O São Paulo sonhava em assumir a liderança do Campeonato Paulista, mas o time tomou literalmente uma ducha d’agua fria e sofreu para empatar com o Bragantino por 3 a 3, na noite de quarta-feira, fora de casa, em partida adiada da segunda rodada da competição.
Debaixo de muita chuva, o Tricolor viu o rival usar justamente a maior arma do campeão mundial – a velocidade – para encerrar os planos são-paulinos. Apesar do campo estar encharcado, a partida foi eletrizante, cheia de alternativas, sendo que o São Paulo teve um jogador a mais nos últimos dez minutos, quando conseguiu o empate no último minuto, com Thiago.
Com a igualdade, o Tricolor vai a 17 pontos, sobe para a terceira posição e fica a dois dos líderes Santos e Noroeste. Já o Bragantino deixa a zona de rebaixamento, assumindo a 15ª colocação, com dez pontos.
O Bragantino abriu o placar logo aos dois minutos com Dinelson. O São Paulo reagiu e empatou com Danilo, aos 17, após duas boas defesas de Felipe. Na etapa final, o atacante Marcos Aurélio, que havia cansado de perder chances no primeiro tempo, recolocou o Bragantino na frente no primeiro minuto.
O placar voltou a ser igualado aos 23, quando Thiago marcou, depois de dois milagres feitos por Felipe. Porém um pênalti de Mineiro em Alex Afonso pôs o Bragantino outra vez na frente com o gol de Adãozinho. O São Paulo se lançou ao ataque, teve a expulsão de Marcus Vinícius e aproveitou para empatar com Thiago, aos 44.
Neste sábado, o São Paulo volta a campo para retomar o caminho das vitórias contra o Paulista, no Pacaembu. No dia seguinte, o Bragantino recebe o São Bento, penúltimo colocado, para ficar mais distante da ameaça da Série B.
O jogo
Animado com quatro triunfos seguidos, o São Paulo, porém, tomou um susto no início e viu um rival extremamente veloz. Logo aos dois minutos, o time da casa aproveitou uma bobeira da zaga são-paulina e abriu o placar. Souza perdeu uma dividida na lateral, deixou para Alex Afonso ir à linha de fundo e cruzar para Dinelson bater por cima de Rogério Ceni no canto direito.
A situação empolgou o campeão paulista de 1990, que perdeu grande chance de ampliar no minuto seguinte com Marcos Aurélio, que chutou cruzado e viu o goleiro espalmar. Aos poucos, o São Paulo foi entrando na partida, passou a tocar a bola e usar da movimentação para criar. Aos 12, Danilo passou para Alex Dias, que dividiu com um zagueiro, e a bola sobrou para Júnior mandar por cima.
Dois minutos depois, foi a vez de Thiago desarmar um rival, puxar contra-ataque e lançar Alex Dias. O camisa 11 invadiu a área, escolheu o canto, mas Felipe se esticou e tirou com os pés um gol certo. Entretanto, aos 17, não teve jeito. Em outra investida de Thiago, Alex Dias dominou na direita e cruzou para Danilo pegar um belo sem-pulo e empatar.
O empate levou o Bragantino, que foi alvo de muitas reclamações pela violência nos jogos contra Corinthians e Palmeiras, partiu para o ataque, mas Marcos Aurélio cansou de perder oportunidades. Aos 23, ele recebeu de Alex Afonso, mas foi travado pela zaga. Sete minutos depois, o sete do Braga foi lançado, demorou demais a finalizar e, quando o fez, mandou para fora.
Com o campo encharcado, o São Paulo ficou acuado na defesa e só saía na velocidade dos contra-ataques. Porém os toques errados impediram os visitantes de ameaçarem e o time de Bragança só não saiu em vantagem no primeiro tempo por conta de outro erro de Marcos Aurélio. Aos 44, ele foi lançado em profundidade, invadiu a área, chutou, mas André Dias se atirou e salvou o Tricolor.
Erro corrigido: Depois de tanto pecar nas finalizações, Marcos Aurélio resolveu acertar e tratou de colocar o Bragantino em vantagem novamente. No primeiro minuto, o experiente Adãozinho, ex-Palmeiras e São Caetano, veio pela direita, cruzou e o camisa sete, desta vez, bateu cruzado, sem chances para o goleiro, e partiu para comemorar.
Três minutos depois, o time da casa só não ampliou por causa do individualismo de Dinelson. Ele puxou contra-ataque, entrou livre pela direita, viu Marcos Aurélio e Alex Afonson sozinhos no meio da área, mas preferiu chutar e Rogério Ceni defendeu sem problemas. A falha levou o São Paulo a novamente ditar o ritmo, mas Alex Dias perdeu duas boas chances de empatar.
Na base da velocidade, o Bragantino explorava os espaços, porém se precipitava e caia na linha de impedimento. Foi assim aos 18, quando Alex Afonso recebeu passe da direita, marcou e o assistente Manoel de Andrade Filho impugnou, dando posição irregular. A torcida da casa reclamou bastante que o zagueiro André Dias dava condição. Cinco minutos depois, Marcos Aurélio recebeu na área e não fez o terceiro porque Dinelson deu uma de zagueiro e tirou.
A punição foi rápida e, em seguida, o Tricolor empatou. Em jogada pela direita, Júnior bateu, Felipe espalmou. Na sobra, Josué teve a chance e o goleiro fez um milagre, mas a bola sobrou para Thiago, que não vacilou, batendo no canto esquerdo de Felipe. E o São Paulo só não virou por causa de um erro de finalização de Alex Dias, aos 28, após jogada de Thiago.
Quando tudo levava ao domínio são-paulino, o Bragantino voltou à frente do placar. Aos 33, Alex Afonso foi lançado na área, bateu e Rogério Ceni espalmou. No rebote, Mineiro deslocou o atacante com o ombro e o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Adãozinho cobrou no canto esquerdo, enquanto Ceni caía do outro lado. O São Paulo foi com tudo ao ataque e ficou com um a mais, aos 37, quando Marcus Vinícius foi expulso, após o volante avançar em cobrança de falta.
Na base da pressão, o Tricolor assustou dois minutos depois com um chute de Alex Dias, que parou em bela defesa de Felipe. Insistindo nos cruzamentos, o São Paulo enfim obteve o empate aos 44, quando Thiago aproveitou cruzamento da direita e não deu chances para o goleiro.