Uma facilidade para decidir o jogo foi mostrada pelo Inter, neste 7 de setembro. Mesmo que tenham aparecido falhas defensivas, a vantagem aberta nos instantes iniciais da partida contra o América-MG foi mantida até o fim. Em um Beira-Rio com bom público, o time de Dorival Júnior foi ofensivo, resolveu a questão sem muita demora. A vitória por 4 a 2, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro, teve todos os gols marcados no primeiro tempo.
A falta de equilíbrio do Inter, uma de suas marcas na temporada, pôde ser vista em tamanho gigante no primeiro tempo. O ataque, comandado por Leandro Damião, compareceu como de costume. A defesa repetiu falhas antigas em jogadas aéreas. O resultado do jogo deixa os colorados com o melhor ataque do Brasileirão ao lado do Flamengo e do Botafogo. O sistema defensivo é o sétimo pior do torneio.
Com 13 minutos de partida, os gaúchos liquidaram o confronto. Rodrigo Moledo, Leandro Damião e D”Alessandro, cobrando pênalti, foram às redes. André Dias, de cabeça, descontou logo depois. Oscar, em chute preciso, voltou a alargar a vantagem, mas antes do intervalo, Kempes, pelo alto, descontou outra vez.
O que sobrou na etapa inicial, faltou no segundo tempo, tornando o confronto arrastado. A tarde termina com o Inter na sétima colocação, com 32 pontos, mas podendo perder três posições com os demais jogos da rodada. No fim de semana, o duelo será contra o Palmeiras em São Paulo.
Ao Coelho resta seguir na lanterna e ficar a sete pontos do primeiro clube fora da zona de rebaixamento. O próximo jogo será contra o Avaí, outro habitante da zona de rebaixamento.
O jogo – Pouco futebol foi visto no primeiro tempo. Quarenta e cinco minutos foi um período escasso para que se jogasse bola, todos em campo estavam preocupados em marcar gols, restando quase nada para o resto. Colocar a bola na rede era tudo o que Inter e América-MG buscaram quase incessantemente e alcançaram com naturalidade.
A avalanche de gols na etapa inicial – foram seis – esteve ligada à falta de equilíbrio dos colorados durante todo o ano. Se o ataque comandado por Leandro Damião dificilmente deixa de comparecer, a defesa apronta das suas com constância. Mesmo que Bolívar, afastado por deficiência técnica, não estivesse presente, os problemas persistiram.
Sem desperdiçar chances, os gaúchos demoraram 13 minutos para abrirem três gols de vantagem. Primeiro, aos três, Rodrigo Moledo, o substituto de Bolívar, testou para dentro do gol, após escanteio cobrado por Andrezinho. O ponteiro deu quatro voltas no relógio até que o trio colorado convocado por Mano Menezes para a seleção construísse o segundo gol. Oscar, com passe de calcanhar, achou Kleber. O lateral cruzou e Leandro Damião, sempre ele, marcou.
Atordoado, o Coelho conseguiu dois chutes de fora da área antes que sofresse o terceiro. Jogando com sete homens do campo do adversário, o Inter chegou com Guiñazu na área. O argentino foi derrubado. D”Alessandro cobrou o pênalti para ampliar.
História similar foi vivida pelo Inter há uma semana diante do Santos, quando o empate foi cedido. A acomodação chegou, os passes para o lado aumentaram e os mineiros se ajeitaram e foram em busca do desconto. Para diminuir a diferença, o América usou a jogada área. Em cruzamento da direita, André Dias levou vantagem sobre Nei e, de cabeça, comemorou o primeiro.
O tempo passou e pouco ocorria em campo. Só um gol para retornar à rotina. Ele aconteceu aos 34 minutos. Oscar invadiu a área, cortou para dentro e deu um tapa na bola, colocando-a no ângulo. Sessenta segundos depois, novamente pelo alto, Kempes, outra vez em cima de Nei, tocou de cabeça. Muriel, de manchete, não conseguiu defender, colocando a bola para dentro do gol.
Os 45 minutos finais também não tiveram muito futebol, mas por outros motivos. Os lances ofensivos diminuíram, intrigas entre os jogadores surgiram. O personagem central de uma das rusgas foi D”Alessandro. Reclamando de agressão não vista pelo árbitro, o argentino causou tumulto no início da segunda etapa. Teve empurra-empurra, dedo em riste de Leandro Damião, mas nada além disso.
Assim como pouco foi visto dentro de campo. Os visitantes buscaram na bola área o caminho para criar perigo, mas sem sucesso. O Inter, não fosse uma bola na trave de D”Alessandro, não teria produzido nada significativo. Quando Damião marcou, o juiz assinalou falta, aos 40 minutos. Ficou assim 4 a 2, o que sobrou no primeiro tempo, faltou no segundo.