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Luta contra rebaixamento: vencer Grêmio significa um título, diz técnico corintiano

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É quase questão de segurança nacional. Na luta contra o rebaixamento, o Corinthians trouxe junto para Porto Alegre todas as atenções do país. Cada passo dos paulistas antes da decisão deste domingo contra o Grêmio é vigiado por um batalhão de jornalistas e um aparato policial. O Brasil vive cada instante da agonia corintiana.

A operação anti-rebaixamento do clube usou lances de popstar. A delegação desembarcou às 12h17min de sexta-feira direto na pista do Aeroporto Salgado Filho. Subiu em um ônibus com a sugestiva letra B afixada no pára-brisa e refugiou-se em um hotel no bairro MontSerrat sob proteção policial. Menos de quatro horas depois estava no gramado do Beira-Rio. O treino foi leve. Um trote ao redor do gramado e um trabalho técnico no espaço de uma das grandes áreas, restrito aos reservas.

O complicado, mesmo, viria menos de duas horas depois. Mais de 50 jornalistas esperavam por respostas e explicações dos jogadores. Amanhã, a previsão é de que entre 300 e 400 trabalhem no jogo. O zagueiro Fábio Ferreira e o atacante reserva Wilson, que deve jogar. Foram os escolhidos pela assessoria. A norma é que os jogadores falem uma vez por semana. Para preservar o grupo, Nelsinho Baptista decidiu fechar os portões do treino deste sábado.

— É momento nosso — disse.

Ontem, porém, o treino foi mais que aberto. Foi transmitido via satélite. O Sportv mostrou o trabalho na íntegra. Mostrou até os galões de energéticos trazidos pelos paulistas. O Sportv costuma transmitir treinos só da Seleção. É o peso do Corinthians, dono de 10,5% da torcida brasileira segundo o instituto de pesquisas CNT/Sensus. É algo em torno de 19 milhões de pessoas – o Rio Grande do Sul são cerca de 10 milhões de habitantes.

O drama corintiano deslocou até mesmo nomes expressivos do jornalismo nacional. O repórter da TV Globo Caco Barcelos, acostumado às histórias do noticiário geral, grava os passos do time para o quadro Profissão Repórter. A idéia é contar tudo no Fantástico deste domingo, quando o 2007 corintiano já terá um desfecho.

— Acompanhamos o Corinthians há um mês e meio — revelou.

As câmeras de Caco e mais uma dezena de outras gravaram Wilson e Fábio Ferreira falando da apreensão do time. Em pé, diante da boca do túnel, responderam com naturalidade as questões.

— Só dependemos de nós — disse Fábio.

— Houve pressão o ano todo — admitiu Wilson.

Nelsinho se alongou mais.

— Vencer esse jogo é como um título para mim.

Ele definirá o time no treino de hoje. Sem quatro titulares, (Bentinho, Finazzi, Gustavo Nery e Iran), deve escalar Felipe; Zelão, Betão e Fábio Ferreira; Amaral, Carlos Alberto, Moradei, Lulinha e Éverton Ribeiro; Arce e Wilson (Clodoaldo).

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