Marcada ultimamente por sofrer panes mentais nos momentos decisivos, a seleção brasileira feminina de vôlei superou este incômodo estigma nesta quinta-feira, pela penúltima rodada da Copa do Mundo. Precisando da vitória para se manter viva na briga pela vaga olímpica, a equipe verde e amarela superou a Sérvia e ficou a um triunfo dos Jogos de Pequim-2008.
Sem tomar conhecimento do time sérvio, que tinha como principal arma a ponteira Jelena Nikolic, melhor atacante e pontuadora da Copa, o Brasil conseguiu uma vitória relativamente tranqüilo, por 3 sets a 0 e com parciais de 25/13, 25/14 e 25/21.
A vitória colocou as comandadas do técnico José Roberto Guimarães se mantiveram na terceira colocação da tabela, agora com 18 pontos. A Sérvia, além de se distanciar da vaga para Pequim, ainda perdeu a quarta colocação para Cuba por causa do ponto-average, primeiro critério de desempate. As caribenhas possuem média de 1,070 – 0,001 a mais do que as eslavas.
Se contra a Itália as jogadas de meio da seleção nacional não deram certo, contra as balcânicas as centrais Fabiana e Walewska tiveram um bom desempenho. Além disso, o bloqueio verde e amarelo passou a funcionar e, sobretudo, o saque venenoso das jogadoras nacionais quebrou o passe e dificultou o ataque adversário.
O grande destaque da vitória brasileira foi o conjunto em si. Apesar de a maior pontuadora ter sido a oposto Sheilla, com 16 acertos (sendo 14 de ataque), destacaram-se também Walewska, dona de 14 tentos e principal bloqueadora do confronto com cinco pontos no fundamento. Já a central Fabiana se recuperou do desempenho apagado contra a Itália, quando marcou apenas quatro pontos, obteve desta vez 13 – um a mais do que a ponteira Paula Pequeno.
A jogadora eleita melhor da partida, contudo, foi a também ponta Jaqueline, que marcou dez pontos ao longo do confronto. Pelo time nacional, não pontuaram a líbero Fabi e a levantadora Fofão, bem como a ponteira Sassá e a meio-de-rede Carol Gattaz, que entraram apenas nos últimos pontos do terceiro set.
Pelo lado das sérvias, Jovana Brakocevic foi a melhor em quadra, terminando com 14 pontos. Já Nikolic esteve apagada contra o Brasil e terminou com modestos nove acertos.
Muito perto de se garantir em Pequim-2008, o Brasil encerra sua participação na Copa do Mundo às 7 horas (de Brasília) desta sexta-feira contra o Japão. As eslavas, que ainda possuem chances matemáticas de se garantirem nos Jogos, terão pela frente o time de Cuba, mas mais cedo, às 1h35.
O jogo: Apesar da previsão de uma partida equilibrada, o Brasil teve o controle dos pontos desde o começo. Muito mais vibrante em quadra do que no revés para as italianas, o time nacional mostrou disposição logo de cara e foi para o primeiro tempo técnico com dois pontos de vantagem (8/6).
Com um bom desempenho da ponteira Paula Pequeno no saque, a seleção brasileira passou a abrir vantagem no placar. Além disso, o bloqueio mais consistente barrou uma série de ataques sérvios e o saque potente dificultou as jogadas das européias.
A diferença a favor das brasileiras, assim, apenas aumentou. Rapidamente, a equipe nacional se aproximou da parte final da parcial e conseguiu dobrar a vantagem com 20/10. Desta forma, bastaram 19 minutos para que o resultado de 25/13 fosse sacramentado facilmente.
O segundo set começou assim como terminou o primeiro: sob domínio das comandadas do técnico José Roberto Guimarães. O time do país abriu 5/1 logo de cara, mas viu as adversárias buscarem o empate por 6/6. No entanto, as jogadas voltaram a dar certo e a diferença brasileira foi sendo ampliada.
No entanto, se no set inicial a principal arma verde e amarela havia sido o bloqueio, desta vez as defesas fizeram a diferença a favor da equipe nacional. Mostrando raça, a ponteira Paula Pequeno e a líbero Fabi salvavam várias bolas difíceis e, com a confirmação do ponto a favor do Brasil, o moral do time apenas tendeu a aumentar.
Sem sustos, a disputa foi conduzida à etapa final. A parcial de 25/14, porém, foi conseguido após 20 minutos graças a um erro do grupo sérvio, que viu uma de suas atletas invadir a quadra brasileira durante um ataque.
O terceiro set, no entanto, foi mais disputado nos pontos iniciais. As duas seleções se alternaram na frente do placar até o primeiro tempo técnico, quando o Brasil foi para a conversa com o técnico Zé Roberto com vantagem de um ponto, com 8/7.
Apesar do equilíbrio entre os dois times, o grupo brasileiro conseguiu aos poucos aumentar a diferença de pontos. A vantagem, que chegou a ser de cinco pontos (18/13) , foi o bastante para que a vitória por 3 a 0 fosse conquistada com mais dificuldade, já com equilibradas parciais de 25/21