Na última quarta-feira, o Corinthians venceu o Atlético-MG com uma novidade de Tite: voltar do intervalo com Emerson no lugar de um lateral. Neste sábado, contra o Figueirense, desta vez no Pacaembu, novamente saiu atrás no placar. O técnico apostou na mesma estratégia, mas a virada não veio e a equipe catarinense venceu por 2 a 0, dando ao Flamengo a chance de voltar a liderar o Brasileiro ao lado do Timão, mais uma vez vaiado.
Com as mesmas alternativas que valeram três pontos em Minas Gerais, o clube do Parque São Jorge saiu do Pacaembu sem nenhum, estacionado em 37 pontos, que podem ser alcançados pelo Rubro-negro carioca – os corintianos, contudo, ainda levariam vantagem por terem mais vitórias.
O título simbólico do primeiro turno não foi confirmado já neste fim de semana por conta da falta de criatividade também dos jogadores em campo. Sem velocidade, o Corinthians atacou mais e até acertou a trave em cobrança de falta de Chicão e chute de Willian, mas não conseguiu furar a retranca do Figueirense.
Os visitantes balançaram as redes na fria noite deste sábado em São Paulo em jogada de Júlio César que Wellington Nem concluiu nas redes aos 34 minutos do primeiro tempo, Nem adiantou Emerson voltar do intervalo no lugar de Welder. Na base do desespero, o Timão acumulou mais uma frustração como mandante. O gol de Pittoni, aos 47 minutos do segundo tempo, em rebote de Júlio César, só aiumentou a sensação.
Na última rodada do primeiro turno, o Corinthians vai a Presidente Prudente para enfrentar o arquirrival Palmeiras, no dia 28. O Figueirense, aproximando-se da zona de classificação para a Libertadores, também faz um clássico: recebe o Avaí no mesmo dia, no estádio Orlando Scarpelli.
O jogo – Tite manteve o time que terminou o primeiro tempo perdendo por 2 a 0 para o Atlético-MG, só com Chicão, de volta de suspensão, como novidade. Posicionou Danilo inicialmente para armar no meio pela direita, mantendo Alessandro mais preso à defesa, centralizou Liedson, abriu Jorge Henrique como um ponta pela esquerda, com Alex solto para aparecer como surpresa vindo da lateral.
O Figueirense chegou ao Pacaembu preparado para anular a estratégia e conseguiu dificultar o ritmo intenso que o Corinthians costuma impor no início de suas partidas. Perseguindo individualmente cada um dos seus adversários, a equipe catarinense forçava um jogo lento que tinha a garoa como aliada.
Alex, entretanto, conseguiu forçar uma falta na meia-lua que Chicão cobrou no travessão, aos 13 minutos de jogo. Mas um lance isolado de bola parada era pouco. Tite resolveu mudar Danilo para a esquerda, libera mais o improvisado lateral Welder para subir, e deixou Alex solto para rodar o campo, mas tendo que priorizar a direita.
A retranca armada por Jorginho se confundiu e perdeu força. Mesmo sem ser veloz, o Timão teve a bola nos seus pés para rodá-la no campo de ataque em busca de espaço para dar mais trabalho a Wilson. Mas poucas vezes insistiu nos toques rasteiros. Diante da blindagem na área do Figueira, passou a alçar bolas demais, facilitando o trabalho da defesa rival.
Quando passou a apostar nos arremates de fora da área, todos ineficientes, os anfitriões foram surpreendidos com o avanço de Alessandro para ajudar o ataque. Nas costas do lateral direito, o rápido atacante Júlio César aproximou-se da linha de fundo e, ao contrário dos corintianos, cruzou rasteiro. Encontrou Wellington Nem livre na pequena área para desviar nas redes vazias, aos 34 minutos do primeiro tempo.
O Figueirense que em nenhum momento mostrou incômodo ao se colocar como coadjuvante no confronto atingiu seu objetivo. Por pouco mais de dez minutos, aproveitou-se da ansiedade corintiana na busca do empate e teve, ao menos, dez jogadores no seu campo para evitar que o goleiro Wilson sofresse sustos.
A alternativa deu certo e continuou mesmo com uma novidade já conhecida prepara por Tite no intervalo. Como na virada contra o Atlético-MG, sacou um lateral, desta vez Welder, e colocou Emerson no ataque, recusando Jorge Henrique para a lateral esquerda e montando um 4-3-3 com Danilo centralizado na armação, Alex na direita, Emerson na esquerda e Liedson no meio da área.
O técnico Jorginho certamente assistiu à vitória corintiana sobre o Galo na quarta-feira e preparou seus comandados. Por 13 minutos no segundo tempo, o Corinthians mal consegui tocar a bola com chances de entrar na área, com exceção de subida de Danilo pela direita na cabeça de Paulinho, que perdeu.
Tite, enfim, resolveu inovar ao trocar Danilo por Willian. O atacante, aplaudido pela torcida, nem deu tempo ao Figueirense de entender a alteração tática. Com velocidade, entrando na área pelo meio no espaço aberto por Liedson, que puxava a marcação, o camisa 7 logo acertou a trave de Wilson.
Mas Jorginho, auxiliar de Dunga na última Copa do Mundo, mostrou que é mais fácil se defender, principalmente se o adversário não é eficiente nas oportunidades que cria. Desesperado, o Timão até esboçou pressão, mas nada de organização. Insuficiente para sair do Pacaembu, neste sábado, já com o simbólico título de campeão do primeiro turno. O gol de Pittoni em contra-ataque, aos 47 minutos do segundo tempo, só deixou isso mais claro.