A estréia do técnico Paulo César Carpegiani no Corinthians não poderia ter sido pior. Diante de um Pacaembu cheio, com cerca de 28 mil torcedores, o Timão foi derrotado na noite desta quinta-feira pelo Náutico por 2 a 0 e deu adeus à disputa da Copa do Brasil.
Depois do placar por 2 a 2 na semana passada, o Alvinegro precisava apenas de um empate sem gols ou por 1 a 1 para se classificar, mas viu o Timbu construir o resultado ainda no primeiro tempo. Com a defesa corintiana mostrando dificuldades, Wagner Rosa e Acosta marcaram os gols do time pernambucano.
O resultado negativo frustra a chance do Corinthians de levantar um troféu neste primeiro semestre, já que foi eliminado precocemente no Campeonato Paulista. A torcida mostrou bastante irritação com o resultado e cobrou dos jogadores e dos dirigentes com gritos nos minutos finais. O Timão ficará mais de duas semanas sem atuar em uma partida oficial, já que só voltará a campo na estréia do Brasileirão, dia 13 de maio, contra o Juventude.
Já o Náutico participa das quartas-de-final da Copa do Brasil nos dias 2 e 9 de maio, quando encara o Figueirense. O jogo de ida será em Recife, sendo a volta em Florianópolis.
No início do jogo desta quinta, o Corinthians “esqueceu” a vantagem de jogar por um empate sem gols e partiu para cima do Náutico, sufocando a equipe pernambucana nos primeiros minutos. O Timão tentou duas vezes em jogadas de bolas aéreas, mas a defesa do Timbu conseguiu afastar.
Depois de ficar acuado durante cinco minutos, o Náutico avançou com Felipe. O atacante ganhou da zaga, que reclamou de falta, mas o cruzamento saiu errado. Os atletas também se mostraram nervosos ao se desentenderem no começo da partida, depois de uma falta de Acosta sobre Magrão.
Em uma nova descida dos donos da casa, Rosinei aproveitou brecha na defesa adversária e cruzou, mas a bola saiu alta e Wilson cabeceou fraco. Mesmo iniciando a partida com mais afinco para buscar o ataque, o Timão mostrou também bastante dificuldade no sistema defensivo, dando coragem para o Náutico se lançar à frente. Em um dos cochilos da defesa, Felipe saiu na cara do gol, mas chutou para fora.
Aos 15 minutos, o time visitante abriu o placar. Wagner Rosa arriscou o chute da intermediária e Jean não alcançou. O Corinthians continuou descendo ao setor ofensivo, mas o Náutico se mostrava seguro na defesa e sóbrio para responder nos contragolpes. Em nova investida dos anfitriões, Wilson recebeu na direita e chutou, mas viu Gléguer defender.
Já no contra-ataque do Timbu, Beto ganhou da defesa na corrida e apareceu de frente para Jean, mas preferiu tocar para o meio da área, onde estava apenas Marinho, que ficou com a bola. A pressão do Corinthians no setor ofensivo continuou. Everton avançou por trás da zaga, pela direita, e chutou rasteiro. Gléguer ficou com a bola.
Ainda na metade do primeiro tempo, Paulo César Gusmão fez a primeira mudança no Náutico. Tirou Sidny, que já tinha cartão amarelo, e colocou em campo o experiente Baiano, ex-Palmeiras e Santos.
O Corinthians mostrava vontade de empatar o jogo ainda na etapa inicial. Marcelo Mattos cobrou falta com força, e Gléguer defendeu. Em nova boa chance dos donos da casa, Everton ficou com bola rebatida pela zaga e finalizou de dentro da área, mas parou na defesa.
Do outro lado, o Timão sofreu um duro golpe aos 45 minutos. Em boa troca de passes no sistema ofensivo, Felipe passou para Beto, que rolou com precisão para Acosta. O meia só teve o trabalho de mandar para as redes. O segundo gol do Náutico deixou parte da torcida inconformada, e os gritos contra o presidente Alberto Dualib começaram.
No intervalo, Carpegiani fez duas mudanças no Corinthians. O lateral-direito Eduardo Ratinho e o boliviano Arce deixaram o campo para as entradas do meia Lulinha e do atacante Allisson. Dessa forma, Rosinei passou a ocupar o lado direito. E o Timão iniciou a segunda etapa exercendo uma forte pressão sobre os visitantes.
Em menos de um minuto, Gléguer afastou cruzamento e a bola caiu nos pés de Magrão, que rolou para Everton finalizar, mas a batida saiu fraca. No lance seguinte, Everton puxou contra-ataque em velocidade e passou na marca do pênalti para Lulinha, que foi travado no momento do chute.
A movimentação no segundo tempo repetiu a do primeiro, com o Corinthians atacando, e o Timbu se arriscando apenas nos contragolpes. As descidas do Timão contavam então com a movimentação de Lulinha. Em uma das jogadas, o meia caiu na área em trombada com a zaga e ficou pedindo pênalti, mas o árbitro mandou o jogo seguir.
Os donos da casa tiveram ótima chance de diminuir na seqüência. O ataque alvinegro fez boa troca de passes, mas a zaga afastou na hora em que Rosinei se preparava para chutar. Paulo César Gusmão, então, tirou Cris e Felipe para as entradas de Walker e Almir.
Aos 25, um torcedor invadiu o campo e passou pelos seguranças, sendo parado quando já estava novamente no alambrado, tentando retornar para a arquibancada. Carpegiani fez sua última mudança, tirando Rosinei para colocar Marcos Tamandaré. E o Timão continuou buscando o ataque, mas a insistência não foi suficiente para o Corinthians reverter o placar, amargando sua segunda eliminação no semestre.