Frente a frente com o técnico Dorival Júnior, responsável por impor a primeira derrota do São Paulo no estádio do Morumbi em 2007 quando dirigia o São Caetano (4 a 1, nas semifinais do Paulistão), o São Paulo foi a Belo Horizonte encarar o Cruzeiro neste domingo para superar o antigo trauma e também se recuperar do tropeço ante o Fluminense, na última quarta-feira.
A redenção veio no melhor estilo. Depois de perder Alex Silva, contundido, e ver Breno, seu substituto, entregar o ouro no primeiro gol do jogo, o São Paulo mostrou poder de reação. De vilã a herói, Breno empatou no início do segundo tempo e Hernanes, com um gol de placa depois de duas pedaladas nos marcadores, colocou números finais na partida.
O resultado levou o São Paulo a 22 pontos na tabela e melhorou a posição tricolor na competição. O Cruzeiro viu interrompida sua reação e, com 19 pontos, deixou a zona de classificação para a Libertadores da América.
O Cruzeiro começou melhor e partiu para a blitze em cima do São Paulo nos primeiros minutos, levando perigo ao goleiro Rogério Ceni e parando nas mãos do capitão tricolor em cobrança de falta de Fernandinho e em cabeçada à queima-roupa de Guilherme, antes do sétimo minuto de partida.
A pressão cruzeirense durou pouco e a partida logo tendeu ao equilíbrio. Jogando nos contra golpes, o São Paulo também se aventurou no campo ofensivo e assustou Fábio em chutes de Hernanes e Jorge Wagner, que chegou a balançar as redes, aos 11 minutos, mas teve seu gol invalidado por estar em posição de impedimento segundo a arbitragem.
Obrigado a trocar Alex Silva por Breno antes dos 20 minutos, Muricy ia à loucura na beirada do gramado com a má colocação de seus atacantes, que não paravam de entrar em posição de impedimento. Na primeira trama realizada com o tempo certo, Leandro encontrou Jorge Wagner livre pela esquerda e o camisa sete obrigou Fábio a realizar difícil intervenção para evitar o gol.
Quem não conseguiu evitar o gol foi Rogério Ceni, aos 33 minutos. Em lance que começou com uma bobeira do zagueiro Breno, obrigado a cometer falta em Roni depois de dominar a bola de maneira pífia, a Raposa mexeu no placar. Fernandinho cobrou a infração e Leandro Domingues cabeceou para o chão, deixando imóvel o capitão são-paulino: 1 a 0.
Na etapa final, o equilíbrio marcou o duelo até os dez minutos e, desta vez, foi o São Paulo quem fez o Cruzeiro provar o “veneno” das bolas paradas. Em um lance praticamente idêntico ao do gol marcado por Leandro Domingues, Jorge Wagner cobrou falta e Breno redimiu-se da bobeira do primeiro tempo, empatando a partida com bonita cabeçada.
O jovem zagueiro são-paulino voltou a ter importante participação e se destacar logo na seqüência, ao evitar, em cima da linha, a marcação do segundo gol do Cruzeiro em jogada de Araújo e Roni. O gol perdido, aliás, foi o último lance de Roni no jogo. Substituído por Marcinho, o jogador deixou o campo insatisfeito e contou com o apoio da torcida, que “homenageou” Dorival Júnior com o coro de “burro, burro, burro”.
A irritação da torcida celeste aumentou aos 25 minutos, quando Hernanes recebeu no meio, pedalou para cima de Guilherme, depois para cima de Léo Silva e, da intermediária, acertou um lindo chute, no ângulo esquerdo de Fábio, que pulou, mas não chegou: golaço e virada tricolor em Belo Horizonte.
Dorival Júnior gastou seu último cartucho ao trocar Araújo por Diego e partiu para a pressão. O Cruzeiro sufocou o São Paulo nos minutos finais e ficou exposto aos contra-ataques. Firme na defesa, o Tricolor paulista fez o necessário para segurar a vantagem e três importantes pontos na luta por mais um título nacional.
Na próxima quarta-feira, às 19h30, o Cruzeiro vai a Curitiba encarar o Atlético-PR, que perdeu para o América-RN no sábado. No dia seguinte, às 20h30, no Morumbi, o São Paulo recebe o perigoso Sport, que vem crescendo na competição.