O atacante Lionel Messi acabou sendo o jogador mais badalado da Argentina às vésperas da Copa do Mundo da África do Sul. No entanto, no primeiro duelo mata-mata do torneio, quem decidiu foi Carlos Tevez, campeão brasileiro de 2005 pelo Corinthians e atual jogador do Manchester City. Com dois gols de Carlitos, a albiceleste superou o México pelo placar de 3 a 1 e garantiu sua classificação às quartas de final do Mundial.
Novamente a arbitragem protagonizou um confronto oitavas de final da Copa do Mundo. Um erro lamentável do trio de arbitragem italiano comandado pelo árbitro Roberto Rosetti prejudicou diretamente uma equipe no torneio. No primeiro tempo, quando sofria com as boas investidas do México, a Argentina abriu o placar com Carlitos Tevez, em posição completamente irregular.
O tento abalou os mexicanos, que acabaram sendo dominados pelos argentinos até o final de jogo. A grande atuação do ex-camisa 10 do Corinthians foi o grande trunfo albiceleste na estreia de Maradona como treinador em uma fase mata-mata de Mundial. Embora não tenha encontrado novamente o caminho das redes, Lionel Messi, o melhor jogador do mundo de 2009, também teve uma boa atuação, especialmente na primeira etapa. Nos 45 minutos finais, o atleta do Barcelona foi discreto.
Classificado entre os oito melhores da Copa do Mundo pela segunda vez consecutiva, a Argentina novamente terá uma reedição de um confronto do Mundial de 2006 na África do Sul. Como há quatro anos, a bicampeã mundial terá pela frente no próximo sábado, às 11 horas (de Brasília), a Alemanha, que goleou a Inglaterra neste domingo por 4 a 1, na Cidade do Cabo.
Enquanto o time de Maradona teve a responsabilidade de escrever a mesma história de 2006 diante do México, nas quartas de final o encerramento da história deverá ser diferente para os sul-americanos se manterem na briga pelo tri. Atuando em casa, a Alemanha eliminou a Argentina nos pênaltis há quatro anos.
O jogo – Melhor equipe da fase de grupos da Copa do Mundo, a Argentina encarou pela primeira vez uma equipe ofensiva e insinuante. Com três atacantes, o México surpreendeu no início do confronto e criou duas excelentes oportunidades antes dos dez minutos. Logo aos oito, o zagueiro Salcido carregou a bola com liberdade e arriscou uma bomba de longe. Mal colocado, o goleiro Romero tentou alcançar, mas viu a bola explodir no travessão.
A oportunidade animou os mexicanos, que seguiram jogando melhor no início do confronto. Pressionando o meio-campo argentino, o qual perdeu a qualidade no passe pelo falta de Juan Sebástian Verón – barrado por Maradona -, a equipe da Concacaf chegou com perigo novamente aos nove minutos, quando Andrés Guardado fez grande jogada e chutou firme de fora da área. A bola passou rente à trave direita de Romero.
Embora demonstrasse maior força e melhor qualidade na primeira parte do confronto, o México passou a dar espaços para os principais jogadores argentinos. Sumido, Lionel Messi afastou-se da área e passou a armar boas jogadas para a equipe do Maradona. Aos 11, o camisa 10 tentou encobrir o baixinho goleiro Óscar Pérez, que conseguiu saltar o suficiente para encaixar a bola tranquilamente.
No entanto, aos 25, o camisa 1 não conseguiu evitar o gol argentino. Após dividida com Carlitos Tevez, Pérez viu a bola cair no pé esquerdo de Messi. Com categoria, o jogador do Barcelona tocou na medida para o ex-corintiano, completamente impedido, tocar para o gol. Apesar dos questionamentos dos mexicanos quanto à posição do atacante do Manchester City, o árbitro Roberto Rosetti confirmou o tento.
O erro de arbitragem desmotivou o México dentro de campo. Abatido, o time do técnico Javier Aguirre não escondeu o nervosismo pelo gol de Carlitos Tevez e não criou boas oportunidades após ficar atrás no placar. Pior, sofreu o segundo. Aos 32, o zagueiro Ricardo Osório cometeu uma falha inaceitável e tocou a bola nos pés de Gonzalo Higuaín. Categórico, o atacante do Real Madrid driblou o goleiro, aumentou a vantagem argentina e se isolou na artilharia da Copa com quatro gols.
Depois de abrir 2 a 0 no marcador, a albiceleste diminuiu o ritmo e segurou a vantagem até o final do primeiro tempo. Mas, a defesa tão questionada de Maradona, por pouco não demonstrou mais uma vez suas falhas e permitiu ao México diminuir. Nos acréscimos, Giovani dos Santos cruzou na medida para Javier Hernández. Sozinho dentro da área, o camisa 14, no entanto, não alcançou a bola, na última oportunidade da tricolor.
AFP
Higuaín assumiu a artilharia da Copa com quatro gols
Higuaín assumiu a artilharia da Copa com quatro gols
O apito final de Roberto Rosetti externou o clima de tensão da partida. Antes de as equipes irem para os vestiários, os jogadores reservas das duas seleções se envolveram em uma confusão à frente da entrada dos vestiários. Maradona e Aguirre agiram como apaziguadores e impediram um confronto generalizado entre os atletas.
Pela vantagem construída na primeira etapa, a Argentina voltou mais solta na segunda etapa. Apostando na velocidade dos seus atacantes, a albiceleste comemorou mais um tento, graças à individualidade de Carlitos Tevez. Aos seis minutos, o atacante do City soltou a bomba de fora da área e acertou o ângulo esquerdo do goleiro Óscar Pérez. Golaço do ex-corintiano.
A partir do segundo tento de Tevez no jogo, finalmente a defesa Argentina acabou sendo realmente testada nesta Copa do Mundo. E, bem postada com quatro zagueiros de origem (Otamendi, Demichelis, Burdisso e Heinze), a última linha da equipe de Maradona conseguiu segurar o ímpeto mexicano.
Um lance que refletiu a boa atuação ocorreu aos 24 minutos, quando Demichelis, em cima da linha, evitou o gol mexicano por parte de Barrera. No entanto, a grande pressão da equipe de Javier Aguirre conseguiu passar pelo goleiro Romero logo em seguida. Hernández recebeu à frente da área, girou sobre a marcação e finalizou firme de pé esquerdo para ensaiar a reação da Tricolor.
Contudo, o bom posicionamento argentino impediu a reação do México. Melhor em campo, a Argentina se aproximou de sacramentar uma goleada. Nos instantes finais, Messi fez grande jogada e bateu com categoria para excelente defesa de Pérez. Sem sua estrela na melhor atuação, o time de Diego Armando Maradona provou ter outros nomes capazes de decidirem um jogo desta importância. Neste domingo, o nome mais falado foi de Carlitos Tevez.