O desejo de revanche é comum a jogadores de Santos e América do México, que passam a disputar uma vaga nas semifinais da Copa Libertadores a partir de 21h20 (horário de Brasília) desta quinta-feira, no estádio Azteca. Eliminado pelo Peixe justamente nas quartas-de-final em 2007, o time local enfrentará jogadores com experiência no futebol mexicano.
As duas referências do ataque do Santos, por sinal, guardam más recordações do América. O centroavante Kléber Pereira, após passar por Tigres e Vera Cruz no México, defendeu o adversário desta quinta entre 2005 e 2006. Na ocasião, ele recebeu uma proposta tentadora do Catar, porém seu clube se recusou a negociá-lo. E, como represália pelo desejo de sair, emprestou o hoje santista ao Necaxa.
“Fiquei chateado quando fui para o Necaxa. Não era o que eu queria na época”, reconheceu Kléber Pereira, que amenizou sua vontade de se vingar quando chegou à Cidade do México. “Isso é passado e, para mim, já está resolvido. Tive bons momentos no América e gosto muito do clube e da torcida. Estou do lado do Santos e farei tudo para ajudá-lo a chegar às semifinais, mas não tem nada de dar o troco”, relevou.
Se Kléber Pereira desperta a atenção dos mexicanos por sua trajetória no país, outro destaque santista é quase esquecido. O meia colombiano Maurício Molina teve uma passagem apagada pelo Morelia entre 2003 e 2004. “Não tenho boas recordações do México. Não tive oportunidades no Morelia e, agora, quero a revanche”, avisou o jogador, que culpou a inexperiência por seu fracasso no México.
O sentimento externado por Molina é o mesmo dos jogadores do América que foram desclassificados pelo Santos no ano passado. “Agora, teremos nossa revanche”, vislumbrou o defensor Oscar Rojas. Seu companheiro Rodrigo Iñigo repetiu o discurso: “Essa pode ser considerada uma revanche porque me doeu muito quando nos venceram no Brasil. Era uma partida que tínhamos tudo para ganhar. Podemos fazer isso agora”.
O técnico Emerson Leão está atento à força do time mexicano, que surpreendeu o Flamengo para avançar na Libertadores. “O América, sem dúvida, é mais time que o Cúcuta. Eles vêm de uma vitória brilhante no Maracanã cheio e também contam com o handicap favorável da altitude da Cidade do México”, respeitou. O treinador Juan Antonio Luna retribuiu os elogios do adversário: “Com o apoio de seus dirigentes, de Pelé e de tudo o que cerca essa equipe, como a tradição, o Santos é muito forte na Libertadores”.
O Maracanã, por sinal, foi o palco do tropeço dos reservas do Santos contra o mesmo Flamengo, na primeira partida pelo Campeonato Brasileiro. O atacante Wesley, que esteve em campo, é a novidade da escalação de Leão contra o América do México. “Ele fez uma bobeira e ficou fora de um jogo [cumpriu suspensão contra o Cúcuta]. Depois de se exercitar no domingo, ele está escalado. Esperamos que jogue mais uma boa partida, como vinha fazendo”, comentou o treinador.