABC, ficou com 59 e sobe à zona de acesso para a Libertadores. Na última rodada, o Vasco joga sua sorte diante do Figueirense, em Florianópolis.
Com os 61 pontos, na quarta colocação, o Santos ainda pode ser alcançado pelo rival carioca, mas possui 17 vitórias contra apenas 15 dos vascaínos, garantindo antecipadamente sua vaga na Libertadores. Na última rodada, o Peixe cumpre tabela contra o lanterna Santa Cruz, na Vila Belmiro.
Diferente do previsto, a partida na Colina foi marcado pela pasmaceira. Precisando da vitória, o Vasco não se arriscou no ataque. Garantido com o empate, o Santos ditou o ritmo tranqüilo do jogo e deixa o Rio de Janeiro com seu objetivo alcançado.
Luxemburgo surpreendeu na escalação, abdicou do 3-5-2 e armou um time ofensivo em São Januário. A atitude, contudo, parece ter confundido os próprios jogadores do Santos, que erravam passam e não conseguiam oferecer perigo à defesa vascaína. Melhor para os mandantes que logo aos quatro apareceram pela primeira vez. Morais arrancou em contra-ataque e tocou curto para Andrade. De primeira, o volante acha Leandro Amaral, que emendou o chute nas mãos de Fábio Costa.
Sem ter como infiltrar na área dos mandantes, restou ao Santos tentar de longe. Aos seis, Reinaldo recebeu passe na intermediária do campo, ajeitou para o pé direito e finalizou. A bola desviou na zaga e por pouco não engana o goleiro Cássio. A primeira chance santista de perto aconteceu aos 13. O mesmo Reinaldo apareceu livre após triangulação e finalizou bem, obrigando uma boa defesa do camisa um vascaíno.
Aos 21, percebendo o congestionamento na entrada da área, o Peixe tentou a jogada aérea. E deu certo. Zé Roberto cobrou escanteio pela direita na primeira trave e o zagueiro Domingos subiu mais alto que os vascaínos para desviar e marcar seu segundo gol no Brasileirão.
O Vasco sentiu o gol. Mesmo empurrado pela torcida, o Gigante da Colina desperdiçava oportunidades e não conseguia oferecer perigo ao Santos. Somente aos 37 os cruz-maltinos voltaram a arrancar suspiros. Andrade cobrou falta de longe do gol, com perigo, e exigiu boa presença de Fábio Costa.
Aos 39, contudo, os mandantes chegaram ao empate com muito oportunismo. Ramon recebeu passe colocado dentro da área, mas não conseguiu dominar a bola. Melhor para Leandro Amaral. Em boa fase, o atacante pegou o rebote entre a zaga, chutou e empatou o jogo para o Vasco.
Na volta do intervalo, mal deu tempo do Santos esboçar algo e o Vasco assustou. No primeiro minuto, Leandro Amaral cobrou lateral nos pés de Claudemir. O lateral-direito invadiu a área, driblou a marcação de Ávalos e finalizou bem, na rede pelo lado de fora. Aos sete, mais pressão carioca. Andrade cobrou falta de longe e Fábio Costa bateu roupa na hora de defender.
Curiosamente, mesmo estando melhor no jogo, o Vasco caiu de produção. Aos 31, Andrade arriscou de fora da área, mas era a única oportunidade criada em mais de 20 minutos. Melhor para o Peixe, que aos 34 viu Rodrigo Tabata cobrar falta com perfeição e exigir boa defesa de Cássio.
O goleiro vascaíno ainda fez mais uma boa defesa aos 38. Reinaldo arriscou de fora da área e o camisa um conseguiu espalmar. Com o Santos ameaçando crescer, restou ao time da Colina se preocupar mais com a defesa. Renato Gaúcho apostou nos reservas, mas o resultado não foi satisfatório. Ainda assim deu tempo para o Vasco perder mais gol. Aos 48, Fábio Júnior, na pequena área, cabeceou um cruzamento para fora.