O comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar, major Alessandro Ferreira da Silva, disse que não seria errado uma interdição no estádio Luthero Lopes. “É um prejuízo para a cidade, mas não podemos continuar desta maneira”.
Ele explicou que a responsabilidade pelo que aconteceu é da equipe do União. “O União, como mandante, é responsável pela segurança da área e isso não foi feito. Tanto é verdade que abriram o outro portão (que fica de costa para a Vila Operária)”, declarou.
O major informou que deve relatar a situação. “Já fizemos isso, o GGI (Gabinete de Gestão Integrada) inclusive apresentou um relatório que mostra que não há condições”.
O jogo, além de confusão em campo, teve mais um episódio. Parte da renda que coube ao Vila Aurora foi confiscada pela Justiça do Trabalho. O jogo teve um publico pagante de 2.846 torcedores para uma renda de R$ 21.865,00. Como houve empate, União e Tigrão, depois de pagas as despesas, dividiram o lucro.
O clássico Uni-Grão, realizado no domingo (20), tinha tudo para ser uma partida histórica pelo lado positivo e acabou entrando na história dos confrontos pelo lado negativo, pela porta dos fundos. Nunca um clássico entre as duas equipes, hoje o maior do estado de Mato Grosso, terminou de forma tão melancólica como este. O placar de 1 a 1, com gols de Rinaldo para o União ainda na primeira etapa e Calado, de pênalti, para o Vila, na etapa final, disfarçou os excessos e os nervos à flor da pelo de dirigentes, jogadores e até mesmo parte da torcida que, ao fim do jogo, invadiu a área reservada a atletas e imprensa.
O jogo, que sempre foi marcado pelo respeito entre torcedores e jogadores, terminou em uma verdadeira batalha campal sem vencedores ou vencidos. O Uni-Grão começou a dar mostras que iria terminar mal no começo do segundo tempo, quando o volante Marcelo Paulista, do União, foi expulso pelo árbitro Edilson Ramos da Matta.
Mas, a situação ficou tensa mesmo pouco tempo depois, quando o lateral do União, Cacá, levantou a perna em uma dividida com o jogador Panda, do Vila. O árbitro, a princípio, deu lateral para o Vila, mas o auxiliar Lincon Ribeiro Taques chamou o juiz e relatou a violência do lance. O resultado foi a expulsão de Cacá e uma briga entre jogadores das duas equipes. O presidente do Vila, José Carlos Filho, o Júnior, chegou a entrar em campo. Para piorar, na sua saída de campo, Cacá trocou ofensas com o preparador físico do Vila, Sérgio Antunes, que acabou acertando um soco no jogador.
A paz em campo, no entanto, reinou por mais cinco minutos. Em uma saída de bola, o técnico Marcos Birigui foi o pivô de outra confusão. No intuito de retardar um reinicio de jogo do Vila, ele pegou a bola e jogou para o lado dos bancos de reservas e não para o campo. Com isso, o jogador Fernando Vila Nova, que havia acabado de entrar, se irritou e além dos dois trocarem empurrões, o jogador chegou a acertar com a mão o rosto do treinador, que ‘desabou’ em campo.
O árbitro da partida não pensou duas vezes e expulsou Vila Nova e Birigui. Mas, quem pensava que o pior já tinha ocorrido se enganou. Assim que Edílson Ramos da Mata encerrou a partida, o goleiro do União, Everton Perereca, saiu correndo em direção aos fundos do estádio. Diante disso, a torcida já agitada tentou invadir o estádio. Os torcedores do Vila foram contidos pela PM em um dos portões, enquanto a torcida do União conseguiu invadir o local pelo outro portão (fundos da Vila Operária) e a partir de então começava uma batalha campal no estádio que somente foi controlada depois de dez minutos. Não houve registro de feridos, mas pelo menos cinco torcedores foram detidos pela polícia.