Os Estados Unidos surpreenderam e eliminaram a seleção brasileira masculina de vôlei na semifinal da Liga Mundial. Na manhã deste sábado, no ginásio do Maracanãzinho, os norte-americanos venceram por impressionantes 3 sets a 0, parciais de 25/23, 25/22 e 27/25.
O Brasil que vinha dominando a competição desde 2003, lutava para igualar o recorde de títulos da Itália, buscando a oitava conquista. Os norte-americanos nunca venceram a competição antes.
Neste domingo, os brasileiros fazem sua última partida no país antes do embarque para os Jogos Olímpicos de Pequim, enfrentando, a partir das 9h30, os perdedores do confronto entre Rússia e Sérvia.
A última vez que a seleção brasileira ficou fora de uma final da Liga havia sido em 2000, mas o time permaneceu no pódio com a terceira colocação. No ano seguinte, o Brasil venceu o evento e foi vice em 2002, iniciando seu domínio logo depois.
Adversários tradicionais da seleçãonas quadras, os norte-americanos contaram com um bom dia no saque e apresentações consistentes do grupo, que não se intimidou com o favoritismo da equipe local. Já o Brasil teve dificuldades para acertar o passe e, apesar das várias formações tentadas por Bernardinho, não conseguiu ditar seu ritmo na partida.
Líder do grupo A na fase intercontinental da Liga com duas derrotas, a seleção brasileira passou invicta pela etapa final de qualificação no grupo E, batendo Rússia e Japão. Já os Estados Unidos, chegaram à semifinais como vice-líderes do grupo F, depois de perderem para a Sérvia.
Como era esperado pela tradição de rivalidade entre as duas equipes, o jogo começou equilibrado sem distanciamentos no placar. O Brasil conquistou quatro pontos no trabalho de bloqueio e o técnico Bernardinho experimentou mudanças, colocando Bruninho e Anderson para jogar.
Em uma apresentação bastante equilibrada, os Estados Unidos não se intimidaram e venceram o primeiro set por 25/23, apesar da pressão da torcida que lotou o ginásio do Maracanãzinho. Depois de sofrer sua primeira derrota no ginásio desde 2002, os brasileiros retornaram na parcial seguinte já querendo demonstrar determinação e abrindo o tempo com ponto direto de saque.
Trabalhando bem no saque, os Estados Unidos abriram quatro pontos sobre o Brasil, que reagiu com duas boas seqüências no bloqueio. O crescimento no volume brasileiro levou o técnico norte-americano ao pedido de tempo para acalmar o grupo.
Na base da conversa, eles seguiram na frente com 16/13, mas um erro no saque norte-americano diminuiu o prejuízo brasileiro. Mas a manhã estava mais americana, que contou com os problemas na armação das jogadas e falhas no saque brasileiro para chegar a 21/16.
Com Bruno, Rodrigão (que não havia participado do primeiro set) e Samuel em quadra, o Brasil tentou acertar seu ritmo. A torcida pedia a virada e, apesar do ponto de saque de Giba, a seleção viu os norte-americanos chegarem ao set point com 24/21.
Os Estados Unidos perderam a primeira chance de fechar, mas Clayton Stanley não desperdiçou a oportunidade seguinte. André Heller sacou bem, mas o atacante norte-americano encaixou a bola no fundo da quadra brasileira para fechar em 25/22.
A dificuldade de o grupo ditar seu ritmo levou Bernardinho a começar o terceiro set sem parte dos titulares, repetindo Bruno, Samuel e Rodrigão na formação. Já os Estados Unidos seguiram a máxima que em time que está ganhando não se mexe e repetiu o mesmo sexteto do início do jogo.
O Brasil passou à frente dos Estados Unidos com 8/7 após uma marcação de condução por Ball do juiz de rede, que provocou protestos dos norte-americanos. Em uma seqüências de boas bolas dos brasileiros e falhas dos adversários, o Brasil abriu 12/9.
Mas os Estados Unidos não desistiram e seguiram dificultando o jogo e viraram em 15/14. Bernardinho sentiu o abalo no grupo e pediu o tempo para reorganizar a equipe. Três pontos consecutivos dos adversários e o treinador brasileiro fez mais um pedido de tempo. Rodrigão quebrou o encanto, fugindo da marcação para iniciar a reação brasileira, que buscou o saque forçado com Anderson e Dante.
O Brasil encostou com 19/18 e arrancou o empate nos 22 e nos 23. A devolução fora de quadra colocou os brasileiros na dianteira, mas Stanley deixou tudo igual mais uma vez. Mas os EUA venceram com 27/25.