Cruzeiro e Santos, que se enfrentam neste domingo, às 16h, no Mineirão, fazem o confronto entre duas equipes que pretendiam o título da Libertadores, competição da qual foram eliminados prematuramente, e agora estão voltados para o Brasileirão. O time celeste, que caiu diante do Boca Juniors, nas oitavas-de-final, já teve mais tempo para curar as feridas, que ainda parecem abertas no caso do clube paulista, desclassificado na última quinta-feira, pelo América do México.
Os dois clubes, tradicionais adversários desde a década de 60, quando os times comandados por Pelé e Tostão, fizeram partidas inesquecíveis, querem se colocar, desde o início da competição, como candidatos reais ao título brasileiro. O Cruzeiro saiu em vantagem. Tem 100% de aproveitamento, após as duas rodadas iniciais, somando seis pontos, nos triunfos sobre Vitória, no Barradão, e Botafogo, no Mineirão, por 1 a 0 e 4 a 0, respectivamente.
As duas partidas aconteceram depois da eliminação na Libertadores, para o Boca Juniors, com duas derrotas, ambas por 2 a 1. Isso demonstra que o time de Adilson Batista conseguiu superar o trauma da desclassificação. Já o Santos, de Leão, começará a mostrar como irá reagir, a partir deste domingo, no Mineirão, palco que o treinador santista conhece muito bem, por ter treinado duas ocasiões o maior rival celeste, o Atlético-MG, a última deles no Brasileiro do ano passado.
Nas duas primeiras rodadas da competição deste ano, o Santos estava dividido por sua participação na Libertadores. Em sua estréia no Brasileirão, após garantir sua classificação às quartas-de-final do torneio internacional, o time reserva do clube paulista foi batido pelo Flamengo, por 3 a 1, no Maracanã. Na segunda partida, a equipe santista, com o time principal, se reabilitou, ao golear o Ipatinga, ex-parceiro cruzeirense, por 4 a 0, na Vila Belmiro.
Leão reconhece que uma de suas tarefas é a de reanimar os jogadores, abatidos com a desclassificação para o América, após derrota por 2 a 0, no México, e uma insuficiente vitória por 1 a 0, na Vila Belmiro. O Santos se sentiu prejudicado pelas arbitragens nos dois jogos. “Apesar de tudo isso que aconteceu, de cansar de ser prejudicado, temos que reanimá-los”, afirmou o treinador santista.
Adilson Batista, por sua vez, deixa escapar que acreditava na possibilidade de conquista do título da Libertadores pelo Cruzeiro, mas, realista, sabe que isso é passado. “Agora nos resta torcer pelo Fluminense, que é o representante do Brasil e os outros times todos estão voltados para o Brasileiro. Temos de jogar com dedicação e seriedade para buscar a colocação que achamos importante”, destacou.
Para se manter com 100% de aproveitamento no início do Brasileiro, o Cruzeiro terá de superar um pequeno, mas incômodo tabu. Desde 2005, a equipe celeste não vence esse adversário em partidas válidas pelo Campeonato Brasileiro. Nos certames de 2006 e do ano passado, o Santos conseguiu três vitórias e um outro jogo terminou empatado.
Uma das atrações deste domingo, no Mineirão, deve ser o duelo entre a defesa do Cruzeiro, que ainda não sofreu gols no Brasileirão, contra o ataque do santos, que já fez cinco, sendo três deles marcados por Kleber Pereira, que foi eleito com 36,10% dos votos dos internautas, o craque da segunda rodada do Brasileiro, na enquête feita pelo UOL Esporte.
O técnico Adilson Batista, que não revela com antecedência, as escalações de suas equipes, para confundir os adversários, deverá promover a volta do volante Charles, ao meio-campo, deslocando Marquinhos Paraná para a lateral direita. O lugar de Marcelo Moreno, artilheiro do time na temporada, com 15 gols e que está na Ucrânia, conhecendo a estrutura do Shakhtar Donetsk, pode ser ocupado por Jonathas, que não foi bem contra o Botafogo, ou Jajá.
Pelo lado do Santos, o técnico Leão deve manter a mesma formação que venceu o América do México. Ele tem todos os jogadores que vêm atuando à sua disposição. Betão segue improvisado na lateral direita, posição carente no elenco e que deverá ser reforçada, e a zaga terá Fabão e Marcelo.
Cruzeiro
Fábio; Marquinhos Paraná, Espinoza, Thiago Heleno e Jadílson; Charles, Fabrício, Ramires e Wagner; Guilherme e Jonathas (Jajá)
Técnico: Adilson Batista
Santos
Fábio Costa; Betão, Fabão, Marcelo e Kléber; Rodrigo Souto, Marcinho Guerreiro e Molina; Wesley, Lima e Kléber Pereira
Técnico: Emerson Leão