O tabu de mais de oito anos sem vencer o Uruguai está quebrado. Mas a vitória por 2 a 1 da seleção brasileira nesta quarta-feira no Morumbi foi marcada de imensas dificuldades. Em um primeiro tempo desastroso, o time de Dunga escapou de levar até uma goleada do tradicional rival.
O Brasil melhorou somente depois da entrada do volante Josué no lugar do meia Ronaldinho Gaúcho. Destaque para o centroavante Luís Fabiano, que assumiu a posição de Vágner Love e marcou os dois gols da vitória brasileira.
Com o resultado, o Brasil assume a vice-liderança das Eliminatórias com oito pontos, um a menos que a Argentina. Agora, a competição terá jogos apenas em junho do ano que vem. Os brasileiros voltam a jogar diante do Paraguai, em Assunção. O Uruguai, que soma apenas quatro pontos em quatro rodadas, enfrenta a Venezuela, em Montevidéu.
Superioridade Celeste: Imprimir velocidade. Essa foi a tática da seleção brasileira nos instantes iniciais diante do Uruguai. Robinho precisou de apenas cinco minutos para proporcionar o primeiro lance de perigo pela esquerda: ele driblou Lugano, invadiu a área e chutou rasteiro. Atento, o goleiro Carini defendeu com firmeza.
Só que a festa brasileira durou pouco. Como havia prometido antes do jogo, o Uruguai também partiu para o ataque e fez o primeiro gol aos oito minutos. Pereira foi até linha de fundo na direita e cruzou. O goleiro Júlio César saiu mal da meta e deixou a bola de presente para Abreu cabecear e balançar as redes. O lance foi suficiente para os gritos de Rogério Ceni em algumas partes do Morumbi.
Apático e desorganizado, o Brasil passou a errar vários passes e ainda quase levou o segundo gol em um novo arremate de Abreu. Desta vez, Júlio César apareceu com uma ótima intervenção. Melhor em campo, o Uruguai jogava com tranqüilidade e obrigou, na seqüência, mais aparições do arqueiro brasileiro, tirando as primeiras vaias da torcida no Morumbi.
Quando o público já se mostrava hostil, o Brasil empatou em um lance isolado, pouco antes do intervalo. Maicon tentou encontrar Kaká na direita, mas o passe chegou até Luís Fabiano, que, mesmo sem ângulo, mandou uma bomba. A bola passou no meio das pernas de Carini. Mesmo com a igualdade no placar, foram ouvidas vaias ao final da etapa inicial.
No começo do segundo tempo, o Brasil equilibrou as ações em campo, mas continuou vulnerável aos contra-ataques do adversário. Aos oito minutos, o rápido Suárez teve a chance de marcar o segundo gol, só que abusou nos dribles e perdeu gol feito na cara de Júlio César.
Preocupado, Dunga reforçou o sistema de marcação brasileira. Assim, Josué entrou no lugar de Ronaldinho Gaúcho, retomando o esquema de jogo da conquista na Copa América. Com os laterais mais soltos, o Brasil melhorou e virou o marcador. Gilberto pegou a sobra do cruzamento de Maicon e bateu cruzado. Bem posicionado, Luís Fabiano completou para as redes de Carini e vibrou com Vágner Love, seu concorrente de posição.
Nos minutos finais, o Uruguai já se mostrava sem o mesmo rendimento físico do começo da partida. Por isso, nem mesmo as entradas dos atacantes Bueno e Sanchez mudaram a vitória brasileira na capital paulista.