Acabaram-se os testes e os amistosos. Agora, a luta pelo hexa é para valer. Nesta terça-feira, com uma vitória por 2 a 0 sobre a Irlanda, no Emirates Stadium, em Londres, o Brasil fechou de forma positiva sua preparação, na quinta apresentação da equipe nacional na casa do Arsenal desde 2006. Agora, aguarda a divulgação da lista definitiva de Dunga, em maio, para voltar a campo no dia 15 de junho, contra a Coreia do Norte, em Joanesburgo, já pela Copa da África do Sul.
Quem com certeza estará na lista será Robinho. Mesmo sem ser brilhante, o atacante, que voltou ao Santos para reencontrar a alegria de jogar, acabou se tornando o nome do duelo. Em sua volta à "Terra da Rainha" após sair em baixa do Manchester City, o jogador mostrou que tem bola para ser realmente um "Rei". Assim como em 2008, quando marcou o único gol da vitória sobre os irlandeses no último encontro entre as seleções, o camisa 11 balançou as redes novamente, desta vez duas vezes, e construiu o resultado com um gol em cada tempo.
O jogo: Sem Luis Fabiano, contundido, mas com Adriano e Robinho mostrando bom entrosamento, o Brasil até que tentou trabalhar boas jogadas ofensivas no primeiro tempo, mas sofreu com a dura marcação – às vezes violenta – dos irlandeses, que contaram com a complacência do árbitro inglês Martim Dean para interromper o jogo a todo instante.
As melhores chances de gol surgiram dos pés de Kaká, um dos que mais apanharam, em chute forte da intermediária, e com Adriano, que cobrou falta com efeito, obrigando Shay Given a se esticar para mandar a escanteio.
Robinho, velho conhecido de Given, com quem jogou no Manchester City, "traiu" seu velho amigo no último minuto antes da descida para os vestiários. Kaká puxou contra-ataque em velocidade e serviu Maicon. O lateral lançou Robinho, em impedimento, e o santista chutou forte, cruzado. A bola desviou em Andrews e "matou" o goleiro: 1 a 0.
Na etapa final, as duas seleções voltaram a campo sem nenhuma alteração. E a partida também parecia a mesma do primeiro tempo. Sofrendo com a forte marcação, os jogadores brasileiros demoraram a engatar um ritmo ofensivo aceitável, o que deixou o espetáculo insosso em seus 10 primeiros minutos.
Neste momento, Robinho partiu para cima do marcador com suas tradicionais pedaladas e rolou para trás. Michel Bastos, em ótima fase no Lyon, chegou chutando forte, mas errou o alvo por pouco, perdendo a chance do segundo gol.
Dunga começou a mexer no time aos 20 minutos, colocando Daniel Alves e Grafite em campo nos lugares de Ramires e Adriano. E quase viu o jogador do Barcelona ampliar em sua primeira jogada, ao roubar a bola do adversário e bater colocado, triscando a trave direita de Given.
Novas alterações foram se sucedendo nas duas equipes e as chances de ampliar também se multiplicaram pelo lado brasileiro. Em uma nova roubada de bola, Robinho chegou a marcar o segundo gol, mas estava em impedimento. Pouco depois, pegou de primeira cruzamento de Kaká e mandou por cima do travessão. Na terceira chance, uma pintura definiu o jogo.
Depois de triangulação com Kaká e Grafite, o santista recebeu passe de calcanhar do artilheiro do Wolfsburg e chutou colocado, marcando um golaço. Na sequência, deixou o campo aplaudido para a entrada de Nilmar, e mais garantido do que nunca no grupo que disputará a Copa da África do Sul.