O 3 a 0 do Grêmio sobre o Aurora, nesta quarta-feira, pode trazer análises precipitadas. O placar dilatado da terceira vitória seguida do Tricolor na Libertadores, não foi condizente com a atuação em campo. O desempenho pela quarta rodada do Grupo 7 não foi dos melhores, mesmo demonstrando nervosismo, em único jogo o time comandado interinamente por Marcelo Rospide marcou o mesmo número de gols que em todo o primeiro turno. A equipe só conseguiu ir as redes com bolas aéreas.
Diferente dos últimos dois jogos pela competição, o Grêmio não se preocupava com os efeitos da altitude. A dúvida era qual seria a reação dos jogadores após a saída de Celso Roth. A qualidade apresentada no perfeito gramado do Olímpico não foi a esperada, mas o mais importante, o resultado, foi conseguido.
O time demonstrou intranqulidade com o momento instável vivido pelo clube. Tentando mostrar trabalho, por vezes, os jogadores aceleravam demais as jogadas. Mesmo assim, os gols saíram. Ambos vieram pelo alto. No primeiro tempo com Rafael Marques, no segundo com Maxi López e Rafael Marques.
A vitória levou o Tricolor aos 10 pontos e a certeza que terminará a rodada na Liderança do Grupo 7 ao fim da rodada. Ela será fechada na quarta-feira, com o Universidad do Chile, terceiro colocado com quatro pontos, recebendo o Boyacá Chicó, segundo com seis pontos. O Grêmio volta a jogar na quarta-feira da próxima semana, quando vai a Santiago enfrentar o Universidad. Já o Aurora, lanterna e sem chances de avançar de fase, entra em campo no dia seguinte, quando encara o Chicó fora de campo.
A batalha em campo foi vencida. Porém, falta achar um novo treinador para a equipe. Se depender dos gremistas, o nome a ser escolhido é o de Renato Gaúcho. Diversos cartazes nas arquibancadas denunciavam a preferência pelo herói da conquista do Mundial de Clubes. Ao fim da partida, seu nome foi cantado em coro pelo torcedor.
O jogo – A atmosfera no Estádio Olímpico era mais leve. A ausência de Celso Roth fazia a alegria da torcida, que aplaudiu o interino Marcelo Rospide. Raros foram os momentos que as palmas apareceram no lugar das vaias quando o nome do treinador era anunciado pelos autofalentes. Com a arquibancada feliz e diante de um adversário fraco, o Grêmio precisava fazer sua parte em campo.
Apesar de um pouco de ansiedade, a equipe tricolor conseguia criar boas oportunidades, sobretudo pelo lado direito. O Aurora defendia com oito jogadores, em duas linhas de quatro, com a mais adiantada se posicionando na intermediária defensiva, deixando os dois atacantes isolados no campo de ataque. Com três zagueiros, o Tricolor não encontrava dificuldades para conter o ataque adversário.
Com a bola no pé, o Tricolor encontrava facilidades para sair jogando. Quando chegava na intermediária ofensiva, a concatenação dos lances começava a ganhar um grau maior de complexidade. Por algumas vezes, passes bobos foram errados.
Maxi López realizou sua melhor atuação vestindo o azul, preto e branco do uniforme gremista. Seu compatriota e companheiro de ataque, Herrera, pouco fez. A ausência de Ruy na ala-direita não foi sentida. O elétrico Makelele avançava com constância, por ali saíram as melhores jogadas dos donos da casa.
Mesmo apagado, Herrera realizou a primeira finalização perigosa dos gaúchos. Após cruzamento da direita, o argentino testou para Dulcich ir lá embaixo, no canto esquerdo, e espalmar. O caminho era por cima. O gol gremista saiu de bola parada. Aos 31 minutos, Souza cobrou na cabeça de Rafael Marques, que tocou para dentro do gol. Era o calmante que o time precisava.
Entretanto, a vida do Grêmio não é uma maravilha. Novamente os jogadores perderam oportunidades incríveis para marcar. Primeiro com Fábio Santos, assim como no Gre-Nal, ele apareceu livre na área, mas arrematou mal e em cima do goleiro. Nos acréscimos, Makelele tocou para fora quando estava cara a cara com o goleiro.
O remédio “gol” teve efeito curto. O Grêmio voltou mal para a segunda etapa. O nervosismo apareceu outra vez. O Aurora, que até então só se defendia, começou a rondar a área gremista. A torcida demonstrou impaciência. A solução veio com mais uma pílula do calmante do futebol. Novamente pela direita, Herrera surgiu bem e levantou, Maxi López escorou de cabeça para as redes. O 2 a 0 era a garantia de que a noite terminaria com vitória.
Nem com os três pontos no bolso, o time relaxou. Todos ainda pareciam tensos. Souza tentava resolver sozinho e ouvia algumas vaias vindas das arquibancadas. Mesmo assim, o terceiro gol saiu. Aos 36 minutos, após cobrança de escanteio, a bola sobrou para Réver que esticou a perna para balançar as redes.