O Grêmio foi dois na tarde deste domingo. Das duas caras demonstradas pelo time de Paulo Autuori, na nona rodada do Campeonato Brasileiro, prevaleceu a primeira. Atuando no Olímpico, o Tricolor mostrou não ter se abalado com a eliminação na Libertadores e precisou de 11 minutos para garantir a vitória sobre o Atlético-PR. Depois, os gaúchos mostraram fragilidade e insegurança. No fim, venceram por 4 a 1, apesar dos inúmeros sustos.
Com um início arrasador, o Grêmio não parecia ter sofrido um baque no meio da semana, quando foi eliminado da Libertadores. Com onze minutos, Maxi López (duas vezes) e Herrera asseguraram a vitória. Depois disso, o time recuou, se perdeu e deu espaços. O Furacão não teve qualidade suficiente para encostar no placar marcando somente com Rafael Moura, ainda no primeiro tempo.
Na segunda etapa, os paranaenses pressionaram bastante, mas sem a efetividade necessária. Em um lance isolado, a equipe de Paulo Autuori conseguiu ainda maçar mais um, com Herrera.
A vitória deixa o Grêmio provisoriamente na nona colocação. Já a situação atleticana é bem diferente. Com a vitória do rival Coritiba sobre o São Paulo, o Furacão entrou na zona de rebaixamento, ocupando a 18ª posição.
Na décima rodada, as duas equipes atuarão em casa. O Grêmio se reencontrará com o Olímpico mais aliviado para enfrentar o Corinthians, no domingo. No mesmo dia, o Atlético-PR receberá o Inter, na Arena da Baixada.
O jogo – Com um Olímpico de ressaca, a dor de cabeça atingiu em cheio à diretoria tricolor. A principal torcida do clube, que fica atrás de um dos gols e faz a avalanche nas comemorações, protestou contra a direção. Primeiro, eles proibiram que os torcedores "comuns" ficassem no local para que eles pudessem protestar. Com cada integrante segurando um cartaz contendo uma letra, eles formularam a pergunta "felizes agora?". Na sequência foram duros com os dirigentes chamando a direção de omissa. Durante toda a partida ouviram-se gritos repudiando a gestão do presidente Duda Kroeff.
Apesar da eliminação do Grêmio na Libertadores, na quinta-feira, quando o juiz apitou o início do jogo, quem estava deprimido era o Atlético-PR. Desatento em campo, o Furacão viu o Tricolor matar a partida nos primeiros 11 minutos.
Em seu primeiro lance ofensivo, o Tricolor marcou um senhor gol, com a qualidade que não apareceu durante toda a competição continental. Após trocas de passe no meio do campo, Thiego inverteu a bola da direita para esquerda. Souza dominou e achou o criticado Fábio Santos, que cruzou para Maxi López ir às redes, logo aos 4 minutos de jogo.
Bastaram dois minutos para o Grêmio ampliar. De novo com Maxi López. De novo com Fábio Santos, que levantou a bola na cabeça do argentino. Mias cinco voltas do ponteiro e o 3 a 0 chegou com Herrera. Em jogada pelo meio, o atacante marcou após fintar um zagueiro e chutar com a precisão que faltou na Libertadores.
Conquistando uma vantagem elástica de maneira rápida, a equipe de Paulo Autuori relaxou, dando espaços para o Atlético-PR. Aos 21 minutos, Rafael Moura descontou, quando a bola ficou a sua feição, após um bate-rebate na área gremista.
O gol sofrido expôs toda a fragilidade da equipe gaúcha. Mesmo com uma vantagem que dava tranquilidade, o time tricolor ficou nervoso. Abriu espaços em sua retaguarda, parou de trocar passes. Ficou insegura. O Atlético não se aproveitou, faltando eficácia nas tramas ofensivas.
Nos minutos finais, o Grêmio esboçou uma reação, conseguindo finalizações com Maxi López, Fábio Santos e Léo. Foi uma tentativa de reação. Não mais do que isso. Porque no segundo tempo, os paranaenses voltaram a ter espaço, mas finalizavam pouco. Aos 6 minutos, o Grêmio viu ao adversário trocar passes dentro de sua área. O chute de Marcinho parou nas mãos de Victor.
Em seguida, Patrick, que entrou na vaga de Chico, perdeu oportunidade frente a frente com Victor. Rafael Moura tirou tinta da trave em chute de primeira. No outro lado do campo, Vinícius não trabalhava. Tentando dar consistência ao seu time, Autuori tirou Souza e colocou Maylson. O time passou a atuar no 3-5-2, mas o Furacão crescia em campo.
A orgulhada convicção de Autuori em jogar com o 4-4-2 tinha sido jogada fora, para depois ser mandada para o espaço, com a entrada do zagueiro Mário Fernandes no lugar do volante Adilson. O Grêmio jogou os últimos 13 minutos de jogo com quatro zagueiros de origem.
O Tricolor era emparedado, mas os visitantes não aproveitavam. Em contra-ataque, Maxi López acertou a trave, aos 35 minutos, no primeiro chute do gremista na segunda etapa. Em outro descuido paranaense, Maxi cruzou e Herrera decretou o placar final de 4 a 1. Apesar da boa vitória, a torcida protestou ao fim do jogando, não poupando a direção das críticas.