No terceiro grande clássico do Paulistão, São Paulo e Santos travaram um duelo interessante na tarde deste domingo, no Morumbi, que reuniu um dos favoritos ao título contra um time ainda em fase de reconstrução. Contra todos os prognósticos, o duelo caminhava para um injusto empate em dois gols, quando Muricy Ramalho mexeu no time, trocando Fábio Santos por Carlos Alberto.
Com menos de cinco minutos em campo, o meia aproveitou contra-ataque rápido e, na saída de Fábio Costa, decretou a vitória são-paulina: 3 a 2. Foi a vingança do meia, que brigou com Leão no Corinthians durante um jogo da Copa Sul-americana em 2006 (derrota por 4 a 2 para o Lanus, em outubro) e colocou um ponto final em sua passagem pelo Parque São Jorge.
O resultado manteve a invencibilidade tricolor no Paulistão, mas levou o time são-paulino ao seu terceiro empate consecutivo. O Santos estacionou nos oito pontos e tem enormes chances de terminar a rodada fora da zona de rebaixamento.
Mal a bola começou a rolar e a proposta santista para o duelo ficou clara: defender muito, destruir sempre e, quando possível, tentar surpreender nos contra-ataques. O São Paulo, por sua vez, começou sufocando e, em menos de quatro minutos, criou duas chances claras para abrir o placar, ambas com Jorge Wagner e ambas criadas pelo setor direito da defesa santista, primeiro em falha de Fábio Costa, e depois em chute da intermediária.
O tempo passou e o panorama não se alterou. Hernanes, da entrada da área, e Adriano, com cabeçada defendida de forma espetacular por Fábio Costa, também deixaram o grito de gol preso na garganta do torcedor tricolor.
Mesmo desorganizado em campo e sem esquema tático definido, o Santos foi “presenteado” e acabou saindo na frente do placar aos 15 minutos, com Kléber Pereira aproveitando cochilo do miolo de zaga são-paulino e tocando na saída de Rogério Ceni.
A superioridade são-paulina era tanta que nem mesmo o susto com o gol santista foi suficiente para alterar a história do clássico. Dois minutos mais tarde, Jorge Wagner cobrou falta, a defesa santista apenas olhou e Fábio Santos, de coxa, deixou tudo igual.
Recuperado do susto, o São Paulo partiu em busca da virada e quase conseguiu ainda no primeiro tempo, quando Fábio Santos fez linda jogada e tocou para Adriano. O camisa dez fez cruzamento para a área, que passou por todo mundo, mas não por Richarlyson, que bateu forte, de primeira, para a defesa de Fábio Costa.
Na derradeira oportunidade da etapa inicial, Jorge Wagner levantou na área procurando Adriano. Domingos, a “sombra” do Imperador, tentou o corte e mandou no travessão de Fábio Costa, quase marcando um golaço… contra.
O Santos voltou para o segundo tempo com duas mudanças: Marcinho Guerreiro no lugar de Denis e Alemão no de Tiago Luis, para dar novo fôlego aos contra-ataques. Adriano deixou o setor de meio-campo e foi ocupar a lateral direita. O futebol do time, no entanto, permaneceu o mesmo.
O São Paulo também não alterou o ritmo e demorou apenas quatro minutos para colocar justiça no placar. Em cobrança de falta da intermediária, Juninho soltou o pé. A barreira abriu e a bola quicou na frente de Fábio Costa, que nada pôde fazer: 2 a 1, para desespero do camisa um santista.
Quando tudo parecia se encaminhar para uma vitória tranqüila, a zaga são-paulina voltou a cochilar e o Santos aproveitou. Alemão foi para cima de André Dias e cruzou para a área, na cabeça de Rodrigo Souto, que subiu mais que os adversários para deixar tudo igual: 2 a 2.
Nos minutos finais do jogo, o São Paulo se abriu para tentar a vitória e o Santos cresceu, chegando perto do terceiro gol depois que Rodrigo Tabata fez lindo lançamento para Kléber Pereira, que desperdiçou. Na seqüência, mais uma vez o camisa nove abusou e perdeu duas chances para alcançar a vitória. No contra-ataque, o castigo. Carlos Alberto, que acabara de entrar, recebeu na área e definiu a vitória e a vingança contra Leão: 3 a 2.
Nos minutos finais do clássico, o tempo esquentou e dois cartões vermelhos foram distribuídos: Rodrigo Tabata, pelo Santos, e Adriano, pelo São Paulo.
Terminado o clássico, o Santos tentará esquecer a má campanha no Estadual com uma boa estréia na Libertadores da América. O primeiro desafio será no início da madrugada desta quinta-feira, às 00h10, diante do Cúcuta Deportivo, na Colômbia. O Tricolor só estreará na competição continental dia 27, também na Colômbia, diante do Nacional de Medellín.
Pelo Paulistão, o time do Morumbi voltará a campo domingo, para encarar o Marília, no Bento de Abreu, enquanto o Santos pegará o lanterna Rio Preto, também longe de casa, só que às 18h10.