A ascensão do Santos na tabela do Campeonato Brasileiro se deve também à melhora defensiva da equipe de Wanderley Luxemburgo. Dos 41 gols sofridos pelo Peixe na competição, apenas 15 aconteceram no segundo turno.
Até a partida contra o Paraná (próximo adversário do Santos) no primeiro turno, o time já havia sido vazado 23 vezes, oito a mais do que no returno. A diferença é exatamente a soma dos gols sofridos nos placares mais dilatados contra o Peixe no Brasileirão.
Logo na estréia, em 13 de maio, o Sport aplicou goleada por 4 a 1 em cima do Santos, na Ilha do Retiro. Também no primeiro turno, dia 4 de julho, o Vasco foi ainda melhor em São Januário: 4 a 0.
Após o início irregular de competição, no entanto, a defesa do Santos conseguiu se ajustar, enquanto o ataque ainda enfrentou questionamentos pelo jejum de gols de Kléber Pereira, recém-findado. Marcos Aurélio, que ainda não se firmou como companheiro do centroavante, passa pelo mesmo problema atualmente.
Apesar das críticas, o volante Rodrigo Souto aponta equilíbrio entre os setores do time: “A defesa melhorou porque passamos a conversar bastante dentro de campo. Para chegar às vitórias, sabemos que é muito importante não tomar gols acima de tudo, porque nossos atacantes não costumam passar em branco”.
Já o zagueiro Antônio Carlos, que, contundido, acompanhou todo o Campeonato Brasileiro como torcedor, credita a evolução do sistema defensivo do Santos à experiência adquirida pelo jovem Marcelo. O prata-da-casa se firmou ao lado de Domingos em virtude das seguidas suspensões de Adaílton.
Contra o Paraná, domingo, Luxemburgo já poderá contar tanto com Adaílton como com Antônio Carlos, e dá a entender que escalará o primeiro ao lado de Marcelo, deixando Domingos no banco de reservas. No gol, Fábio Costa segue como dúvida e poderá dar lugar novamente a Felipe.
Nem os números, aliás, impedem que os defensores do Santos também sejam contestados e sujeitos às alterações. Na derrota para o Flamengo, na rodada passada do Brasileirão, Luxemburgo reclamou da “tabelinha de cabeça” que sua equipe permitiu ao adversário dentro da área.
“Precisamos mesmo ter mais atenção com as bolas aéreas”, conscientizou-se Marcelo. Entre as despreocupações dos beques, por outro lado, estão os pênaltis. O Santos é a única equipe da Série A que não cometeu faltas dentro da área ao longo da competição.