Seleção Brasileira feminina de vôlei teve que esperar quatro anos, mas enfim se vingou de Cuba pela derrota na final dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, em 2007. Na noite desta quinta-feira, a equipe comandada por José Roberto Guimarães conquistou a medalha de ouro do Pan de Guadalajara, com uma vitória justamente sobre as caribenhas por 3 sets a 2, parciais de 25/15, 21/25, 25/21, 21/25 e 15/10.
O Brasil não conquistava o torneio de vôlei feminino no Pan desde Winnipeg-1999, quando a equipe de Leila, Virna e Elisângela surpreendeu Cuba, campeã olímpica e mundial, por 3 sets a 2 e garantiu o título.
O ouro do vôlei feminino foi o 14º do Brasil nos Jogos Pan-americanos de Guadalajara. O País está na segunda colocação do quadro de medalhas, com 42 (14 ouros, 12 pratas e 16 bronzes), atrás apenas dos Estados Unidos.
A maior pontuadora da equipe nacional na noite desta quinta-feira foi Mari, com 16 pontos, seguida por Sheilla, com 15. Apesar da derrota, Cuba teve as duas melhores atacantes da noite: Palacios, com 20 tentos, e Carcases, com 18.
O jogo -A Seleção teve um bom início de partida e logo abriu vantagem sobre Cuba. A equipe forçou o saque em Palacios e aproveitou a deficiência defensiva da atacante cubana para chegar à primeira parada técnica obrigatória com 8 a 3 no placar. O Brasil continuou soberano em quadra e chegou a ter 11 pontos de frente no meio da primeira parcial. Com tranquilidade, administrou a vantagem e fechou com um ataque de categoria de Mari.
O segundo set teve dinâmica mais parecida com a esperada de um confronto de extrema rivalidade e de definição da medalha de ouro do Pan, com ataques potentes dos dois lados e pontos logos. As cubanas acertaram o saque e passaram a atacar com eficiência, chegando ao oitavo ponto com cinco de vantagem sobre o Brasil, para alegria torcida mexicana, que em sua maioria apoiava o país da América Central.
Após a parada técnica, as comandadas de José Roberto Guimarães conseguiram diminuir a diferença e, mesmo com o bloqueio cubano funcionando bem, ficaram com a desvantagem de apenas um ponto. A reação do Brasil animou os mexicanos nas arquibancadas, mas não foi suficiente para uma virada. A segunda parcial acabou com um ataque forte de Cleger.
O equilíbrio da parte final do segundo set permaneceu no seguinte, com as cubanas variando saques táticos e forçados para confundir a defesa brasileira. No ataque, Dani Lins utilizou jogadas de velocidade com Fabiana e bolas na ponta com Sheilla e Mari para ditar o ritmo da partida.
Após abrir vantagem com a alternância dos movimentos ofensivos, a Seleção se desconcentrou quando chegou ao 19º ponto e cometeu uma sequência de erros, deixando Cuba se aproximar no marcador, a poucos pontos do fim da parcial. A pane foi provisória e as brasileiras retomaram o equilíbrio e fecharam a parcial.
O quarto set começou equilibrado e nervoso. Com as duas equipes se alternando na liderança do placar, decisões polêmicas da arbitragem fizeram as jogadoras se exaltarem e reclamarem. A seleção cubana conseguiu abrir vantagem de cinco pontos e fez a torcida mexicana comemorar. Quando o placar apontava 18 a 13 para Cuba, o maior rali do jogo acabou com mais um ponto para as caribenhas. Nem mesmo a boa recuperação do Brasil com o saque de Thaísa foi suficiente para impedir que as campeãs no Rio de Janeiro-2007 fechassem a parcial e levassem a decisão para o tie-break.
As duas equipes forçaram o saque no início do set de desempate, o que gerou erros de ambos os lados. O Brasil conseguiu abrir vantagem de dois pontos com 5 a 3 no placar, graças a um erro de Cleger. Na troca do lado na quadra, a Seleção tinha 8 a 6, o que fez o técnico cubano Juan Carlos Gala pedir tempo.
Em um toque de rede do bloqueio caribenho, a Seleção abriu mais um ponto de vantagem: 10 a 7. A frente no marcador deixou a equipe mais tranquila em quadra e a vitória foi garantida com um ataque de Tandara no corredor.