Perder em casa no Campeonato Brasileiro não é aconselhável. Para o Inter ser derrotado pelo Cruzeiro por 3 a 2, no Beira-Rio, pode ter um custo inestimável. Brigando pela ponta da tabela, os colorados contaram com o triunfo do Vitória sobre o Palmeiras, mas não fizeram a sua parte na 24ª rodada da competição.
O tombo em casa mantém o clube gaúcho na segunda posição, com 43 pontos, um menos que o Verdão. Já o Cruzeiro segue na 13ª colocação, com 32 pontos.
Foram cinco gols e um belo futebol. A chave do jogo estava nas mãos de Gilberto, que nunca havia perdido para o Inter no Beira-Rio em sua passagem pelo Grêmio. O meia manteve a escrita e com uma caligrafia de dar inveja. Ele teve participação nos três gols cruzeirenses.
Após Alecsandro abrir o placar cobrando pênalti, Gilberto empatou da mesma forma. Na segunda etapa, ele marcou o segundo, de cabeça. Na saída de jogo do gol Andrezinho, o camisa 10 concatenou a jogada, culminando no terceiro dos mineiros com Thiago Ribeiro.
O rival de hoje é o amigo de amanhã. No próximo domingo, o Inter torcerá para o Cruzeiro diante do Palmeiras, no Mineirão. Os colorados entram em campo no dia anterior contra o Vitória, no Barradão.
O jogo: São Pedro entrou em acordo com os Deuses do futebol e fez a chuva, que castigou o Sul do Brasil durante a semana, cessar na hora da partida. Porém, foi insuficiente para que o gramado do Beira-Rio se recuperasse a tempo para o jogo. Com dois times com qualidade técnica, a bola rolou. Rolou bastante. Foram poucas paralisações, nos primeiros 20 minutos somente duas faltas haviam sido cometidas.
Thiago Ribeiro achou buracos na defesa colorada desde o início. Com um minuto, o atacante cruzeirense só foi parado quando Lauro saiu nos seus pés, abafando o lance. Na jogada seguinte, o camisa 11 centrou para Fabrício cabecear para fora.
Os dois times conseguiam chegar à área adversária com rapidez, em um confronto bem jogado. O Inter conseguia escanteios, foram nove na primeira etapa. As jogadas pelo alto eram uma predileção. Em uma delas, Alecsandro desviou no cantinho, Fábio salvou, efetuando bela defesa, aos seis minutos. O Cruzeiro apostava na bola no chão, sobretudo com Gilberto.
Aos 18 minutos, Taison dividiu com Elicarlos dentro da área, em lance duvidoso. O árbitro marcou somente escanteio. Três minutos depois, Fabiano Eller testou na trave dos mineiros, fazendo o estádio pulsar. O gol não demorou a sair. Aos 27, Marquinhos Paraná errou passe na saída de bola, Magrão aproveitou-se da falha e foi derrubado na área. Desta vez, a penalidade foi assinalada. Batendo com precisão, Alecsandro colocou os donos da casa na frente.
Se o time de Tite não dominava a partida, conseguia limitar as chances do oponente. Com a redução do ritmo, o Cruzeiro também passou a utilizar os lances por cima. Mas foi por baixo que saiu o empate. Thiago Ribeiro, em lance parecido com o do primeiro minuto, driblou para trás, afoito Guiñazu cometeu a penalidade. Assim como Alecsandro, Gilberto executou a cobrança com perfeição, aos 36 minutos.
O script foi mantido para o segundo tempo. Era lá e cá. Aos 30 segundos, Sandro bateu forte, cruzado. Fábio apareceu bem e espalmou. O Cruzeiro seguia espaço. Principalmente quando a bola chegava aos pés de Gilberto, vigiado à distância pela defesa gaúcha. Em um cruzamento do meio-campista, Henrique finalizou de bate pronto em cima de Lauro.
Adilson Batista adiantou sua linha defensiva, encurtando o campo. O Inter começou a explorar os lances em profundidade com Taison. Em um deles, Alecsandro arrematou para fora, em um gol sem goleiro. No lance seguinte, os colorados atingiram o auge da liberdade dada a Gilberto. Soares cruzou da direita e o camisa 10 testou para as redes, virando a partida, aos sete minutos.
Em desvantagem, Tite sacou seu primeiro volante, Sandro, para o ingresso de mais um armador, Andrezinho. Na frente, saiu Taison para a entrada de Edu. Adilson não hesitou para mexer também, tirando Soares para a estreia do lateral direito Patric, deslocando Elicarlos para a meia-cancha. Em seguida, com câimbras, Elicarlos deu lugar a Cláudio Caçapa, outro estreante da tarde.
As mudanças foram a chave para a retranca mineira. O Cruzeiro passou a se encolher no seu campo, a espera de um contra-ataque para liquidar a partida. A primeira chance apareceu, novamente com Gilberto, que parou em Lauro, aos 25 minutos. Pouco antes, Edu havia cabeceado para fora, em bom ataque do Inter.
Se os colorados não achavam vazios na retaguarda celeste, sofriam faltas. Em uma delas, Andrezinho cobrou com precisão, aos 29 minutos. O gol dava ao Inter a liderança do Brasileiro, mas Gilberto seguia livre. Na saída de jogo, ele evoluiu sozinho, achou Patric. O lateral soltou uma bomba, Lauro espalmou, bem colocado, Thiago Ribeiro só cutucou para dentro do gol.
Aos donos da casa restou o desespero. Tite iria colocar o volante Glaydson, a torcida pediu o garoto Marquinhos. O treinador atendeu ao coro vindo da arquibancada. Porém, não foi suficiente e pela segunda vez o Inter saiu derrotado do Beira-Rio neste Brasileirão, com o time saindo vaiado de campo.