O Cruzeiro foi goleado pelo Real Potosí, por 5 a 1, e perdeu a oportunidade de se garantir até como o melhor da primeira fase da Libertadores. Com uma postura medrosa, a Raposa não conseguiu impor seu estilo de jogo, errou muitos passes, não criou oportunidades e foi pressionado, durante toda a partida, pelos bolivianos.
O técnico Adílson Batista preferiu escalar o Cruzeiro no 3-5-2, com Marquinhos Paraná e Thiago Martinelli se revezando na função de lateral-esquerdo. O armador Wagner jogou um pouco mais avançado, mas Marcelo Moreno era o único do ataque original da Raposa. Desde o início, a postura celeste foi claramente defensiva. A intenção do comandante era segurar o jogo no primeiro tempo, evitar o desgaste dos jogadores, e buscar o gol em lances de contra-ataque.
Porém, o que ele não contava era que o Potosí abrisse o placar logo no início, aos três minutos. O zagueiro Espinoza se antecipou a uma jogada do ataque boliviano, mas na hora de dar o passe entregou nos pés de Loyaza. O meio-campista arriscou de fora da área e mandou uma bomba, indefensável. O Cruzeiro assustou dois minutos depois, com Marcelo Moreno, também de fora da área.
Mas os bolivianos quase ampliaram com Pintos. O atacante recebeu um lindo passe na área e tentou de letra, mas o juiz marcou impedimento. Aos 12 minutos, porém, em cruzamento na área celeste, a defesa tentou fazer linha de impedimento, e Pintos apareceu sozinho, dominou e tocou na saída de Fábio, marcando o segundo do Real Potosí.
Aos 15, foi a vez de Candía assustar o goleiro Fábio com uma bomba de fora da área. Até então, o Cruzeiro apenas assistia os bolivianos dominarem a partida. Muito mal posicionado em campo, e com vários passes errados, as jogadas celestes não fluíam, e, quando aconteciam, eram facilmente desfeitas pela defesa boliviana.
A primeira jogada bem tramada aconteceu aos 18 minutos. Wagner tabelou com Ramires e lançou, sobre a zaga, para Marcelo Moreno. O goleiro Hugo Suárez saiu para dividir e acabou chutando contra o próprio defensor. A bola subiu e quicou quase sobre a linha do gol boliviano e a zaga afastou. Um minuto depois, Pintos arriscou cruzado para Fábio defender.
O Cruzeiro voltou a chegar ao ataque aos 28 minutos e, novamente, em um lançamento para Marcelo Moreno. Marquinhos Paraná mandou por cima, o atacante dominou e, na hora de finalizar, recebeu um encontrão. Pênalti. Ele mesmo bateu, deslocando Hugo Suárez. O gol foi reflexo de uma melhoria da postura celeste em campo. Depois de passar sufoco, os jogadores começaram a trocar passes mais curtos e evitar grandes piques.
O Real Potosí voltou a assustar com dois chutes de fora da área de Loyaza, mas a noite era mesmo de Pintos. Depois de uma linda jogada de Gatty Ribeiro, que cruzou rasteiro da linha de fundo, o atacante bateu forte, mas Fábio salvou o Cruzeiro de levar o terceiro. Aos 38, Marcelo Moreno também quase marcou de cabeça, mas a bola passou rente ao travessão de Hugo Suárez.
Na volta do intervalo, o técnico Adílson Batista colocou o lateral-esquerdo Jadílson no lugar de Jonathan. Desta forma, o Cruzeiro voltou a atuar no 4-4-2, mas o treinador celeste não teve nem tempo de ‘sentir’ a mudança. Logo aos seis minutos, Pintos aproveitou o rebote do goleiro Fábio e marcou o terceiro dos bolivianos no jogo, o segundo dele.
Com 3 a 0 no placar, o Potosí diminuiu o ritmo. Porém, o Cruzeiro não conseguiu aproveitar o relaxamento boliviano para buscar encostar no marcador. O meio-campo celeste era inativo na armação. A maioria das jogadas eram lançamentos diretos para Moreno, que sozinho entre os zagueiros, pouco produzia.
O Real Potosí seguia tocando a bola de pé em pé, buscando as jogadas de linha de fundo e cruzamentos na área. Aos 21 minutos, em jogada ensaiada de falta, Candía mandou uma bomba, a bola passou entre a barreira, e não deu tempo para o goleiro Fábio chegar, morrendo no cantinho direito da meta celeste.
Aos 42 minutos, mais uma prova da fragilidade da defesa celeste. O meia Gatty Ribeiro invadiu a área pela direita e bateu, a bola explodiu na trave. No rebote, ele mesmo pegou, driblou três zagueiros celestes e chutou rasteiro, no cantinho de Fábio, para marcar o quinto do Real Potosí, sacramentando a maior derrota celeste na história da competição internacional.
Mesmo goleado, o Cruzeiro agora aguarda a definição dos outros grupos da Libertadores para saber quem enfrentará na próxima fase. O time celeste encerra a primeira fase na liderança do grupo 1, com 11 pontos. Já o Potosí chegou a seis, mas está eliminado.