O Fluminense faz nesta quarta-feira o jogo mais importante de sua centenária história. Às 21h50, no Maracanã, o time enfrentará o Boca Juniors pelo confronto de volta das semifinais da Copa Libertadores. Na partida de ida, houve empate por 2 a 2, e quem ganhar nesta quarta se classifica. Novo 2 a 2 força os pênaltis. Empates por 0 a 0 ou 1 a 1 servem aos brasileiros, pois os gols marcados na casa do adversário valem como critério de desempate.
Renato Gaúcho, técnico do Fluminense, tem procurado motivar seus jogadores e mostrar a importância de se acreditar que é possível a conquista do título. O treinador, que chegou a usar vários exemplos de superação nas últimas preleções, tem dado entrevistas mostrando que considera seu grupo mais forte que o do rival.
“Muitos falam que o Boca Juniors é o grande favorito e que joga melhor fora de casa. Mas ele ainda não encontrou o Fluminense. Posso dizer que estamos preparados para ganhar a Copa Libertadores e tenho fé em Deus que conseguiremos esse título”, afirmou Renato.
Sobre jogar bem fora de casa, porém, o Boca Juniors realmente confirma o que vem sendo dito. Nas oitavas-de-final, fez 2 a 1 no Cruzeiro em pleno Mineirão. Na fase seguinte, empatou também por 2 a 2 com o Atlas na Argentina. Os mexicanos pensaram ser um bom resultado, mas em casa, após perderem por 3 a 0, perceberam a grandeza do atual campeão. O técnico Carlos Ischia tem a explicação para o sucesso de seus comandados na condição de visitantes.
“O Boca Juniors só conhece uma forma de jogar: atacar em busca do gol seja qual for a situação. Nunca estamos satisfeitos com nenhum placar. Nosso pensamento sempre é partir com tudo em busca de gols e vitórias, e nesta quarta-feira não será diferente. Sabemos que um gol nosso pode jogar muita pressão em nosso adversário, mas isso não chega a ser um problema nosso”, disse Ischia.
O treinador boquense ainda prometeu repetir tal estratagema no confronto contra o Flu. “Como somos sempre ofensivos, acabamos causando problemas aos anfitriões, como aconteceu nesta Copa Libertadores. Não entraremos pensando em jogar a torcida do Fluminense contra o time. Pensamos em fazer o nosso jogo, e o que acontecer depois disso é conseqüência”, completou.
As frases do treinador do Boca Juniors repercutiram nas Laranjeiras, com os jogadores do Fluminense tendo a exata noção dos perigos que terão pela frente. “Antes do jogo na Argentina, a gente ouviu, viu e leu que o Boca era o grande favorito, que iria golear a gente. Agora, acho que a situação é diferente. Depois daquela partida, mostramos que precisamos ser respeitados. Está provado que o Boca sabe jogar bem fora da Argentina. Já vimos os vídeos e percebemos como eles ficam à vontade quando atuam na casa do adversário. Teremos que ter atenção máxima nos 90 minutos”, disse o zagueiro Thiago Silva.
Para este jogo, Renato só vai divulgar o time no vestiário, minutos antes do jogo. A única alteração em relação ao jogo de ida deverá ser o retorno do volante Ygor, que se recupera de dores na coxa direita. Caso ele volte, Maurício fica como opção no banco de reservas.
Pelo lado do Boca Juniors, a única dúvida no time é de ordem tático, no meio-de-campo, onde Cristian Chávez e Fabián Vargas disputam posição. Apesar disso, os argentinos despistam quanto à confirmação da escalação do meia Riquelme, recuperado de dores na região estomacal. Mas isso não engana os tricolores.
”Isso aí é tudo especulação. Nunca vi um jogador que joga 90 minutos, faz dois gols e sai de campo andando normal, não jogar depois. Pelo que conheço de futebol, isso é estratégia deles”, disse o zagueiro Luiz Alberto. “Mas não temos que pensar nisso, e sim no nosso time.”