A defesa do Ceará foi inflacionada pelo Inter, neste domingo. Nas oito primeiras rodadas, o Vovô tinha sofrido somente um gol. Na nona, os colorados aumentaram o índice, aplicando um 2 a 1, no Beira-Rio, e provocando a primeira derrota cearense no Campeonato Brasileiro. Os gaúchos assumiram, provisoriamente, a sexta colocação na tabela, com 13 pontos, ficando a dois do G-4. Os cearenses seguem, momentaneamente, na segunda colocação, com 18 pontos.
Choveu sem parar durante todo o jogo em Porto Alegre. Para superar a quase intransponível defesa cearense, o time de Celso Roth precisou suar, apesar do frio. O primeiro gol até saiu cedo, em cobrança de pênalti de Alecsandro, aos 16 minutos da etapa inicial.
Sem muita objetividade, o Inter não transformou sua superioridade em oportunidades para marcar. Mais gols nos 45 minutos iniciais, nem pensar. O segundo saiu no início do segundo tempo, com Kleber. Os visitantes descontaram em falha clamorosa de Abbondanzieri, após chute de longa distância de Michel.
O Inter tentará entrar, pela primeira vez, no G-4, diante do Atlético-MG, na quarta-feira. O Ceará volta a atuar no dia seguinte, diante do Guarani, em Campinas.
O jogo – Frio, chuva, alguns heróicos torcedores nas arquibancadas e o Inter de Celso Roth em um campo em condições excelentes pela quantidade de água que cai em Porto Alegre desde sexta-feira. Neste contexto, diante da bem postada defesa do Ceará, a melhor do Brasileirão, os colorados foram dominantes, aproveitando-se da postura recuada do adversário.
Errando poucos passes, os gaúchos conseguiram ter volume jogo. Faltou criar mais oportunidades. Mesmo assim, as chances surgiram. A primeira aos 10 minutos, quando Sandro se desprendeu indo ao ataque, D"Alessandro recebeu na área, passou pelo goleiro e bateu sem ângulo. Ágil, o camisa 1 do Vovô, Diego, recuperou-se, tocando a bola para escanteio.
Em 720 minutos de campeonato somente o Santos tinha conseguindo marcar gol no Ceará. O Inter precisou de 16 minutos para vazar Diego. Assim como o Peixe, a bola tocou a rede em cobrança de pênalti de Alecsandro, quebrando uma invencibilidade defensiva de 614 minutos do Ceará.
O fato acomodou o jogo. Os visitantes pouco especulavam. Os colorados rodavam a bola sem objetividade. Lance de perigo do Ceará só em bola parada. Em cobrança de falta, Careca matou no peito com categoria, batendo de primeiro para grande defesa de Abbondanzieri. Nos acréscimos, Sandro, de peixinho, muito propício para as condições do gramado, tocou sobre o travessão.
O Ceará não teve chances de pensar no que faria no segundo tempo, pois com 1 minuto o Inter ampliou. Em jogada pela esquerda, D"Alessandro passou para Kleber chutar com força e colocar a bola lá dentro.
O argentino, assim como na segunda etapa contra o Guarani, passou a atuar no lado canhoto do campo, dando a objetividade pedida por Roth no intervalo. Em lançamento, Giuliano quase marcou, acertando a trave em um arremate cruzado.
Durante um banho de chuva, nem tudo é alegria. Que o diga Abbondanzieri. Em chute de longe de Michel, o goleiro colorado entrou mal na bola, engolindo o típico frango, aos 17 minutos. De consolo, ganhou apoio com aplausos da torcida.
Porém, os torcedores se mostraram impacientes pouco depois, reclamando da atuação. Sendo muito direto no ataque, o Inter passou a perder muitas bolas, trazendo um ar de tensão no Beira-Rio. Apesar da falta de força ofensiva do Ceará, o time de Estevam Suarems pressionou nos minutos finais, deixando o estádio apreensivo até o fim do jogo.