Há muito tempo o principal clássico do futebol mato-grossense não despertava a atenção do torcedor, afinal por ironia do destino, os dois clubes não se enfrentaram no Estadual do ano passado, e só mediriam forças na Copa Mato Grosso, no fim do ano. E ingredientes não faltaram nas últimas semanas, para levar alvinegros e tricolores ao Verdão, para a partida que começa às 18 horas desse domingo, com transmissão da Equipe de Ouro da Rádio CBN Cuiabá. É o jogo de número 100 entre alvinegros e tricolores.
Além de prêmios que serão sorteados pelas duas diretorias, como bicicletas e dvd”s, os dois presidentes, Júlio Pinheiro, do Mixto, e Aílton Azambuja, do Operário, gastaram saliva nas alfinetadas que beiraram as piadas. Chegaram a apostar cobrança de pênaltis, mas preferiram atrair o torcedor de outra forma.
“Pedi a meus jogadores para não humilharem o Operário. Temos que respeitar o clube, vamos ganhar só de 3 gols de diferença”, prevê o presidente, agitado com a possibilidade de ter casa cheia.
Azambuja não ficou para trás. “Esse presidente que caiu de pára-quedas fala muito, mas já vi que não é de agir muito não. Comigo é diferente. Vendemos mil ingressos antecipados, e ele ?”, devolveu o dirigente operariano.
Mas os treinadores ignoram as provocações dos cartolas e preferem manter uma postura a altura da rivalidade e a tradição dos clubes de maior torcidas do Estado.
“São dois clubes importantes que carregam a história do futebol mato-grossense. Vai vencer quem estiver melhor e souber aproveitar melhor as oportunidades que surgirem na partida”, argumenta o mixtense Arildo Berdun, que foi mantido no cargo, após sofrer com a ameaça do rebaixamento em 2007.
Pelo lado do Chicote, Gilmar Ferreira, que assumiu o clube no lugar do demitido Sérgio Araújo, lembra que desde que passou a trabalhar no Operário, nunca perdeu para o Mixto; mas, como o rival alvinegro, descarta o favoritismo, usando um conhecido jargão. “Clássico é clássico. Não há favorito”.
Times – Em campo, as duas equipes devem ter muitas novidades. Os dois técnicos fazem mistério. Líder do Grupo B, com 6 pontos e 100% de aproveitamento, o Mixto deve estrear oficialmente o meia ofensivo Dinei – contratado pela diretoria como um centroavante. O jogador foi o pivô de uma polêmica que terminou no dia 24 de janeiro, com a estréia do Tigre no Estadual. Na vitória de 3 a 1 sobre o Cacerense, no Verdão, Júlio Pinheiro apresentou à torcida, o pretenso reforço do arquirival Operário. Era a resposta a contratação do zagueiro Thiago Lugano, que atravessou a ponte, depois de ter sido preterido pelo treinador mixtense. O clima no alvinegro não é bom. A diretoria se divide, entre manter Berdun no cargo, principalmente depois de ele ter dispensado o atacante Caniggia. Outra negociação sem explicação foi a contratação do atacante Thiago Tupã – pedida por Arildo. O jogador está há um mês em Cuiabá e ainda não foi escalado. Tentando demonstrar um clima de tranquilidade, o treinador brincou com a imprensa durante a semana, tentando esconder a escalação. “Só vou confirmar o time nos vestiários”, disse Berdun.
Sem Geovani, suspenso com o terceiro cartão amarelo, Berdun deve escalar Lucas para a posição. Euclides pode perder a vaga no meio campo, para a entrada de Carlos Alberto. Carlinhos Bala, que sentiu uma lesão no tornozelo direito, fará testes nos vestiários. Assim, o 11 é uma incógnita. Será ?
Pelo lado do Chicote – vice-líder do Grupo com 4 pontos e também invicto, a baixa confirmada é o zagueiro Canú – expulso no empate de 1 a 1 em Cáceres. Odail Júnior deve ser o substituto. No ataque, o recém contratado André, sofreu uma lesão no treino de quinta-feira e fará testes no vestiário. Desta forma o ataque pode ser formado por Júnior Paraíba e Jéferson, que ainda está em recuperação. O garoto Igor é outra opção. Independente das escalações, o jogo promete ser mais um emocionante clássico, um capítulo há mais para poucos privilegiados que ainda acreditam no nosso futebol, em busca da retomada da hegemonia.
Mixto – Douglas; Diego Nunes, Evandro, Eduardo e Ezequiel; Natan, Jean Carlos e Carlos Alberto (ou Euclides); Fernando, Carlinhos Bala e Dinei. Técnico: Arildo Berdun.
Operário – Ernandes; Simonei; Odial Júnior, Maurício Canhão, Thiago Lugano e Fabiano; Dudu, Renan e Joel; Júnior Paraíba e André (ou Jéferson). Técnico: Gilmar Ferreira.
Árbitro: Maurício Aparecido Siqueira
Horário: 18 horas
Local: Verdão
INGRESSOS: R$ 10 (cobertas) R$ 20 (cadeiras)