Vinte e quatro anos depois de decidirem o título da Copa do Mundo disputada na Espanha, Alemanha e Itália voltaram a ficar frente a frente para um jogo de vida ou morte no torneio de seleções mais importante do planeta. Mesmo com o apoio da torcida, a Alemanha não conseguiu superar as estatísticas e irá assistir pela televisão a definição do novo campeão mundial.
Fábio Grosso, com um golaço aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação,e Del Piero, já nos acréscimos, quebraram a invencibilidade alemã em Dortmund e levaram o time da Bota a mais uma decisão.
Agora, os italianos assistirão de camarote a luta entre Portugal e França, nesta quinta, para saber contra quem tentarão, enfim, comemorar o tetracampeonato mundial dia 9 de julho, em Berlim. Um dia antes, em Sttutgart, a Alemanha faz sua melancólica despedida na luta pelo terceiro lugar do torneio.
A Itália começou o duelo marcando forte e não deixando a Alemanha jogar. Com a defesa bem postada e os volantes em cima de Ballack e Schneider, o time de Marcelo Lippi foi pouco ameaçado e teve em seus pés as melhores oportunidades de abrir o placar no primeiro tempo.
Totti, primeiro com cobranças de falta, escanteios e uma linda assistência para o meia Perrotta, foi o grande nome do time, e a Itália só não abriu o placar com seu camisa 20 graças à boa saída do goleiro Lehmann.
Dominada, a Alemanha chegou pouco, mas chegou bem. Em um rápido contra-ataque, Klose serviu para Schneider, que soltou o pé, mas levou azar e viu a bola raspar a trave esquerda do goleiro Buffon, na principal oportunidade perdida pelos donos da casa no primeiro tempo.
A Alemanha voltou dos vestiários mais ligada na partida e, em menos de cinco minutos, criou duas chances para abrir o placar, primeiro com Kehl, de voleio, e depois com Klose, que recebeu na frente, dividiu a jogada com o goleiro Buffon e perdeu o gol. Com mais posse de bola, os anfitriões continuaram melhores e criando seguidas chances para marcar, mas a boa presença de Gianluigi Buffon embaixo das traves italianas não permitia a abertura de contagem.
Klinsmann ainda tentou corrigir o erro na escalação inicial trocando Borowski por Schweinsteiger e também sacando Schneider para a entrada de Odonkor, mas o gol teimou em não sair. Lippi também sacou Luca Toni para a entrada de Gilardino, sem sucesso. O time continuou arriscando muito de longa distância e facilitando o trabalho de Jens Lehmann até o término dos 90 minutos.
Para ficar na história: Normalmente amarrada e estudada, a prorrogação de Itália e Alemanha foi exceção à regra, pois transbordou de emoção e consagrou o arrojo do técnico Marcelo Lippi. O treinador da Azzurra apostou no ataque, sacando Camoranesi, pendurado, para a entrada de Iaquinta e por pouco não foi recompensado logo no primeiro lance, ao ver Gilardino acertar a trave de Lehmann. A sorte continuou ao lado dos anfitriões na bomba de Zambrotta, que explodiu no travessão logo em seguida, após cobrança de escanteio.
A Alemanha, por sua vez, teve a melhor chance depois de um erro do árbitro Benito Archundia, que não marcou falta clara em cima de Totti na entrada da área. No contra-ataque, Podolski, de cabeça, por pouco não deixou a sua marca. Já com Neuville ao seu lado, o polonês esbarrou pela última vez nas mãos de Buffon, e viu seu castelo ruim em seguida.
Grosso, em uma linda jogada, abriu o marcador para a Itália aos 13 minutos e, na seqüência, Del Piero, que começou o jogo no banco, deu o golpe de misericórdia no lance final da partida. Itália 2 a 0 e Alemanha fora da disputa.