Mais uma vez, o Brasil deu adeus ao torneio de futebol das Olimpíadas sem a medalha de ouro. Nesta terça-feira, a seleção comandada pelo técnico Dunga acabou eliminada nas semifinais dos Jogos de Pequim por conta de uma derrota inquestionável por 3 a 0 para a Argentina, atual campeão olímpica.
E se os brasileiros já tinham uma lista de carrascos com Alcides Ghiggia, Paolo Rossi e Zinedine Zidane, ganhou mais um nesta semifinal: Sérgio ‘Kun’ Agüero. Namorado da filha de Maradona, o atacante do Atlético de Madrid-ESP marcou os dois primeiros gols da vitória alviceleste, e ainda sofreu o pênalti que decretou o terceiro gol.
Apático em campo, o Brasil ainda conseguiu segurar o resultado no primeiro tempo, mas não atacou no segundo e sofreu os três gols. Sem chegar à final olímpica desde 1988, quando perdeu o ouro para a URSS, o time voltará a disputar a medalha de bronze, como fez em Atlanta-1996.
Para a Argentina, é a chance de conquistar a medalha de ouro pela segunda edição seguida das Olimpíadas. Em 2004, o time já foi campeão ao vencer o Paraguai na final. Desta vez, a final será contra a Nigéria, que venceu a Bélgica por 4 a 1 na semifinal.
O bronze será decidido por brasileiros e belgas na sexta-feira, a partir das 8 horas (horário de Brasília), em Xangai. No dia seguinte, às 10 horas (do Brasil), Argentina e Nigéria fazem a reedição da final de 1996, tentando conquistar a segunda medalha de ouro de cada lado.
O jogo – A Argentina começou tocando melhor a bola e chegando mais perto do gol do Brasil. Aos três minutos, Mascherano arriscou o chute de longe, mas permitiu a defesa de Renan. Aos cinco, o goleiro brasileiro agiu novamente bem, cortando o escanteio cobrado por Riquelme.
Rafael Sóbis tentou responder em chute cruzado dois minutos mais tarde, mas manda para fora. A jogada é semelhante à que Rafinha articulou aos 11, igualmente sem sucesso. Na resposta, Agüero armou o contra-ataque, driblou Ânderson e Breno e bateu, enchendo o lado de fora da rede.
Riquelme continuava oferecendo perigo nos escanteios, mas foi Rafinha quem assustou ao 18, em entrada na área pela direita que terminou com um chute por cima do gol de Romero. O próprio camisa dois recebeu passe de Ronaldinho aos 23 minutos para tentar nova chance, mas deixou escapar a bola pela lateral.
Enquanto isso, Messi articulava jogadas para a Argentina, mas não conseguia passar pela defesa do Brasil. Do outro lado, Sóbis tentou entrar na área aos 27 minutos, mas foi parado por Pareja e caiu no chão, em cima do braço – só um susto. Recuperado, ele cabeceou o cruzamento de Marcelo aos 33, mas mandou para fora.
Aos 40 minutos, Rafinha bobeou na frente de Messi e perdeu a bola para o craque argentino, que entrou na área pela esquerda e arrematou, parando na defesa de Renan. Dois minutos depois, Hernanes respondeu com um chute de fora da área, mas também mandou por cima do travessão dos hermanos.
Porém, no segundo tempo, a Argentina logo mostrou que ofereceria perigo com Agüero. Primeiro, em chance aos seis minutos, na qual foi desarmado por Alex Silva. Depois, aos sete, com gol do próprio camisa 16, que desviou com o peito o chute de Di Maria.
Em dia inspirado, ‘Kun’ Agüero ainda tratou de dar mais um duro golpe nos sonhos do Brasil, escorando o chute de Messi pela direita e marcando mais um gol aos 12 minutos. Em busca da reação, Dunga sacou Hernanes e Rafael Sóbis, colocando Thiago Neves e Alexandre Pato em campo.
O meia do Fluminense assustou em sua primeira boa chance, cobrando falta na trave aos 20 minutos. Marcelo pegou o rebote e chutou para o gol – Pato desviou e marcou, mas o árbitro marcou impedimento. Agüero, de novo, articulou a resposta na frente aos 26, mas foi Pato quem teve a oportunidade de marcar. E chutou fraco.
No entanto, a pá de cal veio aos 30 minutos, em pênalti de Breno sobre o próprio Agüero – Riquelme cobrou e decretou a vitória. Para piorar, Lucas e Thiago Neves ainda foram expulsos por faltas em Mascherano e completaram a péssima apresentação do Brasil no segundo tempo.