Já após a vitória sobre o Caracas, pela Copa Libertadores da América, o técnico Wanderley Luxemburgo havia pedido paciência à torcida do Santos no início do Campeonato Brasileiro. E com razão. Na estréia, os reservas do Peixe perderam por 4 a 1 para o Sport, de virada, neste domingo, na Ilha do Retiro.
Em menos de dez minutos, dois gols em Recife. Pedrinho abriu o placar a favor do Santos em cobrança de falta, mas Weldon empatou em seguida. Fumagalli e Durval viraram para o Sport ainda no primeiro tempo, e Washington marcou nos acréscimos do segundo. Um dos poucos titulares absolutos do Peixe em campo neste domingo, o zagueiro Adaílton foi novamente expulso, como contra o Caracas.
Após a sua terceira derrota em 2007 – as duas anteriores aconteceram diante de São Bento e São Caetano –, o Santos se concentra para o jogo de quarta-feira, contra o América do México, pelas quartas-de-final da Libertadores. Pelo Brasileirão, o adversário do próximo sábado é o xará América-RN, mas na Vila Belmiro. No domingo, o Sport irá ao Rio de Janeiro enfrentar o Vasco.
A expectativa do Santos no início do duelo deste domingo, segundo seus atletas, era apenas conter o ímpeto do Sport, empurrado por uma multidão em vermelho e preto. O Peixe conseguiu muito mais do que isso. Logo aos 2 minutos, Pedrinho honrou a camisa dez de Zé Roberto e, em cobrança de falta, acertou um chute de perna esquerda no ângulo. O goleiro Magrão nem se moveu.
Mas o gol não abateu o Rubro-negro, que continuou pressionando com o apoio de sua torcida. Aos 10 minutos, Everton lançou Weldon, que, dentro da área, encobriu o goleiro Roger. Tudo igual na Ilha do Retiro, pelo menos no marcador. Em campo, o Sport cresceu e passou a acuar o Santos, que tentava responder através da velocidade de Pedrinho e do lateral-esquerdo Carlinhos.
Apesar do esforço dos santistas, o time da casa era sempre mais perigoso em suas investidas. Aos 26, por exemplo, em um cruzamento na área, Du Lopes desvencilhou-se de seus marcadores e acertou uma cabeçada no travessão. Dez minutos depois, não teve jeito: Fumagalli bateu falta da direita, para as redes. Assim como Magrão no gol do Peixe, Roger apenas assistiu à bola entrar.
Ainda havia tempo para mais antes do intervalo. Aos 40, em nova cobrança de falta na área do Santos, desta vez de Vítor Hugo, Durval desviou de cabeça para o gol. Festa na Ilha do Retiro. Na saída para os vestiários, os santistas reclamavam da arbitragem e prometiam determinação no segundo tempo, enquanto os jogadores do Sport comemoravam bastante o resultado parcial.
Entretanto, o Peixe sofreu novo golpe aos 12 minutos. Adaílton cometeu falta dura em Carlinhos e Bala e foi expulso pelo segundo jogo consecutivo. Deixou o gramado protestando contra o árbitro Antônio Hora Filho, assim como fizeram muitos dos seus companheiros e Wanderley Luxemburgo. Em seguida, o técnico trocou Jonas pelo jovem Moraes, autor do gol do título paulista.
A substituição não influenciou muito no panorama do jogo. Giba também mexeu no ataque do Sport, colocando Luciano Henrique e Washington nos lugares de Weldon e Carlinhos Bala. Como os donos da casa continuavam com maior poderio ofensivo, embora não ameaçassem o gol de Roger, Luxemburgo gastou seus últimos cartuchos: Vinícius e Pedrinho saíram, Hudson e Fabinho entraram.
O meia Rodrigo Tabata e o lateral-esquerdo Carlinhos, no entanto, eram os únicos jogadores do Santos que esboçavam alguma coisa de diferente. Sem seus titulares, o Peixe perdeu poder de reação. E, no final do jogo, ainda ficou sujeito aos contra-ataques do Sport, que transformou a vitória em goleada. Washington, aos 47, tocou na saída de Roger e sacramentou o resultado no retorno do Rubro-negro à Série A do Campeonato Brasileiro.