O dia chegou. Depois de muita espera, muita expectativa, a semifinal da Libertadores começará para os brasileiros nesta quarta-feira. Internacional e São Paulo fazem o primeiro jogo no Beira-Rio, às 21h50 (de Brasília). O encontro é bem mais do que isso, envolve uma rivalidade alimentada desde 2006, com embates dentro e fora de campo.
O confronto tem um toque de deja vu. Há quatro anos, os dois times decidiram a competição. A antecipação da janela por parte do Inter permitiu a chegada de três jogadores que participaram daquela final para se reforçar, Renan, que era reserva, Tinga e Rafael Sóbis. Eles se juntaram a Bolívar, Índio e Fabiano Eller, que estavam no clube. No lado paulista, Ricardo Oliveira volta após não ter tido condições de legais de atuar no segundo jogo de 2006. Ceni segue dono do gol do São Paulo, enquanto Jorge Wagner e Fernandão trocaram de lado.
Nenhum dos três novos reforços colorados será titular. Renan e Sóbis ficam no banco. Tinga, além de ter uma pequena lesão muscular na coxa, precisa cumprir suspensão pelo cartão vermelho recebido em 2006.
Entre as quartas de final e a semifinal, dois meses e meio sem Libertadores. 75 dias que pareciam não passar tamanha a ansiedade. Tempo suficiente para o panorama do confronto mudar completamente. Desde o retorno da Copa do Mundo, o São Paulo não vence e encara uma crise. Nesse período pós-Mundial, o Inter soma quatro vitórias em quatro partidas e chega embalado.
"Todo mundo está falando que inverteu. Antes da Copa, o São Paulo era o favorito. Agora, todos falam que é o Internacional. Isso fica fora de campo. Todos querem chegar à final. Nosso grupo está forte para alcançar isso. Vamos fazer de tudo", argumenta o zagueiro Bolívar.
Porém, a má fase no Brasileirão não abala o ânimo do técnico Ricardo Gomes, que reitera o pensamento voltado exclusivamente ao torneio continental. "Nosso trabalho foi desenvolvido priorizando a Libertadores. Depois, teremos tempo suficiente para recuperar no Brasileiro, foi assim nos últimos anos e não é diferente agora. Por isso que o São Paulo tem essa história na competição".
No lado colorado, Roth deu uma nova cara ao time. O seu Inter é mais ligado, mais elétrico, em uma movimentação incessante em busca da vitória. Bater o Tricolor Paulista no Beira-Rio é fundamental. Em casa, o Inter tem 100% de aproveitamento.
Vendido ao Tottenham, o volante Sandro quer alongar sua estadia em Porto Alegre. Quer trocar de clube podendo gritar que "é campeão". Até a convocação para a seleção brasileira fica em segundo plano.
"Meu objetivo é ser campeão da Libertadores, desde o início do ano. Fico honrado com a convocação, mas minha cabeça é ganhar a Libertadores. Se eu for campeão é natural ser convocado mais vezes", declarou.
Hernanes tem o mesmo pensamento. Também convocado por Mano Menezes, o camisa 10 tricolor espera ser liberado da equipe canarinho para disputar a final pelo São Paulo.
"Estou muito feliz, mas tomara que eu deixe essa chance para o Sandro. Terei mais oportunidades, vou aproveitar as outras. Deixo essa para o Sandro", afirmou o tricolor. Mano já avisou que dispensará o atleta do clube que avançar à final da Libertadores.
Para o duelo com o Colorado, Ricardo Gomes já confirmou os retornos de Fernandão e Dagoberto, que foram liberados pelo departamento médico. Marlos também retoma seu posto no meio-campo. Já para o sistema defensivo, o treinador confirmou Alex Silva e Miranda, mas pode reforçar o setor, só não confirmou se optará por Xandão ou Richarlyson. Outra possibilidade é a entrada de Cléber Santana.
Já Ricardo Oliveira, apresentado no Tricolor nesta terça-feira, tem condições de atuar por até 30 minutos e pode ser utilizado por Gomes no decorrer do duelo. O jogo de volta entre os clubes será em 5 de agosto, no Morumbi.