Mesmo sem contar com mais da metade do time campeão em 2005 (Rogério Ceni, Lugano, Fabão, Cicinho, Luizão e Amoroso), o São Paulo começou bem a participação na Copa Libertadores e derrotou o Caracas por 2 a 1, na noite desta quarta-feira, fora de casa, em sua estréia na competição.
Apesar de não ter boa parte da base vencedora do ano passado, o Tricolor dominou as ações do jogo na capital venezuelana diante de um fraco adversário e mostrou que é realmente um dos candidatos ao título. No primeiro tempo, o time insistiu nos cruzamentos para Aloísio e abriu o placar com o seu artilheiro na temporada: o meia Danilo, aos 35 minutos.
Na etapa final, o atacante foi premiado pela insistência e selou a vitória, ao desviar falta cobrada por Souza aos 17. No final, o Caracas ainda diminuiu com Rey, em cobrança de pênalti, aos 37, mas o time não conseguiu o empate.
Assim, o São Paulo inicia a participação na Libertadores com vitória pela terceira vez em 11 participações. O Tricolor também havia triunfado nas estréias em 1974 (2 a 0 no Palmeiras, quando o hoje técnico Muricy Ramalho ainda era jogador) e 2004 (2 a 1 no Alianza Lima).
Nas duas ocasiões, o São Paulo não saiu com o título nas mãos. Na primeira, o time foi vice perdendo do Independiente, da Argentina. Três décadas depois, o Tricolor caiu diante do Once Caldas nas semifinais. Nas três conquistas, o São Paulo perdeu em 1992 e 1993, e empatou em 2005.
As duas equipes voltam a campo já na próxima semana. Na madrugada de quarta-feira, o Caracas enfrenta o Chivas Guadalajara, fora de casa, enquanto o São Paulo terá pela frente os peruanos do Cienciano, no Morumbi, na noite de quarta. Antes disso, o Tricolor joga contra o São Bento, fora de casa, pelo Paulistão neste domingo.
O jogo
Apesar de não contar com os ícones do tricampeonato, o São Paulo dominou as ações e exibiu futebol de favorito. Com a posse de bola e dominando o meio-campo, o Tricolor tocava e buscava os espaços, enquanto o Caracas só ameaçava em jogadas de velocidade, mas todas sem efeito.
Apostando na força física de Aloísio, o atual campeão insistia nos cruzamentos para a área com o atacante girando e abrindo para outros jogadores. Com liberdade, os alas Souza e Júnior cansavam de lançar para a área e foram os responsáveis pelas principais jogadas nos primeiros minutos. Aos dez, Aloísio dividiu com o goleiro Toyo, chegou a cabecear, mas a bola saiu fraca e o camisa um do Caracas se recuperou.
Acuado, o time venezuelano só levantou o torcedor aos 13, quando Vizcarrondo bateu falta da intermediária e Bosco defendeu em dois tempos. Melhor em campo, o Tricolor passou a ser mais incisivo no ataque na metade final. Aos 29, Aloísio tabelou com Alex Dias, que dominou na área, girou e perdeu uma chance incrível. No minuto seguinte, foi a vez de Souza exigir boa defesa do goleiro em cobrança de falta.
O gol são-paulino era mesmo uma questão de tempo e ele acabou saindo aos 35 na jogada tanto insistida pelo Tricolor. Em lance pela esquerda, Aloísio dominou, tocou para Danilo, que ganhou na corrida da zaga, invadiu a área e bateu forte no canto direito. O goleiro, que caiu atrasado, chegou a espalmar, mas não evitou o gol.
Sob controle: Na etapa final, o São Paulo diminuiu o ritmo, passou a administrar a posse de bola no meio-campo e aguardava o rival, que nada fazia. O campeão só tratou de criar quando Muricy tirou Alex Dias e colocou Thiago. Na primeira jogada, aos 13, o atacante passou para Danilo, que chutou em cima de Aloísio. No rebote, Mineiro bateu forte e Toyo espalmou.
Mesmo sem forçar, o São Paulo ampliou a vantagem quatro minutos depois. Em cobrança de falta de Souza, o chute ia para fora, quando Aloísio desviou a trajetória, tirou Toyo da jogada e marcou o segundo. A partir daí, os venezuelanos partiram para cima de forma desordenada e só trataram de dar emoção à partida com um pênalti duvidoso marcado pelo árbitro colombiano Albert Duarte.
Aos 35, o zagueiro Rey cobrou falta, Bosco tirou. No rebote, houve um bate-rebate, o meia Depablos tentou o cruzamento e o zagueiro Edcarlos – de forma estabanada – dividiu com Guerra. O árbitro deu pênalti, indicando falta do são-paulino. Na cobrança, Rey apenas deslocou Bosco.
Nos minutos finais, os venezuelanos buscaram o empate, mas os cruzamentos não tiveram resultado e o São Paulo soube segurar a vitória, que inicia bem a caminhada da equipe na luta pelo tetra.