Chovesse ou fizesse sol, o Inter tinha obrigação de vencer na 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. Choveu e os colorados empataram por 0 a 0 com o Flamengo, neste domingo. O resultado deixa os dois times equidistantes de seus objetivos atuais. Os gaúchos foram jogados para o quarto lugar, com 44 pontos, seis a menos que o líder Palmeiras. O ponto somado fora de casa coloca o Rubro-negro na sétima posição, a seis pontos do G-4.
A chuva que começou a cair em Porto Alegre no começo da noite de sábado não parou nunca, deixando o gramado do Beira-Rio em péssimo estado. Mesmo assim, o árbitro Sandro Ricci deu condições para a realização da partida, o que desagradou os dois treinadores. O incansável trabalho de funcionários do Inter antes da partida, que tentavam escoar a água utilizando rodos, não surtiu o menor efeito.
Diante de um campo de jogo alagado, nem se Falcão e Zico estivessem atuando, o público veria um embate de bom nível. Sem condições para o toque de bola poucas chances foram criadas, deixando o 0 a 0 como um placar inevitável.
Na próxima rodada ambos entram em campo no domingo. O Flamengo terá pela frente o clássico Fla-Flu, enquanto o Inter enfrenta o Coritiba, no Couto Pereira. Antes disso, os colorados enfrenta o Universidad de Chile, pela Copa Sul-americana, na quarta-feira.
O jogo – Com as péssimas condições do gramado, quem perdeu mesmo foi o futebol. Em campo duas equipes com bom toque de bola e velocidade na execução das jogadas. Nada disso pode ser visto no encharcado Beira-Rio. O "sistema tático" adotado pelos dois lados foi o chutão para frente. Era impossível trocar passes pelo chão.
A chuva não impediu os protestos da torcida colorada em relação a Tite. Na frente do hotel onde a delegação colorada concentrou, dois torcedores estenderam uma faixa com o seguinte dizer "blá blá blá", em alusão aos discursos evasivos do treinador. Nas arquibancadas surgiu atrás um dos gols um cartaz escrito "Vendam também o Tite", uma ironia à direção, acusada de vender muitos jogadores nos últimos anos.
O Inter espetava Kléber, que se aproximava de Taison, deixando a cobertura pelo lado esquerdo a cargo de Maycon. Pelo lado esquerdo tentava-se a criação de uma produção ofensiva. O Flamengo apostava na força física de Adriano, pois Petkovic pouco teve o domínio da bola. As dificuldades renderam somente seis finalizações no primeiro tempo.
Na primeira delas, Adriano cobrou falta. Lauro se atrapalhou para defender o pesado chute e a defesa espanou o rebote. No lado colorado, o melhor lance saiu da cabeça de Alecsandro. Em um testaço no canto, Diego caiu para firme defesa. Os outros quatro arremates foram dos donos da casa. Nenhum deles teve o rumo do gol.
Com 15 minutos do segundo tempo tudo estava igual ao primeiro tempo. Maldonado havia arriscado de longe, no único chute a gol até então. Andrade sacou Petkovic para promover o retorno de Juan. O lateral não atuava desde 4 de julho, devido a uma lesão muscular. A arma de Tite foi colocar Edu no lugar de Taison, ganhando 10 centímetros nas jogadas pelo alto, pois por baixo seguia complicado a concatenar jogadas.
A primeira oportunidade de gol da segunda etapa ocorreu aos 24 minutos. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou para David. O zagueiro chutou cruzado para fora, desperdiçando a melhor chance do jogo. O Mengão estava mais encorpado em campo, dominando as principais ações do confronto. No fim, seguiu tudo igual.