A ascensão do Palmeiras sob o comando do técnico Wanderley Luxemburgo segue quebrando barreiras. Nesta quarta-feira, com o Palestra Itália lotado, os jogadores do Verdão superaram o mau estado do gramado e, pela sétima vez consecutiva na temporada, deixaram o campo celebrando a conquista dos três pontos.
A vitória por 1 a 0 contra a Portuguesa foi chorada, sofrida, conquistada aos 48 minutos do segundo tempo, com Jorge Preá, aproveitando falta cobrada para a áraea que ainda acertou a trave. O resultado ainda transformou o Verdão no novo líder do Campeonato Paulista, com 34 pontos. Pelo menos até quinta-feira, quando o Guaratinguetá irá a Mirassol e, em caso de triunfo, retomará a primeira colocação na tabela por ter mais vitórias que o Alviverde.
Ao vencer o sétimo jogo em seqüência, o Palmeiras também igualou uma marca conquistada há dois anos. Dirigido por Leão, o Verdão derrubou sete adversários seguidos, cinco pelo Paulistão e dois pela pré-Libertadores. Para igualar o recorde, antes do time do Canindé, o Palmeiras bateu Cene-MS (2 a 0), Corinthians (1 a 0), Bragantino (5 a 2), Ponte Preta (2 a 1), São Paulo (4 a 1) e Paulista (2 a 0).
O Palmeiras volta a atuar no Palestra Itália sábado, às 16 horas, diante do São Caetano. Já a Portuguesa terá pela frente o Grêmio Barueri, também no sábado, só que um pouco mais tarde, às 20h30, no Canindé.
O jogo: Os primeiros 45 minutos do jogo desta quarta ficaram marcados pela irritação palmeirense com a atuação do árbitro José Henrique de Carvalho. Antes da partida contra a Lusa, Carvalho, o árbitro que deu cartões amarelos ao mesmo jogador e o manteve em campo (Magal, do Guaratinguetá, contra o Corinthians), havia trabalhado somente em um jogo do Palmeiras no Paulistão: empate sem gols contra o Santos.
Na ocasião, o chileno Valdívia e o técnico Wanderley Luxemburgo deixaram o campo reclamando do “rodízio” de faltas em cima do camisa dez e da falta de rigor do árbitro. Nesta quarta, contra a Lusa, Valdívia também recebeu um cartão amarelo de José Henrique de Carvalho. Por reclamação.
Arbitragem à parte, a etapa inicial teve poucos momentos de emoção para os torcedores. Bastante estudado, o jogo melhorou somente a partir dos 15 minutos, curiosamente quando o sistema de som do estádio anunciou o gol do Santos em cima do Corinthians, na Vila Belmiro.
Aos gritos de “ô, ô, ô, vamos ganhar, Porco”, o Verdão acelerou o ritmo do jogo e, no minuto seguinte, quase abriu a contagem em bela cobrança de falta de Élder Granja, defendida também com plasticidade pelo arqueiro luso, que também foi bem na bola em chute colocado de Alex Mineiro.
A Portuguesa seguiu sem alterar seu ritmo e, devagarzinho, fez o goleiro Marcos trabalhar. Aos 31, depois de cobrança de escanteio, a bola sobrou para o zagueiro Halisson, que só não marcou graças a Pierre, que tirou em cima da linha de gol. Na seqüência, em chute despretensioso, a bola pingou e quase encobriu o pentacampeão.
Na derradeira chance do primeiro tempo, a torcida foi à loucura com a arrancada de Valdívia pela esquerda e com o passe perfeito do “Mago” para Alex Mineiro, que ficou de frente com André Luiz e desperdiçou ótima oportunidade, pegando na “orelha” da bola e mandando por cima do travessão, de forma bisonha.
Sufoco: O Palmeiras voltou para a etapa final um pouco menos preocupado com a arbitragem, mas perdendo gols incríveis. Alex Mineiro, artilheiro do time e que já viveu momentos inspirados com a nove alviverde, não estava em noite feliz.
Foi dele, aos sete minutos, a oportunidade de gol mais incrível desperdiçada pela equipe, ao receber bola “açucarada” de Diego Souza dentro da área e, frente a frente com André Luiz, acertar a rede…pelo lado de fora.
Para renovar o gás do time, Luxa sacou Léo Lima e Denílson para colocar Martinez e Lenny em campo, mas levou um susto assim que promoveu as alterações, com Ramon desperdiçando clara chance para a Lusa debaixo das traves do goleiro Marcos. Foi o último lance do camisa nove, que saiu para a entrada de Vaguinho, acompanhado por Alex Mineiro, que deu lugar a Jorge Preá.
Nos minutos finais do encontro, José Henrique de Carvalho voltou a irritar os torcedores do Palmeiras ao marcar falta de Pierre sobre Rogério e dar cartão para o palmeirense. Com os nervos à flor da pele, o Verdão, que ainda viu um gol da Portuguesa ser anulado, chegou ao triunfo na base do sufoco, aos 48 minutos. Depois de bola levantada na área, um jogador do Verdão acertou a trave e, no rebote, Jorge Preá definiu o resultado: 1 a 0.