Contratado pelo presidente Alberto Dualib, há dois meses, Marcelinho só passou a treinar com o elenco corintiano na última semana para domar a crise pela eliminação da Libertadores. Agora, virou ameaça aos titulares, ao ficar no banco na partida com o Vasco, neste domingo, às 16h.
A chegada do meia-atacante, de 35 anos, ao clube foi promovida pela diretoria à revelia da parceira MSI e do meia Ricardinho, seu desafeto e um dos líderes do grupo. Sua contratação, em meio a um obscuro acordo que zerou dívidas dele com o clube e do clube com o atacante Luizão, rendeu à advogada de ambos, Gislaine Nunes, R$ 1 milhão de honorários. E fez o iraniano Kia Joorabchian, da MSI, desembolsar, segundo relatou a pessoas próximas, R$ 4 milhões.
Marcelinho, um dos maiores ídolos da história corintiana, viu, de longe, o triste fim do time na Libertadores e só foi integrado ao elenco após acordo entre o clube e a parceira.
Treinou separado do elenco e, na semana passada, foi levado a Curitiba para tentar desviar o foco da equipe eliminada da competição sul-americana. A estratégia, em parte, foi um sucesso. Em Curitiba, recebeu tratamento vip dos fãs, que gritavam seu nome nos treinos.
E presenciou, de perto, a hostilidade da torcida com Ricardinho. Convocado para a seleção, Ricardinho foi embora. Embarca neste domingo para a Suíça. E Marcelinho já entrou em cena.
No treino coletivo de sexta-feira, o atleta, há cinco meses sem jogar, fez ruir o novo sistema tático, com três zagueiros, do técnico Geninho. Com um belo gol de falta, decretou a derrota dos titulares e assegurou presença no grupo que viajou ao Rio de Janeiro. Se vai jogar, o treinador não diz.
Mas gostou do desempenho do atleta, o mais festejado pela torcida no Parque São Jorge durante a semana. “Para quem está parado há tanto tempo, ele foi bem razoável. E não perdeu o jeito na bola parada”, disse o técnico. A preocupação maior de Geninho é com o sistema defensivo. Neste domingo ele terá Marcelo Mattos como companheiro de Sebá e Marcus Vinícius.
“Eu sempre procuro arrumar minhas equipes de trás para a frente”, diz o técnico para justificar o seu esquema 3-5-2. “É seguro e permite que se ataque com agressividade”, afirma ele, que ordenou a ajuda dos meias e atacantes. “Se não tiver ajuda no meio, vamos ter que mudar”, ameaça Geninho, em recado direto a Carlos Alberto e Roger, que iniciam a partida.
Rosinei, no coletivo, foi testado na vaga do último, que volta a ser titular depois de amargar a reserva durante a gestão de Ademar Braga. No Vasco, que colocou 27 mil ingressos à venda para a partida, o técnico Renato Gaúcho deve escalar todos os titulares, após poupá-los nos últimos três jogos por causa da Copa do Brasil. O time assegurou vaga inédita na decisão do torneio após superar o Fluminense.
No Brasileiro, os vascaínos somam oito pontos, contra seis do rival, a quem não vencem desde 2001.
Vasco
Cássio; Wagner Diniz, Fabio Braz, Jorge Luiz e Diego; Ygor, Andrade, Ramon e Morais; Valdiram e Edílson. Técnico: Renato Gaúcho
Corinthians
Silvio Luiz; Marcus Vinícius, Marcelo Mattos e Sebá; Edson, Marcelo Mattos, Xavier, Roger, Carlos Alberto e Gustavo Nery; Nilmar e Rafael Moura. Técnico: Geninho