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Na Vila, Santos tenta derrubar o invicto Corinthians em busca do título

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A lotada Vila Belmiro será o segredo do Santos para a primeira partida da decisão do Campeonato Paulista de 2009. Contando com um retrospecto mais do que favorável atuando no estádio de nome oficial Urbano Caldeira contra o Corinthians no século 21, os comandados de Vágner Mancini abrem neste domingo a final do Estadual contra o invicto Timão, às 16 horas (de Brasília).

Diante de um Corinthians embalado pela eliminação sobre o São Paulo na etapa semifinal e pela invencibilidade na competição, o Santos tenta também mostrar que o tropeço de quarta-feira na própria Vila não abalou o brio dos atletas praianos. Embora tenha sido eliminado de forma vexatória pelo modesto alagoano CSA na segunda rodada da Copa do Brasil, com uma derrota por 1 a 0, o Peixe tenta também recuperar a taça paulista, que conquistou nos anos de 2006 e 2007.

O grande trunfo santista para sair na frente da disputa neste domingo, assim, será o caldeirão da Vila, que estará tomada por 18 mil torcedores no domingo. De 2001 até então, foram 12 partidas realizadas no estádio do Peixe, com oito vitórias dos donos da casa, dois empates e apenas duas derrotas û a última delas, aliás, há quase quatro anos.

Os únicos tropeços do Santos em seu estádio neste século aconteceram em partidas válidas pelo Campeonato Brasileiro. Em 2001, com Wanderley Luxemburgo no banco corintiano e Marcelinho Carioca no meio-de-campo santista, o Timão conquistou um triunfo por 2 a 0, com gols de Luizão, cobrando pênalti, e Galván, contra.

Quatro anos depois, em repetição de jogo anulado em decorrência da máfia do apito, os paulistanos voltaram a vencer: 3 a 2, resultado selado aos 42 minutos do segundo tempo com gol de Carlos Alberto, também em tiro livre da marca da cal. De 2005 para cá, quatro clássico entre os alvinegros na Vila, com três vitórias do Santos e um empate. Em Campeonatos Paulistas , a vantagem santista na Vila neste século é irretocável: três jogos e três vitórias û em um tabu que se estende há 23 anos sem vitórias o Corinthians no Urbano Caldeira (a última foi em 1986, por 2 a 0). Mas o técnico Mano Menezes não teme que a soberania do Peixe prevaleça. Pelo contrário: o gaúcho acredita que seus pupilos, liderados em campo por Ronaldo, farão frente e diminuirão a vantagem praiana.

“Esse é um período de quebras de tabus”, comentou Mano, que usou um feito do próprio Santos e dois do Corinthians para ilustrar sua argumentação.

“O Santos não ganhava uma partida do Palmeiras no Parque Antártica em Paulistas há 40 anos. O nosso time também ganhou dois jogos contra o São Paulo, sendo que não vencíamos clássicos há bastante tempo. E quebramos o recorde dos invictos”, lembrou o treinador.

E o novo feito imbatível estabelecido pelo Corinthians, que não perdeu uma partida sequer em 2009, tirou a Taça dos Invictos do São Paulo no último domingo. Mas, agora, é o Santos quem quer frustrar o rival. E, ao mesmo tempo, se recompor do tropeço de quarta-feira.

A ordem é esquecer a derrota para o CSA, e focar todas as atenções para a decisão do Campeonato Paulista. De quase eliminado, o Peixe mostrou força para chegar a final, superando o Palmeiras, nos dois jogos da semifinal.

A arrancada santista comandada por jovens jogadores como o meia Paulo Henrique Lima e o atacante Neymar rende comparações com o Santos campeão brasileiro de 2002, liderado naquela época pela dupla Diego e Robinho. Sem compartilhar do entusiasmo da torcida quanto a essa comparação, o técnico Vágner Mancini vê algumas semelhanças entre os dois times.

“Fica difícil de fazer comparações, pois são gerações diferentes. Aquele Santos hoje tem seis ou sete jogadores na seleção brasileira. O Santos de hoje é diferente. A igualdade que vejo foi na forma como chegaram a final. Aquela equipe se classificou em oitavo e foi crescendo até chegar à final. E nós nos classificamos de forma dramática, com aquele jogo em Campinas (Ponte Preta). Depois eliminamos um rival nas semifinais, como em 2002”, comentou.

Outra coincidência é o adversário da final. Novamente o Corinthians pela frente. E como em 2002, o Alvinegro Praiano tratou de passar o favoritismo para o adversário.

“O Corinthians tem um time equilibrado, entrosado, que joga um futebol bonito. E até por conta de tudo que fez durante o campeonato, deve ser apontado como favorito. Fica difícil falar em igualdade (de forças) também pela vantagem, que eles têm. Será um jogo dificílimo”, disse Mancini.

Para o primeiro duelo, o grande trunfo do Santos para reverter à vantagem corintiana é jogar em seu estádio, a Vila Belmiro. Pará, que deverá ser o companheiro de Germano no meio-campo, em substituição ao suspenso Roberto Brum, confia na força do alçapão santista para sair na frente na decisão.

“Agora é uma final e temos que encarar o Corinthians de igual para igual. Vamos jogar em casa e temos que nos impor. Precisamos fazer um grande jogo, ter atenção na marcação, sem bobear. Se fizermos isso, temos condições de sair de campo com um grande resultado, que nos daria uma tranquilidade para o jogo de volta”, analisou.

Enquanto o Santos tem baixas no meio-de-campo, Mano terá que fazer apenas uma alteração no time que venceu o São Paulo por 2 a 0 no Morumbi. O atacante Dentinho, suspenso ao acumular três cartões amarelos, deverá dar lugar ao meia Morais.O esquema tático corintiano também será alterado, saindo de um 4-3-3 e retornando ao 4-4-2.

Embora tenha que abrir mão de um esquema mais ofensivo, Mano Menezes não espera uma partida truncada neste domingo. Tudo porque, segundo ele, a Vila é um dos maiores gramados do futebol brasileiro û ainda que a impressão seja outra. “Não há diferenças em termos de dimensões do campo, mas o ambiente pode parecer pela proximidade do alambrado”, explicou Mano Menezes.

“Parece que o campo da Vila é menor, mas na verdade é até maior que a do Estádio Olímpico. Realmente é um ambiente diferente e você tem que estar preparado para isso, com os jogadores concentrados”, cobrou.

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