Para o técnico Bernardinho, o maior desafio da seleção brasileira, que enfrenta amanhã a Finlândia, pela Liga Mundial de Vôlei, será superar o cansaço da viagem. “Viemos da Coréia do Sul com um fuso de doze horas a mais em relação ao Brasil. Fisicamente estamos desgastados. Chegamos terça-feira e nesta sexta já estamos jogando. A Finlândia vem do Canadá, local que tem um fuso bem menor. Precisamos ver como a equipe estará fisiologicamente e fisicamente”, diz o treinador.
O Brasil estreou na competição com duas vitórias sobre a Coréia do Sul, no último fim de semana. No primeiro jogo, vitória de 3 sets a 0. No segundo, um pouco mais de dificuldade, mas os brasileiros ganharam no tie-break (3 sets a 2). O time lidera o grupo, seguido por Canadá, Finlândia e Coréia do Sul.
Sobre o adversário, Bernardinho lembrou que a equipe finlandesa entra sem nada a perder. “Eles chegam como franco-atiradores, sem responsabilidade alguma. Se eles conseguirem vencer um jogo ou alguns sets já é um grande resultado. O time está renovado. Ano passado, já tivemos dificuldades para enfrentá-los e vencer”, ressalta o técnico.
“Nosso objetivo é alcançar duas vitórias em casa e tentar nos aproximarmos cada vez mais da fase final. Sei que não será fácil conseguir a classificação. Estamos com um grupo jovem e que teve pouco tempo para se preparar”, completa Bernardinho, que espera que o time evolua tecnicamente em relação aos primeiros jogos contra a Coréia do Sul:
“Precisamos ganhar mais conjunto e evoluir. Nosso saque esteve bem nas primeiras partidas, mas precisa melhorar, assim como a relação entre o bloqueio e a defesa. Fora os aspectos técnicos, o time não pode sentir a pressão de jogar em casa e a cobrança da torcida por vitórias”, diz Bernardinho.
Recuperando-se de uma forte gripe, o ponteiro Roberto Minuzzi espera que a equipe melhore. “Estas partidas serão mais complicadas do que as contra a Coréia do Sul. O time da Finlândia é forte e jogará sem responsabilidade alguma, como todas as equipes que enfrentam o Brasil aqui dentro. Eles têm um bloqueio muito pesado e precisamos estar atentos a isso. Nosso time precisa ganhar mais entrosamento, mas isso só virá com o tempo”, destaca o gaúcho.
Minuzzi espera poder ajudar o Brasil a vencer os dois confrontos. “Melhorei da forte gripe que estava. Acho que perdi uns três ou quatro quilos. Ainda me sinto um pouco cansado durante os treinos, mas estou melhor. Se o time precisar estarei à disposição como foi na Coréia”, explica o jogador.
Quem fará a reestréia com a camisa da seleção brasileira em jogos no Brasil será o ponteiro Nalbert, que jogou os últimos dois anos no vôlei de praia. “Espero que o Brasil faça dois bons jogos. Será muito bom reencontrar a torcida e sentir o calor dos brasileiros. A Liga Mundial é um espetáculo no Brasil. Um evento à parte. Este ginásio é muito bonito e grande. Tenho certeza que estará lotado de torcedores para nos incentivar”, destaca Nalbert, que nunca enfrentou a Finlândia.
“Desconheço o voleibol finlandês. Mas no ano passado assisti aos jogos e vi que eles têm uma boa equipe. Espero que nossa categoria prevaleça sobre o time adversário”, diz Nalbert, ansioso para jogar novamente diante dos torcedores brasileiros. “Vai dar aquele friozinho na barriga. Mas sei muito bem suportar toda esta pressão. Já são muitos anos vestindo a camisa da seleção”, completa o jogador carioca, único campeão mundial nas três categorias: infanto-juvenil, juvenil e adulto.
O ponteiro Murilo, campeão mundial ano passado em novembro no Japão, está ansioso para sentir a vibração da torcida. “Depois do Mundial alguns jogadores não voltaram para o Brasil e não sentiram o carinho da torcida. Nesta primeira partida, com certeza, sentiremos esta vibração. Os jogos serão mais complicados dos que foram os do ano passado. Nosso time é jovem, mas vai encarar estas partidas como se fossem verdadeiras finais”, diz o gaúcho.
O levantador Marcelinho também destaca a volta ao Brasil. “É sempre bom estar perto da torcida e do apoio dos familiares. Será muito gostoso viver todo este clima”, destaca o carioca.
O técnico Bernardinho começará a partida com a mesma equipe que começou o jogo de estréia contra a Coréia do Sul: Bruno, Samuel, Murilo, Nalbert, Rodrigão e Eder. Líbero: Alan.
Os jogos serão no ginásio Aecim Tocantins, em Cuiabá.