Ainda com os olhos voltados para Paraguai e Argentina, próximos adversários nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, o time de Dunga faz nesta sexta-feira, às 22h10 (de Brasília), em Boston (EUA), o seu último teste. E, depois do Canadá, encarará outro adversário sem tradição: a Venezuela.
Assim como no duelo do último sábado, a principal meta da equipe é se entrosar. Desta vez, contudo, Dunga pretende conhecer melhor suas outras opções e deve entrar em campo somente com três jogadores que foram titulares na vitória por 3 a 2 sobre os canadenses: o goleiro Júlio César, o lateral-esquerdo Gilberto e o atacante Robinho.
Ao lado do atacante do Real Madrid, Dunga vai escalar outros dois jovens talentosos com fama internacional: Adriano e Pato. O trio já desperta a curiosidade do torcedor e pode até ser considerado um ‘triângulo mágico’, que espera não lembrar a trágica combinação de estrelas no ataque canarinho durante a Copa de 2006. Na época, o badalado quarteto formado por Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e o mesmo Adriano não funcionou na Alemanha e revoltou a nação.
Engana-se, porém, quem imagina que Dunga decidiu ao menos reforçar a marcação no meio-campo para dar mais liberdade aos homens de frente. Os responsáveis por conter os escassos avanços da frágil Venezuela serão Gilberto Silva (Arsenal) e os versáteis Anderson (Manchester) e Elano (Manchester City), todos jogadores com boa saída de bola e que disputam o badalado Campeonato Inglês.
Apesar de abdicar da cautela e também de atletas que vinham tendo seqüência sob seu comando para o amistoso, Dunga enche os venezuelanos de elogios. O adversário, no entanto, ocupa o modesto 63º lugar no Ranking da Fifa com 521 pontos (o Brasil está em segundo com 1513). Nos 17 confrontos entre os dois países na história, o Brasil venceu todos.
“Com certeza a Venezuela vai exigir ainda mais da seleção brasileira porque vem evoluindo muito nos últimos anos e deixou de ser sempre a última colocada nas competições sul-americanas. Será um teste muito importante para o Brasil e para que eu possa fazer novas observações”, comentou o técnico.
Apesar da qualidade que Dunga vê no atual quinto colocado das Eliminatórias Sul-americanas, os jogadores admitem que o pensamento dentro de campo será em mostrar serviço e garantir vaga no time que enfrentará o Paraguai em Assunção, no dia 15, e a Argentina, no Mineirão, três dias depois.
“O nosso foco está todo voltado para os jogos que podem nos dar uma condição muito boa dentro das Eliminatórias, por serem rivais diretos. Isso só aumenta a importância desse amistoso. Será o nosso último teste antes de jogos fundamentais”, explicou Robinho, titular do time que ocupa atualmente a terceira colocação das Eliminatórias, atrás exatamente dos dois futuros adversários.
Para a Venezuela, o amistoso também não passa de um teste. O técnico César Farías está de olho no duelo de 15 de junho, contra o Uruguai, em Montevidéu, pelas Eliminatórias. E o Brasil é visto como adversário ideal para se enfrentar nestas condições.
“Quem faz um bom jogo contra a seleção brasileira está preparado para enfrentar qualquer adversário e esse é o nosso pensamento, pois depois teremos pela frente um Uruguai que é um concorrente direto a um posto no próximo Mundial”, analisou Farías. “Contra o Brasil, espero que minha equipe coloque em campo a evolução que vem demonstrando”, completou o treinador, criticado após o empate em 1 a 1 no amistoso de sexta-feira contra Honduras.
O time também terá modificações. Os laterais Chacón e Hernández e o meio-campista Lucena serão escalados desde o início na equipe que tem como astro o atacante Arango, do Mallorca.