No primeiro desafio como anfitriã da Copa do Mundo, a África do Sul tinha tudo para transformar o sonho de vitória em realidade, mas mostrou que está longe de ser uma potência no futebol. Os “Bafana Bafana” venciam o México até os 35 minutos da etapa final e amargaram um vacilo inexplicável na defesa para ceder o empate de 1 a 1, no Soccer City de Johanesburgo.
Os dois gols do jogo de abertura do grupo A saíram no segundo tempo. O sul-africano Tshabalala não tem do que reclamar da bola Jabulani, já que acertou um chute de rara felicidade no ângulo de Pérez para abrir o placar. O experiente Rafa Márquez salvou o México do revés.
O resultado pode dar a liderança isolada da chave a França ou Uruguai. Os dois campeões mundiais se enfrentam ainda nesta sexta-feira, às 15h30 (de Brasília), na Cidade do Cabo.
Na segunda rodada do grupo A, a África do Sul enfrenta o Uruguai na quarta-feira, no Loftus Versfeld Stadium, em Pretoria. No dia seguinte, México, por sua vez, mede forças com o favorito da chave, a França, no Peter Mokaba Stadium, em Polokwane.
O Jogo – O México cumpriu a promessa de ignorar o incômodo barulho das vuvuzelas da torcida e tomou as rédeas em campo. Na base da velocidade, os visitantes deram o primeiro susto nos sul-africanos. Aos quatro minutos, Aguilar desceu pela direita e cruzou rasteiro. Após falha gritante do goleiro Khune, Giovani dos Santos tentou o arremate e foi travado na hora certa por Khumalo.
Tensa, a África do Sul encontrava dificuldades pela marcação forte dos comandados de Javier Aguirre. Até mesmo os atacantes mexicanos se empenhavam no combate. Aos 18 minutos, Giovani dos Santos roubou a bola no meio-campo, avançou pela intermediária e mandou a bomba de perna esquerda que assustou o arqueiro africano.
A habilidade de Vela, badalado atacante do Arsenal, deixou o México mais próximo do gol. Em um passe espetacular do camisa 11, aos 34 minutos, Franco escapou nas costas da zaga, mas se atrapalhou com a corajosa saída do goleiro Khune. Todavia, o clima era de preocupação no Soccer City entre os fãs dos “Bafana Bafana”.
Pouco antes do intervalo, a África do Sul conseguiu melhorar o seu toque de bola e, mesmo assim, seguia dominada. O México ainda teve um gol anulado de forma correta por impedimento. Aos 38 minutos, Torrado cobrou escanteio da esquerda, Franco desviou no primeiro pau e Vela completou para as redes. Porém, havia apenas um zagueiro atrás da linha do mexicano, já que o goleiro deixou a meta para cortar o cruzamento.
A atuação confusa da etapa obrigou o técnico Carlos Alberto Parreira a alterar a África do Sul no intervalo. Masilela entrou no lugar de Thwala. A ordem era intensificar as jogadas pelo lado esquerdo. O México, em compensação, voltou dos vestiários com um toque de bola mais lento, situação que irritou o treinador Javier Aguirre.
A evolução sul-africana foi objetiva e resultou em gol. Aos dez minutos, Tshabalala recebeu lançamento de Mphela, invadiu a área e não teve dúvidas: mandou uma bomba. A tão criticada “Jabulani” entrou no ângulo de Pérez. Na comemoração, todo o ritmo e alegria em uma dança ensaiada pelos anfitriões.
O México acordou aos 15 minutos, quando Giovani dos Santos fez bela jogada individual e finalizou para grande defesa de Khune. Mas o contra-ataque sul-africano estava apurado. Aos 19, Modise perdeu chance incrível na frente de Pérez.
Em busca da mesma superioridade do primeiro tempo, o México apelou para o experiente Blanco, de 37 anos, que entrou em campo aparentando alguns quilos extras. O gol de empate saiu, contudo, em uma falha infantil dos sul-africanos. Depois do cruzamento da esquerda, a zaga dos “Bafana Bafana” errou na tentativa de fazer a linha de impedimento e permitiu Rafa Márquez dominar com tranquilidade e tocar na saída de Khune.
No fim, Mphela teve a chance de se tornar o herói do dia na África do Sul e desperdiçou. Lançado nas costas da zaga, o atacante invadiu a área e tocou na saída de Pérez. Até a definição do lance, as vuvuzelas se calaram. Mas a bola carimbou o poste mexicano.