O Palmeiras entrou no gramado do Arruda nesta quinta-feira para “matar” o Santa Cruz e fugir de vez do “inferno”, nome dado pelo técnico Tite à zona de rebaixamento do Brasileirão, mas acabou provando do veneno da “cobra coral” pernambucana e deixou Recife nocauteado, com uma derrota por 3 a 2.
Paulo Rodrigues, com um golaço de falta, Nenê, cobrando pênalti, e Jorge Henrique, aproveitando falha de Diego Cavalieri, deram três “picadas”, colocaram uma pá de cal nos planos do Verdão, deram uma sobrevida ao time da casa e decretaram a segunda derrota seguida da equipe. Juninho Paulista e Roger Silva marcaram para o Verdão.
O resultado deixou o Palmeiras ainda mais perto da zona perigosa da competição. Com 30 pontos, o Palestra está lado a lado com o Goiás, primeiro time do quarteto que cairia à Série B, mas supera o alviverde do Centro-Oeste nos critérios de desempate.
Apesar de ser melhor tecnicamente do que o tricolor pernambucano, o Palmeiras pecou em alguns aspectos no Recife: fez diversas faltas perto de sua área e insistiu nas jogadas pela esquerda, já que não contava com um jogador de origem na outra ala. Desorganizado, o time criou apenas uma boa chance no primeiro tempo do duelo. Edmundo fez belo lançamento para Marcinho, que matou no peito e bateu forte, mas muito alto. Momentos depois, o Animal caiu em cima do ombro e foi obrigado a deixar o campo para a entrada de Rosembrick.
O Santa Cruz, que não tinha nada a ver com a noite infeliz do Palmeiras, fez sua parte e não “morreu”, como desejava o volante rival Roger Bernardo. Além do golaço de Paulo Rodrigues, marcado aos 15 minutos, o tricolor pernambucano chegou perigosamente em pelo menos mais três oportunidades, todas neutralizadas pelo excelente Diego Cavalieri.
Na etapa final, Tite trocou Chiquinho por Michael para tentar dar mais ofensividade a equipe, e a troca quase surtiu efeito logo no primeiro lance, com o ala invadindo a área e chutando forte, cruzado, perto da meta defendida por Guto.
Aos quatro minutos, Marcinho fez bela jogada pela direita e rolou para Michael. O lateral viu Juninho se aproximando e só rolou para o camisa dez palmeirense colocar, com categoria, no canto do goleiro e decretar a igualdade no marcador: 1 a 1. A alegria palmeirense durou exatos dois minutos. Logo na seqüência, Dininho puxou Nenê dentro da área. Bem colocado, Alicio Pena Júnior assinalou a penalidade máxima, que o próprio Nenê converteu: 2 a 1.
O gol foi uma ducha de água fria nos comandados de Tite. O time se perdeu em campo e acabou deixando todas as ações do jogo para o adversário. O terceiro gol passou a ser questão de tempo e saiu aos 14 minutos, com a colaboração de Diego Cavalieri. O goleirão soltou uma cobrança de falta para a área e Jorge Henrique se aproveitou, cutucando para as redes: 3 a 1.
Dali até o final do jogo, o que se viu foi uma situação atípica. Dono do jogo, o Santa Cruz perdeu gol atrás de gol e teve a chance de golear o Palmeiras. Nocauteado, o time do Parque Antártica ainda conseguiu seu segundo gol com Roger Silva, que acabara de entrar no lugar do volante Roger Bernardo. Na base do desespero, o time tentou o empate, mas não conseguiu e deixou Recife com mais uma derrota em sua “excursão” pelo país.
No domingo, o Santa Cruz joga novamente no Arruda diante do Juventude, enquanto o Palmeiras vai a Presidente Prudente encarar o líder do Brasileirão no clássico da rodada diante do São Paulo.